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Tuizzi, entre o aumento de capital e a venda

À procura de novos investidores, a tecnológica portuguesa ambiciona concretizar uma nova injecção de capital para alimentar o seu crescimento internacional, com Angola, Colômbia e EUA na mira.

Paulo Duarte/Negócios
25 de Março de 2014 às 00:04
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Juntaram todas as poupanças que tinham e arriscaram. Nem todos os dias foram bons, mas a persistência trouxe-os até aqui. A Tuizzi é uma das start-ups portuguesas que está a dar cartas pelo mundo na área da publicidade exterior. Afonso Santos (na foto), um dos fundadores da empresa, admite existirem dois caminhos de futuro: ou injecção de capital ou venda da empresa para algo maior.

Para explicar o que fazem, Afonso Santos rapidamente diz: "arrancámos como sendo um Booking.com para a publicidade no exterior", onde é possível ver as localizações de publicidade, os preços, e reservá-las. Para chegar a esta fase gastaram as poupanças que tinham e investiram na participação num concurso em Londres. "Fomos participar no ‘Start-up Games’ e, a concorrer com 400 empresas, ficámos em segundo lugar", recorda Afonso Santos. Este concurso correu tão bem que o Afonso ficou mais uma semana na capital do Reino Unido para fazer contactos. "Sai de lá com três propostas de investimento", recorda.

A história que tem para contar é de sucesso, mas Afonso Santos não tem pudor em dizer: "investimos os três uns 150 mil euros, tivemos dois anos sem ordenados, a viver em casa dos pais... há muitas pessoas que, com os problemas que tivemos, tinham desistido".

O co-fundador da Tuizzi admite que o momento de viragem da empresa foi quando deu uma entrevista, em Portugal. "Primeiro não disse a ninguém que já não tínhamos dinheiro nenhum e disse que tínhamos muitos interessados. Choveram contactos e conseguimos levantar um milhão de euros com o apoio da Portugal Venture e da Invicta Angels", lembra.

Este empresário admite que "os portugueses acreditam pouco nos portugueses" e, nessa medida "foi preciso validarmos fora do País" o projecto. Mas a opção dos três fundadores – Afonso Santos, Álvaro Ferreira e Hélder Fernandes – recaiu sobre investidores portugueses.

Menos de três anos depois, a Tuizzi já não é só "um Booking, agora somos mais um AirBnB", onde já é possível não só reservar como também comprar publicidade exterior. "Fui viver para Inglaterra, estamos em negociações para Angola, Colômbia e abrimos no Texas, em São Francisco e Nova Iorque".

Afonso Santos diz que agora é necessário dar o salto e para isso é necessário mais capital. "Ainda temos dinheiro, mas estamos à procura de uma nova ronda de investimento e já temos interessados". O objectivo é tomar a decisão até ao final do ano. Contudo, com o potencial da empresa e o crescimento do mercado, Afonso não exclui a aquisição da empresa. "Quando chegar a proposta certa, claro que estamos interessados", conclui.

 
Lições de start-up: "Não usem o QREN, correu muito mal"

Para os empreendedores que estão a começar agora, o co-fundador da Tuizzi aconselha a não constituir nenhuma empresa no início. "Só devemos criar uma empresa quando já estivermos a facturar, porque isso tem um custo muito elevado". Mais do que o dinheiro, "o importante é ter uma boa equipa". A Tuizzi recorreu a fundos do QREN e o balanço foi negativo. "Correu muito mal, não usem o QREN, é muito difícil", diz, frisando que uma das lições mais importantes que aprendeu foi o facto de o investimento arrecadado "servir para investir no crescimento e não na facturação... e não era assim que pensava".

 

Afonso Santos garante que "existe muito dinheiro para apoiar", mas os empreendedores "não devem fazer nada que o cliente não esteja disposto a pagar". Agora com visão de futuro, Afonso admite que são precisas "pessoas que já falharam para nos ensinar".

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