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Investimento de capitais de risco em fintech na Europa dispara

O investimento de capitais de risco em start-ups de fintech europeias subiu consideravelmente no primeiro trimestre. Nos EUA o montante continua a ser mais elevado, mas há sinais de diminuição.

Bloomberg
04 de Maio de 2017 às 12:23
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Tipicamente, as capitais de risco apostam mais nas start-ups nos EUA do que na Europa. Um dos motivos que pode ajudar a explicar essa tendência é o facto de os Estados Unidos terem um ecossistema de empreendedorismo mais maduro. Nos três primeiros meses deste ano verificou-se uma pequena mudança. O investimento de fundos de capital de risco em fintech (start-ups, geralmente, que operam na área da tecnologia financeira) europeias disparou nos primeiros três meses do ano. E nos EUA o montante continua a ser mais elevado, mas dá sinais de diminuição.

Os dados divulgados recentemente pela CB Insights, citados pela Reuters, indicam que o investimento das capitais de risco em fintech do Velho Continente disparou 130% face ao período homólogo de 2016 para 667 milhões de dólares (mais de 610 milhões de euros no câmbio actual). Comparando com os últimos três meses do ano passado, o salto é ainda maior: o investimento cresceu 250%. O número de negócios realizados neste período escalou mais de 70% para um total de 73 investimentos.

Nos Estados Unidos, no primeiro trimestre, as fintech levantaram 1,1 mil milhões de dólares (mais de mil milhões de euros no câmbio actual) junto de capitais de risco, o que representa uma queda de 39% face ao mesmo período de 2016, mostram os dados da CB Insights. Comparando com o período entre Outubro e Dezembro, o investimento de capitais de risco em fintech norte-americanas diminuiu 9%. Nos três primeiros meses foram concluídos 90 financiamentos, menos 9% que no trimestre anterior.

Matthew Wong, analista da CB Insights, explica, de acordo com agência, que um conjunto de várias tendências - que inclui o crescimento da banca digital e regulação que encoraja start-ups a experimentar novos produtos e a popularidade dos pagamentos online – ajuda a explicar o crescimento do investimento em fintech de origem europeia.

Fintech: um mundo a velocidades diferentes


A implementação das fintech não é linear a nível mundial. Há pontos no globo que registam um desenvolvimento mais acentuado que outros. Londres, Nova Iorque, Hong Kong e Singapura, estão entre as principais capitais desta área.

Algumas destas cidades são centros financeiros, o que pode ajudar a explicar a sua expansão no mundo das fintech. Mas não só. No Reino Unido, a Financial Conduct Authority (FCA), o regulador do mercado de capitais, criou um "sandbox" que, de acordo com um documento desta instituição de Maio do ano passado, "visa criar um ‘espaço seguro’ no qual as empresas podem testar os seus produtos, serviços e modelos de negócio inovadores" sem incorrer em todas as "consequências regulatórias normais de envolver-se na actividade em questão".

Brexit e as fintech


No final do ano passado, a revista Forbes antevia que o Brexit iria retirar o acesso ao mercado e único, o que poderia significar que a capital britânica deixa de ser o centro europeu de fintech. Lisboa era, na altura, apontada como uma das cidades que podiam ficar com a "coroa" londrina. O Negócios tentou avaliar com vários protagonistas se a capital portuguesa pode ter, ou não, um papel central naquela que será a próxima revolução do sistema financeiro global.

Alguns dos protagonistas do ecossistema nacional apontavam que Lisboa reunia as condições para isso. Embora, o vasto de leque de áreas que a fintech inclui, nem todas as áreas poderiam ter em Lisboa a sua "casa" ideal.

A Alemanha surge com alguma frequência na imprensa como o novo local para acolher muitas start-ups que estão em Londres e que eventualmente deixem a cidade, ou criem uma sucursal, em outro ponto da Europa. Frankfurt é onde está a sede do Banco Central Europeu. Há bancos que estarão a ponderar mudar a seu sede para esta cidade alemã, o que pode representar um ponto positivo para fintech europeias que queiram deixar Londres na sequência do Brexit. Berlim tem um ecossistema de empreendedorismo forte.

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