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Esmagadora maioria das mulheres em Lisboa diz estar aquém das suas ambições financeiras

Quase quatro em cada 10 considera que o seu salário não é justo, 42% tem apenas conhecimentos básicos de literacia financeira e metade não tem qualquer contribuição para as decisões financeiras no seu contexto profissional.

As mulheres têm um salário médio mensal 220 euros mais baixo do que os homens.
GettyImages
05 de Dezembro de 2024 às 10:00
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Uma esmagadora maioria das mulheres (81,9%) em Lisboa diz estar aquém das suas ambições financeiras e quase 40% considera que o salário que recebe atualmente não é justo, tendo em conta as suas capacidades e funções exercidas, mas apenas duas em cada 10 sentem que o facto de serem mulheres tem implicações nesta matéria.

 

"Pormaior": Das que não consideram o seu salário justo, 37% confessa nunca ter tentado negociá-lo.

 

Estas são algumas das conclusões da segunda edição do relatório "Women & Wealth – Literacia Financeira no Feminino", que é lançada esta quinta-feira, 5 de dezembro, pela comunidade Portuguese Women in Tech (PWIT).

 

Com base num inquérito a 138 mulheres a residir no distrito de Lisboa, concluiu também que 42% considera ter apenas conhecimentos básicos relacionados com literacia financeira, com apenas uma em cada 10 a afirmar ter conhecimentos avançados neste âmbito.

Seis em cada 10 mulheres dizem já ter tido pelo menos uma ideia de negócio, mas não avançaram, alegrando desafios a nível financeiro (53,4%),  falta de segurança (51,7%), ou por falta de conhecimento ((43,1%).

 

Ainda houve quem afirmasse que não foi levada a sério por ser mulher (10,3%).

"Mesmo entre a fatia das mulheres que conseguiram concretizar a sua ideia de negócio (11,4%), 80% continua a assumir-se aquém das suas ambições financeiras", realça a PWIT, em comunicado.

 

No contexto profissional, metade das mulheres questionadas diz não ter qualquer contribuição para as decisões financeiras na sua empresa ou naquela onde trabalha, sendo que apenas 11,6% lidera as responsabilidades neste contexto.

 

Dentro da fatia que representa as mulheres que dizem ser as principais responsáveis pelas decisões financeiras na sua empresa, 37,5% assume ter apenas conhecimentos básicos relacionados com literacia financeira e 6,3% chega mesmo a admitir não ter quaisquer conhecimentos.

 

A nível pessoal, 44,2% das mulheres inquiridas indicaram ser as principais responsáveis pelas decisões financeiras no seu agregado familiar, enquanto 55,1% disse que partilha essas decisões.

 

"Ainda assim, entre as mulheres que afirmam ser as principais decisoras nestas questões, 32,7% assume ter apenas conhecimentos básicos no que diz respeito a literacia financeira", sublinha a PWIT.

 

"A falta de literacia é um obstáculo considerável"

 

"Os resultados desta 2.ª edição do relatório ‘Women & Wealth’ mostram que a grande maioria das mulheres tem ambições financeiras mais elevadas do que aquelas que conseguiu atingir, sendo que acredito que a falta de literacia se torna num obstáculo considerável para muitas delas", afirma Inês Santos Silva, cofundadora da PWIT.

 

"Tanto a falta de conhecimento como a consequente falta de segurança acabam por se refletir em diversos contextos, quer em questões como negociar salário e avançar com ideias de negócio, como na dificuldade em participar ativamente nas decisões financeiras, seja no âmbito profissional ou familiar", observa.

 

"Ao promover a literacia financeira no feminino, não estamos apenas a promover igualdade de oportunidades, mas a criar condições para que cada mulher possa transformar as suas ambições em realidade", acredita Inês Santos Silva, considerando que "esta jornada de empoderamento feminino é crucial e terá impactos profundos ao nível do desenvolvimento económico e social".

 

O inquérito foi realizado entre os dias 20 de maio e 19 de julho de 2024 a 138 mulheres, dos 23 aos 57 anos, a residir no distrito de Lisboa.

 

Depois das edições no Porto, em 2023, e em Lisboa, em 2024, a conferência "Women & Wealth" deverá regressar ao Porto em março de 2025.

 

A PWIT foi fundada em abril de 2016, pelas mãos de Liliana Castro e de Inês Santos Silva, com uma dupla missão: "Atrair mais mulheres e raparigas para a tecnologia, assim como apoiar as mulheres nesta área - dando-lhes visibilidade, oportunidades de ‘networking’, mentoria, formação, entre outros."

 

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