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Novos clientes na China ganham terreno aos EUA na operação da Farfetch

O mercado chinês ganhou terreno na lista de novos clientes da plataforma de comércio de moda de luxo. O COO da empresa destaca ainda a conquista de novos clientes no Médio Oriente e no Reino Unido.

14 de Maio de 2021 às 12:26
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Após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre do ano, a luso-britânica Farfetch considera os resultados apresentados como "muito positivos". Entre janeiro e março de 2021, a plataforma de moda de luxo online liderada pelo português José Neves reportou um lucro de 516,66 milhões de dólares entre janeiro e março, contra um prejuízo de 79,17 milhões um ano antes.

O resultado líquido apresentado esta quinta-feira, após o fecho da Wall Street, inclui 660 milhões de benefício 'non-cash' originado pelo impacto de um preço de ação mais baixo, nos itens detidos a um valor justo e a redimensionamentos, sublinha a empresa na sua apresentação das contas.

Ao Negócios, Luís Teixeira, responsável global pelas Operações (COO) da Farfetch, explica que o principal destaque dos resultados "é claramente o crescimento, que já vinha acelerado de 2020, que prosseguiu no primeiro trimestre de 2021" e que "de forma muito humilde acabou por exceder as nossas próprias expectativas".

"Penso que isto é um resultado bastante interessante, porque obviamente haveria algumas questões relativamente à desaceleração que vimos no ano passado, principalmente no início da pandemia", continua.

"Aquilo que vemos aqui é que está claro que vivemos um momento de mudança de paradigma no online e na indústria de luxo. É de facto a confirmação de que somos um parceiro de todas as boutiques e marcas que usam a nossa plataforma." No primeiro trimestre, a Farfetch adquiriu 480 mil novos clientes, tendo sido também registado um aumento de 8% no preço médio por compra, que se situou nos 618 dólares - cerca de 510,36 euros.

Entre os novos clientes, o mercado chinês ganhou força no trimestre. A Farfetch chegou este trimestre à China, pela mão da gigante Alibaba. Em conjunto com a Richmont, a empresa de e-commerce investiu 600 milhões de dólares na plataforma de retalho de luxo em 2020.

Luís Teixeira detalha que o cliente chinês teve destaque no número de novos clientes conquistados. "A China continuou no primeiro trimestre a ganhar terreno face aos EUA". O mercado norte-americano é, ainda, a localização geográfica mais importante para a Farfetch, onde foi sentido um crescimento "muito forte nas últimas quatro semanas do trimestre", explica o COO. No trimestre destacou-se ainda o número de novos clientes adquiridos no mercado do Médio Oriente e Reino Unido.

O responsável da Farfetch nota que a plataforma tem vindo a conquistar "meio milhão de clientes em cada um dos trimestres". Entre janeiro e março, foi sentido um aumento daquilo que é a "qualidade" do consumidor: Luís Teixeira descreve os novos clientes como adquiridos através de compras "a full price" e não em momentos de descontos, garantindo um "‘lifetime’ de clientes mais longo".

Operação sem impacto da pandemia
De uma forma geral, a Farfetch refere que, nos principais mercados, não está a sentir um impacto na operação devido à covid-19. A pandemia "criou alguns distúrbios logísticos e algumas limitações até" em 2020, recorda Luís Teixeira, para logo rematar que a empresa conseguiu "sobreviver a essa turbulência". "Neste momento podemos considerar que, de uma forma geral, a nossa operação não está a ser afetada pela pandemia."

A Farfetch tem uma loja online no mercado indiano, país onde conta também com um escritório e com uma equipa de funcionários. Luís Teixeira refere que, neste momento, a situação pandémica na Índia, onde se multiplicam os casos de infeção, é algo com o qual a Farfetch não se irá preocupar do ponto de vista de um eventual impacto para as operações. 

"O peso da operação e mercado são dados que não fazemos disclosure dos valores exactos. A Índia é um mercado com bastante potencial, mas é um mercado que ainda não tem uma grande expressão naquilo que é o peso da Farfetch. Tendo dito isto, obviamente que esta situação na Índia é algo que nos é bastante próxima e com o qual estamos bastante sensibilizados, quanto mais não seja porque temos uma equipa e um escritório com algumas pessoas na Índia", explica.

"[Índia] não tem um grande peso e nem é algo com que nos vamos preocupar. Não é significativo, mas neste momento a nossa maior preocupação é com o bem-estar das pessoas e não com o impacto que possa ter na operação."
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