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Samsung estuda separar unidades e aumentar remuneração dos accionistas

As medidas da empresa sul-coreana têm em vista a criação de valor a longo prazo para os investidores, uma mudança na estrutura corporativa e uma alteração no quadro executivo e surgem depois de pressões da Elliott Management.

Reuters
Negócios 29 de Novembro de 2016 às 15:35
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A Samsung Electronics anunciou esta terça-feira, 29 de Novembro, que está a considerar várias alterações à sua estrutura, que podem passar pela criação de uma holding ou pela abertura de capital das suas empresas em bolsas internacionais. Segundo o New York Times, o estudo das várias opções de reformulação da sua estrutura poderá prolongar-se por até seis meses.

Em comunicado, a Samsung avança que a medida pretende "simplificar o seu negócio" e "concentrar-se nas áreas de negócio fundamentais", e posteriormente "rever oportunidades e optimizar o valor a longo prazo".


A tecnológica sul-coreana vai ainda estabelecer um programa de reembolso mais generoso para os accionistas, avança no mesmo documento. Em destaque está a alocação de metade do valor do free cash flow para compensar os investidores em 2016 e 2017.

No âmbito da política de remuneração, pretende-se aumentar o montante de dividendos distribuídos em 30% em 2016 (comparado com o ano anterior) até aos 4 biliões de wons sul coreanos (3,22 mil milhões de euros). O pagamento de dividendos começará a ser feito com periodicidade trimestral a partir do primeiro trimestre do próximo ano.

O sobrante dos 50% do free cash flow depois de pagos os dividendos será conduzido, juntamente com 0,8 biliões de wons (645 milhões de euros) que sobraram do cash flow de 2015 para a recompra de acções e o cancelamento de acções recompradas.


A decisão surge um mês depois de o fundo especulativo americano Elliott Management ter pressionado a empresa a criar uma holding e a abrir o capital dos seus negócios, nomeadamente nas bolsas norte-americanas. O objectivo seria retirar à família Lee o controlo total da Samsung e impulsionar a valorização dos seus activos.


Segundo o Financial Times, a Elliott Management - conhecida como fundo abutre e que tem uma participação de 0,62% na electrónica (depois de um investimento de 1,2 mil milhões de dólares) - reclamou a divisão de negócios e o pagamento especial aos accionistas na ordem dos 27 mil milhões de dólares (25,4 mil milhões de euros).


Dae-ro Jeong, analista da Mirae Asset Daewoo, afirma ao jornal que o grupo Samsung tem vindo a proceder a uma reforma gradual desde o final de 2013. "Agora é tempo de alargar o controlo sobre a Samsung Electronics", acrescenta.


As acções ordinárias da Samsung Electronics encerraram a sessão desta terça-feira sem alteração de preço, nos 1.677.000 wons.

A proposta de nova estrutura para a Samsung surge depois de a empresa ter-se visto a braços com a devolução em massa dos smartphones Samsung Galaxy S7 Note, que custou à empresa mais de 5 mil milhões de dólares. A empresa garante, no entanto, que a sua linha S7 é segura.


Há cerca de duas semanas, a empresa tecnológica reforçou a sua aposta no mercado automóvel com a compra da Harman por 8 mil milhões de euros, fazendo assim face à quebra no mercado de smartphones.


Desde o início deste mês que a Samsung tem sido alvo de investigações por alegados desvios de dinheiro para fundações de uma amiga da Presidente Park Geun-hye, que afirma esta terça-feira estar pronta para renunciar ao seu cargo.

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