Várias organizações não governamentais (ONG) de defesa de direitos fundamentais aliaram-se na esperança de impedir Elon Musk de comprar o Twitter, por receio que o multimilionário permita que comportamentos tóxicos se desenvolvam na plataforma.

"Se não bloquearmos esta operação, (Musk) vai dar um megafone aos demagogos e aos extremistas, que (...) incitam ao ódio, à violência e ao assédio", declarou Nicole Gill, diretora executiva da Accountable Tech, em comunicado divulgado na sexta-feira.

Esta organização, que milita para responsabilizar as grandes empresas digitais, e uma dúzia de outras, quer pressionar as autoridades, os acionistas e os anunciantes.

Em particular, quer que os reguladores vejam "de perto" o projeto controverso de Musk, que já teve vários conflitos com o regulador bolsista dos EUA (SEC, na sigla em Inglês).

A coligação de ONG espera também "mobilizar os acionistas", "que ficaram mais vulneráveis" com o "comportamento errático" de Musk, como argumenta. Recorda ainda que as ações da Tesla "perderam cerca de um terço do valor" desde o início de abril.

No final de maio, acionistas do Twitter apresentaram uma queixa contra Musk, a quem acusaram de ter manipulado o mercado para conseguir poupanças na sua tentativa de aquisição da empresa.

Musk tem dito que tenciona "libertar a palavra" no Twitter, que considera um lugar público fundamental nas democracias. O empresário dono da Tesla diz que a atual moderação dos conteúdos da rede das micromensagens é uma forma de censura, á semelhança, aliás, do que pensam muitos congressistas republicanos.

Já os democratas nos EUA e inúmeras organizações entendem que, pelo contrário, a rede social não luta o suficiente contra a desinformação e o ataque às minorias.