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O Snap vai brilhar ou tropeçar na estreia em bolsa? Investidores estão divididos

Alguns investidores ainda estão cépticos em relação à futura performance da dona do Snapchat, receando que a rede social seja apenas uma moda, conta o Wall Street Journal.

Reuters
14 de Fevereiro de 2017 às 11:36
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A Snap Inc, dona do Snapchat, espera alcançar uma avaliação entre 20 a 25 mil milhões de dólares no âmbito da oferta inicial de venda (IPO na sigla em inglês).

Face a estes valores apontados pela empresa, os mais elevados desde a entrada na bolsa da Alibaba em 2014, os investidores estão a analisar detalhadamente os números da Snap para decidir se recomendam e/ou participam na operação, conta o Wall Street Journal. Um processo habitual no âmbito destas operações.

Cerca de uma dezena de responsáveis de fundos de investimento e analistas, muitos focados concretamente no sector tecnológico, confessaram ao jornal que acharam o documento entregue ao regulador do mercado de capitais norte-americano para o IPO "frustrante e decepcionante".

"Não é um Facebook, e acho que nem nunca vai ser um Facebook", disse Nabil Elsheshai, analista sénior da Thrivent Financial, que ainda está a ponderar se vai recomendar ou não o investimento no IPO.

Muitos investidores de Wall Street estão cépticos em relação à estreia em bolsa da empresa de mensagens e vídeos instantâneos por o preço ser demasiado alto e por não terem a certeza se o Snapchat não será apenas uma moda.

Já uma fonte da empresa liderada por Evan Spiegel garantiu ao WSJ que a Sanp Inc está confiante que vai atingir as metas propostas.

De acordo com os últimos dados, do último trimestre findo em Dezembro, o Snap tinha em média 158 milhões de utilizadores diários, o que representa um aumento de 3,3% face ao trimestre anterior.

Além disso, o Snap é atractivo para os anunciantes por cauda da cobiçada base de utilizadores jovens que em média rondam os 18 e os 34 anos.

Mesmo assim, há investidores que ainda não estão totalmente convencidos. E o documento entregue ao regulador dos mercados nos EUA, a SEC, público desde 2 de Fevereiro, não ajudou.

Logo nas primeiras linhas do mesmo documento, a Snap Inc caracteriza-se como uma empresa de câmaras. Uma descrição que surpreendeu os responsáveis de fundos de investimento, uma vez que implica que a Snap é fabricante de "hardware" e não uma rede social.

Outro ponto que gera dúvidas aos investidores é o facto de os co-fundadores (Evan Spiegel e Bobby Murphy) continuarem a deter a maioria de direitos de voto, mesmo depois do IPO.

Uma imposição que não tem sido muito bem recebida pelos investidores por não conhecerem bem os jovens co-fundadores da empresa de forma a confiarem neles para lhes conferir tanto poder.

Como o responsável de investimento da Sloy, Dahl & Holst explicou ao jornal "quando vejo este tipo de coisas, não fico muito entusiasmado", disse Paul Meeks.

O mesmo responsável adiantou que poderá considerar o PIO do Snap dependendo do preço. Mas sublinhou que precisa de ouvir mais detalhes por parte da empresa sobre os objectivos e estratégias para aumentar o número de utilizadores e concorrer com o Facebook.

Os investidores contactados pelo WSJ esperam que a Snap Inc avance com este tipo de detalhes quando arrancar o "roadshow", que deverá ter início esta sexta-feira.

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