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Boeing vai cortar cerca de 17.000 empregos
Além dos despedimentos, a fabricante aeronáutica norte-americana anunciou também o adiamento da produção do novo modelo 777X e um agravamento dos resultados financeiros no terceiro trimestre.
A Boeing anunciou esta sexta-feira o corte de cerca de 17.000 empregos, que correspondem a aproximadamente 10% do número de trabalhadores, e disse que vai registar um agravamento dos prejuízos operacionais na apresentação dos resultados do terceiro trimestre, na sequência de uma greve e dos problemas de produção que tem atravessado.
Além dos cortes de postos de trabalho, que vão incluir "executivos, gestores e funcionários", a empresa vai adiar o lançamento do novo modelo 777X, cujo programa de desenvolvimento está atrasado vários anos, e deixar de produzir o avião de carga 767 em 2027. A empresa tem enfrentado dificuldades de produção devido a falhas no controlo de qualidade e, mais recentemente, está a ser afetada por uma greve de cerca de 33.000 trabalhadores que se prolonga desde o início de setembro.
"A nossa empresa está numa posição difícil e é difícil exagerar os desafios que enfrentamos juntos", disse o CEO da gigante aeronáutica norte-americana, Kelly Ortberg, que entrou em funções há apenas dois meses, num comunicado aos trabalhadores. "Temos de ser claros acerca do trabalho que temos pela frente e realistas acerca do tempo que vamos demorar a atingir objetivos-chave."
Num comunicado à parte, em que a Boeing apresenta os resultados preliminares do terceiro trimestre, a empresa espera registar receitas de 17,8 mil milhões de dólares, um prejuízo por ação de 9,97 dólares e um "cash flow" operacional negativo de 1,3 mil milhões. A empresa prevê ainda registar encargos de 3 mil milhões relacionados com o 777X e 767 na divisão comercial e outros 2 mil milhões na divisão de defesa, espaço e segurança. Os resultados financeiros finais serão divulgados a 23 de outubro.