Em virtude das mudanças que se processam na sociedade de hoje, a Comissão Europeia (CE) definiu as suas estratégias de emprego na sociedade de informação. Esta recorre às tecnologias de informação como a Internet, não só como meio de comunicação, recolha de informação e de oferta de serviços, quer pública ou privada, mas também como uma fonte de trabalho, onde a qualificação dos trabalhadores é a palavra de ordem.

De acordo com um comunicado emitido pela CE esta foca que é essencial a definição de uma estratégia europeia de emprego na sociedade de informação, cujos pilares base são a empregabilidade, as empresas, a adaptabilidade e iguais oportunidades para todos os cidadãos.

A estratégia definida para a Sociedade de Informação, abrange várias áreas, como o ensino, o trabalho, os serviços públicos e as empresas, em que os horizontes temporais vão desde o ano 2000 até ao fim de 2004. O ensino é um dos pontos de partida, pois a nova geração designada de «Net Generation» é que vai comandar o futuro das tecnologias de informação, sendo muito importante que estejam desde logo preparados os nossos jovens. Para isso conta-se com o acesso ao software e hardware, bem como ao ensino da sua utilização nas escolas de ensino básico, conciliado também com o «up-grade» dos seus professores. Assim algumas recomendações passam pela ligação de todas as escolas à Internet, no aumentar da capacidade multimédia nas escolas e no assegurar que todos os professores estejam qualificados para o ensino das tecnologias de informação.

Outro campo focado é o emprego na sociedade de informação. Este tem conhecido uma nova estrutura, em que existe uma maior flexibilidade laboral e a adaptatibilidade ao tele-trabalho. As recomendações aos Estados Membros surgem na possibilidade de contacto com as tecnologias de informação, na organização de condições que permitam o tele-trabalho numa larga escala, na promoção de cursos de tecnologias de informação, incluindo a utilização de estratégias de treino industrial com direito a certificados, nas novas tecnologias. Às indústrias da sociedade de informação cabe assegurar equipamentos de fácil utilização para as pessoas menos qualificadas.

Quanto aos serviços públicos na sociedade de informação, verifica-se que estes podem ser desburocratizados, tornando-se mais rápidos e eficazes para as empresas e cidadãos. Esta etapa requer no entanto um esforço das autoridades públicas na instalação, por exemplo, de uma página na Internet de fácil utilização, com informação sobre direitos cívicos e oferecendo «links» para os serviços públicos relevantes.

Em relação às empresas na sociedade de informação, é de salientar que o comércio electrónico contribuirá para o crescimento do emprego e do produto, aumentando os padrões de vida na Europa. Surgem, assim, novas oportunidades de negócios para novas empresas, com o aparecimento de novas classes de intermediários como os que agregam a informação, a publicam e a trocam. As recomendações dadas aos Estados Membros vão no sentido da criação de novos negócios e serviços através de políticas fiscais.

A este nível o mesmo documento refere que na Europa o «e-commerce» está mais vocacionado para as empresas (business to business) do que para os consumidores (business to consumer), mas as receitas têm vindo a crescer e espera-se que alcançem os 358 mil milhões de dólares (373,32 mil milhões de euros ou 74,843 mil milhões de contos) em 2003 contra os 654 mil milhões de dólares (682,00 mil milhões de euros ou 136,728 mil milhões de contos) nos EUA.

Quanto ao facto de a taxa de penetração da Internet na Europa ser bastante inferior à dos Estados Unidos, o mesmo estudo refere que isso se deve ao preço das chamadas telefónicas das operadoras ser bastante superior. Contudo, com o tempo deverá verificar-se uma convergência ao nível dos preços.