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Web Summit arranca com fábricas de unicórnios, NFT e chamadas de atenção ao Facebook

A conferência de empreendedorismo e tecnologia regressou ao modelo presencial, após uma edição totalmente digital. A cerimónia de abertura fica marcada pelos apelos do ministro da Economia para que olhem para Portugal como um “país para investir” e pela denunciante do Facebook.

Frances Haugen, denunciante do Facebook, na abertura da conferência com Paddy Cosgrave. Web Summit
01 de Novembro de 2021 às 21:47
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O Parque das Nações, em Lisboa, volta a receber startups, empreendedores e investidores para a conferência criada em Dublin, na Irlanda, e que desde 2016 assentou arraiais na capital portuguesa. Paddy Cosgrave voltou a frisar algo que já havia dito na conferência de imprensa de apresentação do evento, em setembro, quando disse que no início do ano "não havia certezas" sobre se o a conferência voltaria a ser presencial.

Em alguns meses, a situação mudou e a Web Summit abre as portas para receber 40 mil pessoas até à próxima quinta-feira - com certificados de vacinação e máscaras obrigatórias. O arranque do evento fica marcado pela promessa de Carlos Moedas para uma fábrica de startups em Lisboa e ainda pelos "recados" deixados pela denunciante do Facebook à tecnológica norte-americana.

Carlos Moedas, o "presidente da inovação"
O outrora Comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação discursou na Web Summit num novo papel, agora de presidente da Câmara Municipal de Lisboa. E, numa intervenção em que até recordou Steve Jobs, apelou à atenção aos detalhes.

"É preciso acertar com os detalhes. Acho que a coisa boa é que, na Web Summit, este é o sítio onde as pessoas acertam os detalhes", afirmou Moedas.

Moedas falou em sonho e deixou já uma promessa para 2022. "Prometo que no próximo ano iremos fundar, com a ajuda da Web Summit e de muitos de vocês, o que eu chamo de sonho - a Fábrica de Unicórnios de Lisboa", assegurou o agora presidente de Lisboa na cerimónia de abertura.

Portugal é um "país para investir", garantiu Siza Vieira
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, garantiu que, apesar de a pandemia ter tido um impacto em vários aspetos, inclusivamente na economia, Portugal "não ficou parado" no que diz respeito aos temas da transição climática e transição digital.

O governante salientou que espera que quem saia da conferência possa partilhar que Portugal é um "país para viver e investir" e para fazer negócio" de uma forma que é "aberta, tolerante e multicultural".

Sorare e o mundo dos NFT
Uma das maiores tendências deste ano, o tema dos NFT (ativos não fungíveis) também teve destaque na cerimónia de arranque da edição deste ano da Web Summit, através da startup Sorare.

Nicolas Julia, o CEO da empresa, esteve presente no palco da conferência para abordar a ligação entre o tema dos ativos digitais e o mundo do futebol. A empresa recebeu este ano um investimento de 680 milhões de dólares para expandir a plataforma.

Em Portugal, a Sorare já colabora com os "três grandes" - Benfica, Sporting e Porto - e espera contar com mais clubes da liga principal, explicou Julia.

Questionado sobre a visão para o futuro, o CEO da startup referiu que "tudo o que tem valor terá, no futuro, um NFT".

Ayo Tometi e o movimento Black Lives Matter
Também houve espaço para abordar como é que a tecnologia tem um papel a desempenhar nos questões sociais na abertura da Web Summit este ano, através da intervenção de Ayo Tometi, co-fundadora do movimento "Black Lives Matter".

"Estamos numa altura em que a tecnologia pode ajudar-nos a fazer a conversa avançar - mas tem de estar baseada em princípios éticos", sublinhou Tometi.

"A tecnologia tem essa oportunidade. Somos a solução, temos uma oportunidade para usar a tecnologia para tornar os nossos esforços mais expeditos. E o tempo é agora."

Denunciante do Facebook garante que empresa está "a insistir nos erros"
Não gosta de ser o centro das atenções, mas era uma das presenças mais aguardadas na Web Summit deste ano, depois de ter revelado documentos internos sobre o negócio do Facebook. Frances Haugen, ex-funcionária da tecnológica norte-americana, responsável pela área dos trabalhos ligados ao combate à desinformação na plataforma, fez a primeira aparição num evento público na Web Summit, em Lisboa.

Haugen referiu que o Facebook está a "insistir nos erros" e a preferir "expandir-se para novas áreas em vez de acertar a aterragem naquilo que já está a fazer". "Em vez de investir para garantir que as plataformas são seguras, prefere investir milhões em jogos", sublinhou, referindo-se ao anúncio de que a empresa pretende mudar de nome para Meta, com o objetivo de focar-se no desenvolvimento do metaverso, um universo digital.

"Acho que o Facebook seria mais forte com alguém que estivesse disposto a focar-se na segurança", concluiu a ex-gestora de produto da rede social, quando questionada sobre se Mark Zuckerberg deveria deixar de ser CEO da tecnológica.
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