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Jazztel dá créditos para travar saída de clientes para PT

A Jazztel vai atribuir bónus de permanência aos clientes para travar a sua saída para a rede da PT, defendendo que vai praticar preços 30% abaixo do operador histórico que está a captar utilizadores com base de informação confidencial.

24 de Fevereiro de 2003 às 13:24
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A Jazztel vai atribuir bónus de permanência aos clientes para travar a sua saída para a rede da Portugal Telecom, defendendo que vai praticar preços 30% abaixo do operador histórico que está a captar utilizadores com base de informação confidencial, disse Francisco Silva, administrador operacional da Jazztel Portugal.

O novo tarifário da operadora de telecomunicações fixas ibérica que vai entrar em vigor a partir de 1 de Março, implicará, «poupanças para os clientes superiores a 30%», em relação aos preços praticados pela Portugal Telecom, tendo em conta uma facturação média de 100 euros e o perfil dos clientes da Jazztel, afirmou José Luís Cardoso, director de marketing e vendas da Jazztel Portugal.

A Jazztel está disposta a dar a diferença aos clientes que encontram tarifas mais baratas que as praticadas pela empresa.

De acordo com o perfil dos clientes da Jazztel que são basicamente pequenas e médias empresas, os clientes realizam, entre 50 a 60% das chamadas para o mesmo indicativo, sendo que para indicativos diferentes, essa percentagem desce até 30%.

Para chamadas de telemóveis e internacionais, os clientes da Jazztel gastam 10% do total do volume de tráfego, respectivamente.

É com base neste perfil que a Jazztel garante 30% de preços inferiores aos da PT, sublinhando que no pior caso, os clientes poupariam mais de 5% face ao operador histórico.

Jazztel contrata mais trabalhadores em 2003

Para incentivar à permanência e captação de novos clientes, a Jazztel vai reforçar a rede de agentes que totalizam 40, no Norte e Sul do país, e apostar em canais corporativos que ligar-se-ão associações de empresas.

Neste sentido, a empresa estima aumentar os postos de trabalho, em 2003, em cerca de seis novos elementos que se juntam aos 50 que a empresa emprega, anunciou Francisco Silva.

A Jazztel vai ainda dar a conhecer os novos tarifários através de uma campanha publicitária, que arrancará no final de Março, sobretudo nas rádios nacionais.

A operadora nacional defende que tem os tarifários mais simplificados no mercado, salientando vantagens da política de preços no que respeita à facturação ao segundo a partir do primeiro segundo.

A operadora introduz um novo plano para empresas cujo perfil de chamada recai sobre as de longa duração na qual facturam ao segundo, a partir do primeiro minuto, explicou José Luís Cardoso em conferência de imprensa.

A novidade do novo tarifário inclui a atribuição de créditos aos clientes para os incentivar a ficar na rede da Jazztel. «Vamos dando benefícios a quem fica mais connosco», explicou a mesma fonte.

No final do sétimo mês, os clientes receberão um crédito com 25% da última factura (acima de três euros) que englobará «todo o tipo de tráfego», sendo que lhe é «atribuído um crédito de seis em seis meses» de 25 pontos percentuais acima do anterior, revelou a mesma fonte.

Jazztel pode recorrer a tribunais para travar PT

Este instrumento permitirá à Jazztel travar a saída dos seus clientes para a principal rival que, segundo acusa Francisco Silva, «tem usado a base de dados confidencial da Jazztel» para captar novos clientes. Como gestor da rede tem acesso aos clientes da operadora que, de acordo com a Jazztel, passa a informação para o departamento comercial.

A Jazztel decidiu optar pela estratégia comercial acompanhada dos recursos interpostos na Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) visando travar aquele tipo de actuação do incumbente, disse a mesma fonte.

«A via legal, através da Anacom e nos tribunais, opção que não deixaremos de equacionar se for caso disso, é muito lenta, e temos que no dia-a-dia, gerir esta situação», reforçou a mesma fonte.

Desde 2000 que a Jazztel tem apresentado queixas da PT por abuso de informação privilegiada junto da Anacom.

A PT tem captado cerca de 9% dos clientes da Jazztel que em Dezembro de 2002 totalizavam os 40 mil, dos quais 60% são empresas, embora, no último mês, seja visível que as empresas cancelam contratos com a operadora porque cessam a sua actividade, informou José Luís Cardoso.

As acções da Jazztel cotavam inalteradas nos 0,23 euros.

Por Bárbara Leite

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