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Google compra divisão da HTC para reforçar aposta no "hardware"

Num negócio de 1,1 mil milhões de dólares, a Google vai reforçar as suas equipas de engenheiros e designers na área do "hardware".

O Pixel tem uma quota de mercado inferior a 1% Reuters
21 de Setembro de 2017 às 09:10
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A Google anunciou a aquisição de uma divisão da HTC, que tem como objectivo reforçar a aposta da tecnológica no fabrico de smartphones.

 

Num negócio de 1,1 mil milhões de dólares, na prática a Google compra uma equipa de 2 mil trabalhadores e uma licença (não exclusiva) de propriedade intelectual. Grande parte destes trabalhadores são engenheiros e designers que trabalharam já no desenvolvimento do Pixel, o smartphone da Google.

 

Esta aquisição evidencia a aposta que a Google está a fazer no "hardware", numa altura em que o seu sistema operativo Android está já presente na maioria dos telemóveis em todo o mundo. Já no próximo mês de Outubro está previsto o lançamento da segunda geração de telefones da Google. A empresa continua também a desenvolver outros aparelhos ("hardware") que funcionam com base no "software" desenvolvido pela companhia.

 

O reforço da divisão de "hardware" da Google ficou também evidente quando, no ano passado, contratou Rick Osterloh, da Motorola, para liderar esta unidade.  A própria empresa assume esse desígnio. "Para a Google, este acordo reforça ainda mais o compromisso na área dos ‘smartphones’ e todo o investimento na emergente divisão de ‘hardware’", refere um comunicado da companhia.

 

A HTC é já uma parceira da Google há bastante tempo, sendo que os seus engenheiros estão habituados a trabalhar em produtos que utilizam "software" da empresa que tem o motor de busca mais utilizado do mundo.

 

A empresa de Taiwan vai continuar com a actividade de fabricar smartphones, sendo que nos últimos anos tem vindo a perder quota de mercado (chegou a ser de quase 10%), sobretudo para a Apple, Samsung e fabricantes chineses. No ano passado a quota de mercado global da HTC ficou abaixo de 1%. A Pixel, da Google, tem uma quota também abaixo de 1%, equivalente a 2,8 milhões de telefones vendidos no ano passado.


Devido a este declínio da HTC, vários analistas questionam a oportunidade deste negócio para a Google. E lembram o "flop" que foi a aquisição da Motorola Mobility, em 2012, que custou 12,5 mil milhões de dólares e foi vendida depois anos depois à Lenovo por menos de 3 mil milhões de dólares. Na área do "hardware", a Google comprou a Nest por 3,2 mil milhões de dólares em 2014 e lançou o Google Home ("speakers") e o Daydream View (realidade virtual).   

 

Mas também há quem defenda a iniciativa da Google. "A HTC é um negócio completamente diferente da Motorola. [A Google] necessita de um melhor controlo sobre a produção se quer que um dia a Pixel concorra com o iPhone", comentou à Bloomberg Jason Low, analista da Canalys. 

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