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Donald Trump está suspenso do Facebook por dois anos

O Facebook anunciou que Donald Trump está suspenso da rede social por um período de dois anos, o maior período possível.

04 de Junho de 2021 às 17:51
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O Facebook concretizou qual será o período de suspensão das contas de redes sociais de Donald Trump, na sequência das publicações feitas após a invasão ao Capitólio, no início de janeiro. Trump enfrenta a suspensão mais grave no quadro do Facebook, segundo o comunicado feito pela rede social.

No mês passado, o órgão independente que supervisiona as ações do Facebook criticou aquilo que foi descrito como um carácter aberto na natureza da suspensão das contas de Donald Trump. Assim, esta sexta-feira a rede social especifica que Trump está suspenso por um período de dois anos, a contar desde a data inicial de suspensão, que arrancou a 7 de janeiro.

"Estamos a anunciar novos protocolos de ação que vão ser aplicados em casos excecionais como este", afirma Nick Clegg, o vice-presidente para a área de "global affairs" do Facebook. Numa publicação disponibilizada hoje, é indicado que a rede social "confirma que a penalização é consistente com os protocolos que estão a ser aplicados às contas de Trump". 

"Tendo em conta a gravidade das circunstâncias que levaram à suspensão das contas de Trump, acreditamos que as ações contribuíram para uma violação grave das nossas regras, merecendo a maior penalização possível disponível nestes novos protocolos de ação."

No quadro de atuação do Facebook, partilhado na publicação, são indicados diversos períodos de suspensão para figuras públicas que possam incentivar à violência ou a conflitos civis, que podem ir desde um mês, seis meses, um ano ou dois anos. 

O Facebook explica que, no final deste período de tempo, os especialistas avaliarão se "o risco para a segurança pública foi colmatado". Serão avaliados fatores externos, como a incitação à violência ou restrições a ajuntamentos pacíficos. Caso se chegue à conclusão de que ainda existe um risco para a segurança pública, diz a empresa, as restrições às contas de Facebook e Instagram de Trump poderão ver a suspensão prolongada. 

Caso eventualmente a suspensão seja levantada, a rede social menciona um conjunto "rígido" de ações que será acionado caso haja novamente um comportamento nas redes que vá contra as regras. 

Rede social reconhece penalização "controversa"
Na mesma publicação, o Facebook reconhece que "qualquer penalização que escolha aplicar - ou não aplicar - será controversa". O papel das redes sociais, em questões como a desinformação ou o discurso de ódio, tem sido alvo de um escrutínio crescente. No caso de Donald Trump, o papel de empresas como o Facebook ou o Twitter dividiu opiniões, com várias vozes a apontar que as plataformas eram demasiado permissivas com Trump; do outro lado da barricada, os apoiantes do ex-presidente mencionavam uma tentativa de tentar silenciar o milionário. 

"Muitas pessoas acreditam que não é apropriado a uma empresa privada como o Facebook suspender um antigo presidente da sua plataforma, enquanto outros acreditam que Trump deveria ter sido banido imediatamente e para toda a vida", é possível ler. "Sabemos que a decisão vai ser criticada por muitas pessoas de lados opostos - mas o nosso papel é fazer com que a decisão seja o mais proporcional, justa e transparente possível, cumprindo com as instruções dadas pelo quadro de supervisão".

O Facebook refere que esta suspensão é apenas válida para os serviços da empresas, que incluem também o Instagram. "Trump é e continuará a ser livre para expressar-se como quiser publicamente através de outros meios."

A rede social de Mark Zuckerberg decidiu suspender as contas de Trump no Facebook e Instagram a 7 de janeiro, depois da invasão ao Capitólio. Os aoiantes do presidente cessante dos EUA, Donald Trump, entraram em confronto com forças policiais no dia 6 de janeiro e invadiram o Capitólio, em Washington, na altura em que o Senado e Câmara de Representantes estavam reunidos para formalizar a vitória de Joe Biden, nas eleições de novembro de 2020. 

Após a invasão, que mereceu publicações de Trump, também a conta do antigo presidente dos EUA foi suspensa no Twitter.

Trump: é um "insulto"

Horas depois desta decisão de hoje, Trump disse que a suspensão aplicada pelo Facebook à sua conta é um "insulto" aos "75 milhões" de norte-americanos que votaram na sua candidatura em 2020.

"A decisão do Facebook é um insulto" aos "75 milhões de pessoas que votaram em nós em 2020", afirmou o antigo presidente, em comunicado citado pela Lusa, acrescentando que a rede social "não devia escapar incólume a tal ato de censura".


(notícia atualizada pela última vez às 22:52)
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