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Remessas globais de smartphones cresceram 27% no primeiro trimestre

Nos primeiros três meses do ano, as remessas de smartphones subiram 27%, totalizando cerca de 347 milhões de unidades, quase mais 75 milhões face ao primeiro trimestre de 2020.

Reuters
29 de Abril de 2021 às 11:08
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As remessas globais de smartphones, o número de equipamentos que os fabricantes fazem chegar ao mercado, cresceram significativamente nos primeiros três meses de 2021, segundo dados da consultora Canalys. No primeiro trimestre, as remessas de telefones ascenderam a 347 milhões de unidades, mais 27% em termos homólogos.

Ainda assim, comparando com o trimestre anterior - habitualmente o mais forte do ano para os equipamentos tecnológicos - foi contabilizado um ligeiro decréscimo. No quarto trimestre, as remessas de smartphones atingiram os 350 milhões de unidades.

A Samsung foi a marca com maior número de smartphones, com remessas que atingiram os 76,5 milhões de unidades. Feitas as contas, até março, os dispositivos da empresa sul-coreana representaram mais de um quinto do total contabilizado. Comparando com o mesmo período de 2020, a Samsung viu as remessas subir 28%. A fabricante manteve a mesma quota de mercado que detinha no primeiro trimestre de 2020, com 22%.

A Apple, que passa a ocupar o segundo lugar nesta lista da Canalys, aumentou as remessas em 41%, totalizando remessas de 52,4 milhões no trimestre em análise. A empresa liderada por Tim Cook fez chegar ao mercado mais 15 milhões de unidades, comparando com os dados do período homólogo de 2020. A tecnológica norte-americana conseguiu ganhar mais um ponto percentual na quota de mercado, fixa nos 15%.

A maior subida em termos homólogos nas remessas de smartphones foi contabilizada pela chinesa Xiaomi, conhecida pelos equipamentos a preços mais acessíveis. A fabricante viu as remessas disparar 62%, contabilizando 49 milhões de unidades. A empresa passou de uma quota de mercado de 11% até março de 2020 para os 14% em março de 2021.

"Além do grande valor do produto, a Xiaomi tem conseguido recrutar talento local, tornar-se mais atrativa para o canal e liderar na inovação "high-end"", refere o analista Ben Stanton. "Os concorrentes oferecem margens superiores no canal, mas o valor da Xiaomi permite aos distribuidores ter uma boa oportunidade para ganhar dinheiro, comparando com marcas rivais".

As empresas chinesas dominam o top 5 das principais fabricantes: além da Xiaomi no terceiro lugar, a Oppo e a Vivo ocupam o quarto e quinto lugar, respetivamente. No caso da Oppo, que tem vindo a expandir-se no mercado europeu, as remessas subiram 60% em termos homólogos, contabilizando 37,6 milhões de unidades. A fabricante aumentou a quota de mercado em 2 pontos, passando dos 9 para os 11%.

Já a Vivo passou a deter 10% do mercado, com remessas de 36 milhões de unidades - uma subida de 48% em termos homólogos.

As restantes marcas de smartphones, onde são contabilizados fabricantes como a Huawei, Honor ou a LG, entre outras, representaram 28% do mercado, com remessas de 95,9 milhões de unidades. Este grupo foi o único que viu as remessas recuar 2% em termos homólogos.

O analista da Canalys detalha que tanto a Oppo como a Vivo estão a ganhar força, "posicionando-se no segmento de gama média em muitas regiões, encostando a Xiaomi ao segmento de entrada de gama". Depois de a Huawei ter vendido a Honor, marca de smartphones com preços mais acessíveis e virada para um público mais jovem, ao consórcio Shenzhen Zhixin New Information Technology, para evitar que a marca fosse penalizada pelas sanções dos EUA, o analista da Canalys descreve a marca como "uma ameaça crescente" para os rivais, uma vez que "já estabeleceu acordos com cadeias e está a assinar contratos de distribuição para entrar novamente em vários mercados na segunda metade de 2021".

Saída da LG do negócio de telefones deixa margem para concorrentes
Em abril, a LG anunciou que iria sair do negócio de smartphones, tendo em conta os resultados modestos ao longo dos últimos anos. Ben Stanton, analista da Canalys, acredita que, nos mercados onde a marca ainda detém algum poder, a saída poderá representar uma oportunidade de negócio para outros concorrentes, como é o caso da "TCL, Nokia ou da ZTE".

A saída da LG é "simbólica de uma nova era no mercado de smartphones", diz o analista. "E é prova de que uma estratégia agressiva de preços e uma estratégia no canal são mais importantes do que diferenciação de "hardware" nestes tempos modernos".

Em relação à falta de componentes, como é o caso dos chips, o analista acredita que essa situação possa vir a prejudicar o mercado de smartphones em trimestre futuros. O aumento de casos de covid-19 na Índia, um mercado forte para a indústria tecnológica, também poderá obrigar algumas marcas a repensar estratégia, focando-se "em regiões em recuperação, como a Europa".
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