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UE dá mais um passo na regulação da IA com aval final de embaixadores

A proposta foi aprovada por unanimidade, apesar da resistência de países como França, que manteve a indecisão até ao último momento.

Os indicadores de confiança das famílias e empresas apontam para um período mais sombrio da economia europeia.
Jean-Marc Loos/Reuters
02 de Fevereiro de 2024 às 18:47
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Os embaixadores dos Estados-membros junto da União Europeia (UE) deram esta sexta-feira luz verde final às novas regras do espaço comunitário para a inteligência artificial (IA), as primeiras do mundo para esta tecnologia, após acordo com eurodeputados.

A proposta foi aprovada por unanimidade, apesar da resistência de países como França, que manteve a indecisão até ao último momento, segundo noticia o Político

"Assinado! Os embaixadores do Coreper I [Comité de Representantes Permanentes dos Governos dos Estados-Membros da União Europeia] confirmaram o texto de compromisso final alcançado [com o Parlamento Europeu] sobre a proposta de regras harmonizadas em matéria de inteligência artificial", anunciou a presidência belga rotativa da UE numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

"A lei da IA é um marco, consistindo nas primeiras regras do mundo para a inteligência artificial, e visam que seja segura e que respeite os direitos fundamentais europeus", adianta a mesma mensagem.

A aprovação hoje conseguida, que marca mais um passo no objetivo da UE em regular a IA, é alcançada depois de um acordo provisório, em meados de dezembro entre o Conselho e o Parlamento Europeu.

Também a Comissão Europeia, que propôs este regulamento, assinalou o momento. Thierry Breton, comissário europeu do Mercado Interno, escreveu: "Hoje, os 27 Estados-membros aprovaram por unanimidade o acordo político alcançado em dezembro, reconhecendo o equilíbrio alcançado pelos negociadores entre inovação e segurança".

Já a vice-presidente da Comissão Europeia para os Valores e a Transparência, Vera Jourová, destacou as "boas notícias". "Precisamos de ter regras da UE para a inteligência artificial que sejam seguras para todos nós e que incentivem a inovação o mais rapidamente possível. A lei da inteligência artificial também terá regras claras para rotular as falsificações profundas e os conteúdos manipuladores", adiantou Vera Jourová.

Os colegisladores (Estados-membros e eurodeputados) estavam desde junho a negociar as primeiras regras comunitárias para que as tecnologias que recorrem à IA salvaguardem os valores e direitos fundamentais da UE e a segurança dos utilizadores, obrigando os sistemas considerados de alto risco a cumprir requisitos obrigatórios relacionados com a sua fiabilidade, no seguimento de uma proposta da Comissão Europeia apresentada em 2021.

Esta será, então, a primeira regulação direcionada para a IA, apesar de os criadores e os responsáveis pelo desenvolvimento desta tecnologia estarem já sujeitos à legislação europeia em matéria de direitos fundamentais, de proteção dos consumidores e de regras em matéria de segurança.

Previsto está que sejam introduzidos requisitos adicionais para colmatar os riscos, como a existência de supervisão humana ou a obrigação de informação clara sobre as capacidades e as limitações da inteligência artificial.

A IA tem vindo a ser cada vez mais usada em áreas como o entretenimento (personalização dos conteúdos), o comércio 'online' (previsão dos gostos dos consumidores), os eletrodomésticos (programação inteligente) e os equipamentos eletrónicos (recurso aos assistentes virtuais como a Siri ou a Alexa, entre outros).

A Comissão Europeia tem tentado reforçar a cooperação entre os Estados-membros relativamente à IA, mas ainda não existe um enquadramento legal comum, pelo que o objetivo é passar de uma abordagem voluntária para a esfera regulatória.
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