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Utilizadores de telemóveis ultrapassam 8 milhões em Portugal

O número de clientes dos três operadores móveis a actuar em Portugal ultrapassava, no final do terceiro trimestre do ano, os 8,1 milhões de pessoas, colocando a taxa de penetração do mercado em cerca de 80%.

17 de Novembro de 2001 às 14:51
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O número de clientes dos três operadores móveis a actuar em Portugal ultrapassava, no final do terceiro trimestre do ano, os 8,1 milhões de pessoas, colocando a taxa de penetração do mercado em cerca de 80%.

Estes números comparam com a taxa de penetração de 72% verificada até final dos primeiros seis meses do corrente ano, de acordo com os dados do Instituto das Comunicações de Portugal (ICP), a entidade reguladora do sector.

Segundo os números disponibilizados pelas operadoras móveis nacionais, a TMN, a Vodafone Telecel e a Optimus, durante o período que decorreu entre Julho e Setembro verificou-se a adesão de mais 606,1 mil utilizadores, no conjunto das três empresas.

A TMN, detida pela Portugal Telecom [PLTM], liderou em termos de novas adesões no terceiro trimestre, tendo garantido 275 mil novos clientes, cimentando desse modo a posição cimeira no sector, com um total de 3,6 milhões de clientes, o equivalente a 44,4% do total.

Seguiram-se a Optimus, da Sonae.com [SNC], com 141 mil novos utilizadores, elevando a sua base de clientes para cerca de 1,8 milhões, e da Vodafone Telecel [TLE], que registou 105.193 novos clientes no último trimestre.

No entanto, em termos de «ranking», as posições entre estas duas últimas empresas inverteram-se, com a Vodafone a garantir uma quota de mercado de 32,8%, fruto dos seus mais de 2,66 milhões de clientes, e a Optimus a ficar-se pelos 22,2%.

TMN com receitas por cliente mais elevadas

Em termos de ARPU, ou receita média mensal por cada cliente, a TMN assumiu também a liderança no terceiro trimestre, com este indicador a ascender aos 31,20 euros (6.255 escudos).

A Vodafone Telecel apresentou no mesmo período um ARPU de 30,59 euros (6.133 escudos), enquanto a Optimus registou receitas médias por cliente de 29,40 euros (5.894 escudos).

Este indicador melhorou em todas as três companhias no decorrer do terceiro trimestre, face aos três meses anteriores, tendo registado acréscimos de 2,8% no caso da TMN, de 0,8% na Vodafone Telecel e de 4,2% na Optimus.

Parece ser notória, por outro lado, a vontade das operadoras de rentabilizarem as margens, diminuindo os gastos efectuados para garantir a adesão de novos clientes, numa altura em que o mercado caminha para a consolidação e pode mesmo estar próximo da saturação, a julgar pelas opiniões de alguns responsáveis.

O presidente da Vodafone Telecel, António Carrapatoso, defendeu esta semana que o mercado móvel nacional deverá atingir a sua saturação no final do próximo ano, quando aquele responsável estima que a taxa de penetração do mercado irá atingir os 95%.

No entanto, falta ainda saber a forma como a entrada de um novo operador no mercado, nomeadamente a ONI, do Grupo Electricidade de Portugal (EDP) [EDP], irá afectar o actual equilíbrio de forças.

A ONI garantiu uma licença para operar na terceira geração móvel, ou UMTS, mas face aos atrasos no desenvolvimento da tecnologia necessária ao seu arranque, firmou recentemente um acordo de «roaming» com a TMN, para passar a operar como um fornecedor virtual de serviço móvel já a partir do início do próximo ano, com a tecnologia GSM.

Operadoras querem diminuir esforço de subsidiação

Segundo a generalidade dos analistas, a subsidiação foi um dos factores que contribuiu mais decisivamente para a expansão da telefonia móvel em Portugal, até chegar os moldes actuais.

A subsidiação consiste na assunção de parte do valor dos equipamentos por parte das operadoras, de modo a conseguirem vendê-los a um preço mais baixo aos clientes, na tentativa de garantir novas adesões.

No entanto, face à actual penetração do mercado em Portugal, as operadoras poderão começar a estudar formas de reduzir este esforço. Paulo Rodrigues da Silva, vice-presidente da Vodafone Telecel, disse recentemente em entrevista ao Negocios.pt que aquela empresa não está a pensar em subsidiar os equipamentos UMTS.

«A subsidiação é o maior cancro deste mercado contrariamente a muitos países da Europa. Porque já chegamos a um nível de penetração muito alto, argumentos como o crescimento do mercado já não se justificam», afirmou aquele responsável.

Segundo já adiantaram analistas ao Negocios.pt, os próximos passos das operadoras poderão passar pela redução progressiva dos montantes destinados à subsidiação, não sendo ainda de excluir o abandono por completo deste modelo.

Outra forma de apostar no crescimento das receitas poderá passar pela aposta em segmentos emergentes, nomeadamente o da transmissão de dados, em que se insere o envio de mensagens escritas (SMS), em que se têm vindo a registar aumentos em todas as operadoras.

Em relação à qualidade da rede móvel, segundo dados publicados pelo ICP em Setembro, esta é actualmente «muito boa» em Portugal continental, mas apresenta algumas deficiências nas regiões da Madeira e Açores.

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