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Mercado de telemóveis encolheu 3,9% em Portugal em 2022

No ano passado foram vendidas "2,5 milhões de unidades", sendo equivalente a 934 milhões de euros, divulgou esta segunda-feira a IDC.

Em 2023, o mercado de telemóveis deverá estagnar ou crescer de forma marginal, prevê a empresa Canalys.
Getty Images
24 de Abril de 2023 às 10:50
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O mercado de 'smartphones' em Portugal caiu 3,9% no ano passado, face a 2021, "para 2,5 milhões de unidades, ou 934 milhões de euros", diz, em entrevista à Lusa, o vice-presidente da IDC na Europa.

"Durante a pandemia, o mercado assistiu a uma queda significativa nas vendas de 'smartphones, uma vez que o focus da maioria dos consumidores e empresas foi adquirir computadores e 'tablets' para fazer face às necessidades do trabalho a partir de casa", explica Francisco Jerónimo, vice-presidente da IDC na Europa para a área de dispositivos móveis.

Aliás, foram registadas "quedas de 18% em alguns trimestres", sublinha.

Em 2021, adianta Francisco Jerónimo, "o mercado recuperou, apresentando um crescimento de 8,4%".

Os consumidores e empresas que adiaram a substituição do 'smartphone' durante a pandemia fizeram-no em 2021 e na primeira metade de 2022.

"Contudo, a taxa de penetração dos 'smartphones' está já acima dos 85%, pelo que a performance desta categoria está relacionada com os ciclos de substituição de 'smartphones'", pelo que se verificou que este ciclo "abrandou na segunda metade do ano passado" (já que os consumidores já tinham comprado um telemóvel novo), "o que levou a uma queda significativa nas vendas", justifica.

Além disso, no segundo semestre "a questão do aumento do custo de vida levou a que os restantes consumidores que ainda não tinham substituído o 'smartphone' tenham adiado a decisão".

De acordo com a IDC, em Portugal a Samsung, com 42,3% de quota de mercado, liderava as vendas de telemóveis inteligentes, seguida da Xiaomi (23,3%) e da Apple (16,6%).

Numa análise dos últimos cinco anos, verifica-se que "apenas em 2021 se verificou uma subida do mercado de 'smartphones'", cujo crescimento a IDC considera dever-se, "sobretudo, ao facto dos consumidores e empresas terem adiado a substituição do 'smartphone' durante a pandemia".

Em 2018, as vendas de 'smartphones' recuaram 5%, em 2019 a queda foi de 4,7% e em 2020 de 8%. Em 2021, o aumento das vendas foi de 8,4% e no ano passado recuaram 3,9%.

"O mercado tem estado em queda há já alguns anos. Como referi, a taxa de penetração dos 'smartphones' está já acima dos 85% da população, pelo que qualquer venda seja uma substituição de terminal e não um novo utilizador. Por outro lado, as vendas de 'smartphones' têm vindo a ser de valores cada vez mais elevados", salienta Francisco Jerónimo.

Por exemplo, o preço médio de venda dos 'smarphones' subiu 19% entre 2018 e 2022.

Questionado sobre o ano em que se vendeu mais 'smartphones' em Portugal, Francisco Jerónimo aponta 2015.

"As vendas de 'smartphones' atingiram o pico de vendas em 2015 com três milhões de unidades vendidas ou 620 milhões de euros", diz.

Desde então, as vendas em unidades têm vindo a diminuir, com o valor a subir.

"Apesar do melhor ano de sempre em unidades ter sido 2015 (...), as vendas ficaram muito abaixo do valor total em 2022", salienta o vice-presidente da IDC na Europa.

Vendas de dispositivos 5G ultrapassam as de 4G
As vendas de 'smartphones' 5G "ultrapassaram as vendas de 4G pela primeira vez" em 2022, ano em que o segmento "valeu 934,30 milhões de euros".

Em 2022, "as vendas de 'smartphones' 5G ultrapassaram as vendas de 4G pela primeira vez", refere, em entrevista à Lusa, o vice-presidente da IDC na Europa para a área de dispositivos móveis.

Aliás, "as vendas de 5G já representam 58% das vendas totais de 'smartphones'", percentagem que "continuará a aumentar nos próximos anos, com as vendas de dispositivos de quinta geração a "representarem 95% das vendas totais em 2027", acrescenta.
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