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China quer banir computadores de marcas estrangeiras do governo e empresas estatais
Pequim estará interessado em retirar computadores de marcas estrangeiras do governo e também de empresas controladas pelo Estado. A medida pode afetar, no mínimo, 50 milhões de PC.
A China terá ordenado às agências governamentais e também a empresas que sejam controladas pelo Estado chinês para substituir computadores de marcas estrangeiras por alternativas domésticas, avança a Bloomberg. Citando fontes próximas do assunto, é referido que Pequim estabeleceu um prazo de dois anos para que seja feita esta troca.
A ideia passará por mais uma tentativa de erradicar tecnologia estrangeira de órgãos com informação mais sensível - além disso, também vai beneficiar as fabricantes chinesas de PC.
A Bloomberg indica que este anúncio da substituição terá sido feito no regresso da pausa de maio, com as ordens a terem origem nas autoridades centrais do governo chinês. No mínimo, poderá estar em causa a substituição de 50 milhões de PC. E este número refere-se apenas às substituições a fazer nos governos centrais.
Não é segredo que a China tem levado a cabo uma séria campanha para substituir tudo o que é tecnologia e software desenvolvido por empresas estrangeiras. Na verdade, o esforço já leva mais de uma década. Já em 2019 a imprensa internacional avançou que Pequim emitiu uma diretiva que estipulava que os compradores em diferentes setores do Estado chinês ou que dependessem de subsídios públicos passassem a recorrer a fornecedores de tecnologia domésticos. Na altura, esta medida foi um golpe para empresas norte-americanas, como a HP, Dell ou a Microsoft.
E, mais uma vez, poderão ser estas as empresas afetadas. Nathan Naidu, analista da Bloomberg Intelligence (BI) antecipa que a "Lenovo pode ver as vendas crescer dramaticamente com a ordem de Pequim". "Isto poderá representar mais de 50 milhões de PC nos próximos dois anos", continua, notando que a "fabricante número 1 da nação continua a depender de chips norte-americanos, mas que já criou a sua unidade de fabrico de chips e investiu em pelo menos 15 empresas de design de semicondutores".
Atualmente, a HP e a Dell são as maiores marcas de computadores na China, sendo apenas ultrapassadas pela Lenovo.
As ações da Lenovo em Hong Kong fecharam em contraciclo com as quedas das principais tecnológicas após a divulgação da notícia da Bloomberg, a valorizar 2,08% para 7,84 dólares de Hong Kong. A empresa chegou a disparar quase 5% durante a sessão. Também a fabricante de software Kingsoft recuperou das perdas e chegou a ganhar 3,3%.