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Foxconn reduz oferta pela Sharp e deve fechar compra esta semana
O valor apontado para o negócio deverá ser reduzido em cerca de 789 milhões de euros, depois de há mais de um mês o negócio ter sido suspenso devido a dúvidas sobre riscos financeiros futuros que eram cerca de metade do valor da compra.
A venda da electrónica Sharp à taiwanesa Foxconn, interrompida há mais de um mês devido a dúvidas sobre riscos financeiros futuros, deverá ficar desbloqueada esta semana com a revisão em baixa do preço a pagar pela empresa japonesa.
Para a próxima quarta-feira, 30 de Março, estão previstas reuniões dos conselhos de administração das duas empresas onde, de acordo com o diário japonês Nikkei, os últimos detalhes ficarão fechados.
Entretanto, no fim-de-semana, a imprensa internacional deu conta que as duas empresas acordaram com os credores da Sharp a redução do negócio dos 660 mil milhões de ienes (5.207 milhões de euros) inicialmente previstos para cerca de 550 mil milhões de ienes (4.340 milhões de euros).
Os novos moldes da oferta pressupõem uma redução de cerca de 100 mil milhões de ienes (789 milhões de euros) ao valor inicialmente destinado à emissão de novas acções da Sharp, que era de 3.859 milhões de euros.
Na quinta-feira, dia em que deverá ser assinado o acordo, a Foxconn deverá depositar um pagamento inicial de 100 mil milhões de ienes. Os termos anteriores do negócio definiam que um valor semelhante serviria para comprar acções preferenciais da Sharp a dois bancos credores: o Mizuho Financial Group e o Mitsubishi UFJ Financial Group.
De acordo com fontes citadas pelo Nikkei, as duas empresas deverão oficializar o negócio numa conferência de imprensa no próximo sábado, dia 2 de Abril.
A compra da Sharp foi suspensa horas depois de ser anunciada, a 25 de Fevereiro passado, oficialmente à espera de divulgação de informação da companhia japonesa.
De acordo com o Wall Street Journal (WSJ), que citava na altura fontes próximas do processo, estavam em causa riscos financeiros futuros que a Foxconn não tinha ainda contabilizado. Segundo a publicação, haviam sido entretanto detectados passivos contingentes (riscos financeiros futuros ou "contingent liabilities" em inglês) que ascendiam a 2,8 mil milhões de euros, cerca de metade do valor do negócio.
O objectivo da compra, referia o WSJ, era que a Foxconn entrasse na produção de um dos produtos-bandeira da Sharp - o ecrã táctil usado nos iPhone da Apple, um dos componentes mais caros. Esta será uma oportunidade para a empresa ampliar a gama de dispositivos que já fornece à marca norte-americana, numa altura em que a Apple prepara a transição para ecrãs OLED, produzidos maioritariamente pela Samsung.
(notícia actualizada às 12:00 com informação sobre aprovação de linha de crédito - terceiro parágrafo)