Após a euforia do Pokémon Go, os investidores da Nintendo estão a regressar à realidade. A empresa divulgou os resultados do último trimestre, o primeiro trimestre fiscal, terminado em Junho, para a cotada, e reportou um prejuízo de 24,5 mil milhões de ienes (211 milhões de euros). A perda foi superior ao estimado pelos analistas sondados pela Bloomberg, que apontavam para um resultado negativo de 3,4 mil milhões de ienes.

As receitas caíram 31,3% para 62 mil milhões de ienes, com um abrandamento das vendas. Apesar do prejuízo no último trimestre, a Nintendo manteve o objectivo de conseguir um lucro de 35 mil milhões de ienes.

Os números foram reportados após o fecho do mercado em Tóquio e ainda não incluem o efeito do Pokémon Go, que apenas foi lançado a 7 de Julho. A febre com esta aplicação de realidade aumentada levou as acções da Nintendo a duplicarem de valor em duas semanas. A dimensão das subidas levou a empresa a ter de comunicar ao mercado, no final da semana passada, que o impacto do Pokémon Go nos seus resultados seria "limitado", o que levou os títulos a corrigirem mais de 20% nas últimas três sessões.

O Pokémon Go foi criado pela Niantic, entidade em que a Nintendo tem uma participação que não é pública. A empresa nipónica tem ainda uma posição na The Pokémon Company. Segundo estimativas dos analistas da Macquarie, a Nintendo terá uma participação efectiva de 13% nas receitas do Pokémon Go. A informação sobre a posição da Nintendo deverá ficar mais clara nos resultados do próximo trimestre, altura em que a aplicação de realidade aumentada já começará a contar para os resultados da empresa.

Outro factor a desiludir os analistas foi o anúncio do adiamento do Pokémon Go Plus, um acessório que a Nintendo desenvolveu para que se possam apanhar Pokémons sem ter o "smartphone" na mão. Será lançado apenas em Setembro.