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Toshiba declara falência da sua unidade nuclear

A tecnológica japonesa aprovou a apresentação de falência da Westinghouse Electric ao abrigo do capítulo 11 da lei de falências, na sequência dos elevados prejuízos nesta unidade. As acções reagiram em alta.

Toshiba, 10.600 postos de trabalho. Envolvida no escândalo de manipulação das contas, a nipónica Toshiba foi uma das empresas que anunciou um dos maiores programas de despedimento em 2015. A companhia prevê cortar 10.600 postos de trabalho, no âmbito da sua reestruturação.
29 de Março de 2017 às 07:56
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O conselho de administração da Toshiba vai apresentar falência da sua unidade nuclear, nos Estados Unidos – a Westinghouse Electric – ao abrigo do capítulo 11 da lei de falências, que protege as empresas contra credores, avança a Bloomberg citando o Nikkei.

Esta unidade, cuja tecnologia é a base de cerca de metade das unidades atómicas do mundo, tem enfrentado atrasos em projectos na Geórgia e na Carolina do Sul, o que a levou a registar fortes perdas.

No mês passado, a Toshiba adiantou que esperava perdas na ordem dos 6,2 mil milhões de dólares (cerca de 5,7 mil milhões de euros), citando os elevados custos desta unidade e a diminuição das perspectivas para operações de energia nuclear.

A Westinghouse foi adquirida pela Toshiba em 2006 por 5,4 mil milhões de dólares, depois de o governo dos Estados Unidos ter lançado um pacote de estímulos, como créditos fiscais e garantias de empréstimos, para as empresas que desenvolvessem energia nuclear. Em 2008, a Westinghouse assinou acordos para construir quatro reactores para a Southern Co. e para a Scana Corp., as primeiras centrais nucleares a serem aprovadas pelos reguladores dos Estados Unidos desde o acidente de 1979 em Three Mile Island.

No entanto, os custos dos reactores aumentaram depois de terem sido instituídos padrões de segurança mais apertados, na sequência do acidente nuclear em Fukushima, no Japão, em 2011. Além disso, a queda dos preços do gás natural tornou a geração nuclear menos atractiva.

A Toshiba, que deveria ter apresentado os seus resultados em Fevereiro, recebeu aprovação para adiar a divulgação das contas para 11 Abril, devido a problemas na auditoria.  

Para o período em questão - entre Abril e Dezembro de 2016 - a Toshiba previu, no mês passado, um prejuízo de cerca de 500.000 milhões de ienes (4.144 milhões de euros).

 

Com base nesta estimativa de resultados ainda não auditados, a Toshiba antecipou perdas de 390.000 milhões de ienes (3.232 milhões de euros) em todo o exercício fiscal de 2016, mais do dobro do que calculara anteriormente (145.000 milhões de ienes ou 1.202 milhões de euros).

 

A 14 de Fevereiro, o presidente da tecnológica japonesa, Shigenori Shiga, apresentou a demissão devido aos resultados. Shigenori Shiga continua, porém, como director-executivo até à assembleia geral de accionistas prevista para o próximo mês de Junho.

As acções da Toshiba encerraram a sessão de hoje a ganhar 1,01% para 219,4 ienes, depois de terem chegado a valorizar um máximo de 2,03% para 221,6 ienes.

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