A venda da Cabovisão e da Oni à Apax França está concluída. Bruxelas deu ‘luz verde’ à operação, disse ao Negócios o porta-voz do regulador europeu.

"A Comissão aprovou a Apax como compradora adequada para a Cabovisão e a Oni, em linha com a decisão do regulador português", segundo o regulador da concorrência europeu.

Este era o último passo que faltava para concluir o processo, depois de no dia 27 de Novembro a Autoridade da Concorrência ter aprovado a compra da Cabovisão e da Oni à Altice pelo fundo Apax França. Segundo a análise do regulador português a operação "não é susceptível de criar entraves significativos à concorrência".

A venda da Cabovisão e da Oni à Apax France pela Altice foi comunicada no dia 15 de Setembro, a data-limite imposta por Bruxelas para a alienação destes activos pelo grupo francês no seguimento da compra da PT Portugal.

A Autoridade da Concorrência foi notificada desta operação de concentração, que será efectuada através da Cabolink (detida pelo fundo de investimento Apax França), no dia 12 de Outubro.

As sociedades que controlam a Cabolink estão presentes em Portugal através das sociedades Europe Snacks e SK FireSafety Group, que desenvolvem "actividades de fabrico de aperitivos salgados e de segurança contra incêndios", de acordo com um documento publicado pela AdC.

No dia 11 de Novembro a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) também já tinha aprovado a operação. "A ERC não se opõe à operação de concentração notificada, uma vez que não se conclui que esteja comprovadamente em causa a livre expressão e o confronto das diversas correntes de opinião no sector da actividade de televisão", segundo a deliberação da entidade liderada por Carlos Magno.

Este acordo gerou algumas críticas da parte de analistas do mercado financeiro que seguem o sector de telecomunicações devido ao valor do negócio não ser conhecido e às relações históricas entre o fundo francês e a Altice.

A ligação entre a Altice e a Apax França remonta a 2012, quando o fundo francês comprou a Cabovisão por 45 milhões e acordou a entrada do "private equity" no capital da operadora de cabo.

Passado um ano, a Altice comprou a fatia de 40% do fundo de risco na Cabovisão. Nesse mesmo ano, o grupo de Patrick Drahi comprou a Oni, operadora vocacionado para o segmento empresarial, por 82 milhões de euros.