Numa entrevista difundida hoje pela rádio pública alemã "Deutschlandfunk", Westerwelle assegurou que os dois Governos devem falar sobre o que se passou, já que Berlim vê com "grande reticência e cepticismo" o que foi divulgado pelos meios de comunicação social sobre o programa "PRISM".

Para o ministro, a "protecção face ao terrorismo" e a melhoria da "segurança tendo em conta as ameaças terroristas" através de novas tecnologias são compatíveis com "a protecção da esfera privada" e da protecção de dados pessoais.

A divulgação do escândalo do programa de espionagem "PRISM" através da Internet teve fortes repercussões na Alemanha, um país especialmente preocupado com a protecção dos dados privados.

O Governo alemão acrescentou mesmo ter colocado este assunto na agenda da reunião bilateral de quarta-feira entre Obama e Angela Merkel.

Os ministérios do Interior e da Justiça da Alemanha enviaram esta semana cartas à embaixada dos Estados Unidos em Berlim e ao Departamento de Estado norte-americano a solicitar informações sobre a amplitude e questões que digam respeito à Alemanha e que estejam englobadas naquele programa de espionagem, informaram fontes do executivo alemão.

O Governo alemão reuniu-se esta sexta-feira com empresas de novas tecnologias afectadas pelo escândalo no sentido de recolher informações ainda que não tenha obtido qualquer resposta concreta.

Berlim assegurou, entretanto, que os serviços de espionagem alemã "não têm nem desejam" um sistema de ciberespionagem massivo na Internet do género do que dispõe os Estados Unidos.