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França investiga Epson por encurtar vida dos produtos. Apple pode vir a seguir

As autoridades francesas estão a investigar a Epson por alegada obsolescência programada dos tinteiros das suas impressoras. A queixa foi apresentada em França por uma associação contra o encurtamento do período de vida dos produtos e a Apple pode ser a próxima visada.

Reuters
Bruno Simões brunosimoes@negocios.pt 02 de Janeiro de 2018 às 18:33

Dias depois de Apple admitir que deixa os seus iPhones antigos mais lentos de cada vez que lança uma actualização do software iOS, o que é visto por muitos como uma forma de obsolescência programada (ou seja, a indução do fim de vida dos produtos para obrigar os clientes a comprar novos), a justiça francesa confirmou que está a investigar a japonesa Epson por uma prática similar.

 

De acordo com a queixa apresentada pela associação francesa de consumidores HOP, que numa tradução livre significa Parem a Obsolescência Programada, os utilizadores das impressoras desta marca são forçados a mudar de tinteiros quando estes ainda têm tinta no seu interior – o que é interpretado como uma forma de aumentar os lucros da Epson, uma vez que estes componentes são especialmente caros.

 

A abertura da investigação da justiça francesa foi confirmada à agência Reuters na passada semana. O processo foi aberto em Novembro, em Nanterre, nos subúrbios de Paris, depois de uma queixa da HOP apresentada em Setembro. Desde 2015 que a lei francesa passou a considerar crime a obsolescência programada – isto é, quando as empresas reduzem propositadamente o tempo de vida dos produtos para dessa forma aumentarem a procura por substitutos.

 

A HOP apresentou entretanto uma nova queixa na justiça francesa contra a Apple, acusando a tecnológica norte-americana de promover a obsolescência programada dos seus iPhones mais antigos. A companhia admitiu que reduziu a performance dos modelos 6, 6S, 7 e SE para evitar que estes telefones, com baterias mais velhas e com menor capacidade, se desligassem sozinhos em momentos de pico de processamento.

 

Numa mensagem colocada na internet, a Apple garante, contudo, que essa medida foi tomada para prolongar a vida dos telefones, e não para a reduzir. Ainda assim, os críticos questionam por que razão a companhia nunca explicou que os telefones iriam ficar mais lentos nas actualizações de software lançadas todos os anos, além de não informar que essa lentidão poderia ser resolvida com uma troca de bateria.

 

A Apple começou entretanto a vender baterias de substituição com um desconto de 50 dólares – em vez dos habituais 79 dólares (65,6 euros), passará a cobrar 29 dólares (24 euros).

Além das queixas em França, a Apple enfrenta já dezenas de processos judiciais nos Estados Unidos e em diversos outros países do mundo por causa da redução da capacidade dos seus iPhones.

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