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Artigos para Bebés: Chupetas protegidas na guerra das bactérias
Um grupo de jovens desenvolveu um adaptador para chupetas que evita o contacto com micróbios. Para já é ainda um protótipo, mas os jovens estão a trabalhar no processo de patente.
Flávio Moura, Miguel Esperança, Carolina Espírito Santo, Daniel Dias e Miguel Loureiro são os fundadores da 4Baby.
São jovens. Têm entre os 17 e os 20 anos. E há um ano tiveram uma ideia que pode fazer com que muitas mães fiquem mais descansadas. "Estávamos os cinco reunidos no jardim da Gulbenkian e vimos uma mãe a passear um bebé. A chucha caiu ao chão e, naquele momento, a mãe não tinha água ou qualquer utensílio para lavar a chucha. O bebé começou a chorar", conta ao Negócios, Daniel Dias, da 4Baby, uma pequena empresa que nasceu no projecto "empresa", dirigido pela Junior Achievement.
Ao depararem-se com a situação, decidiram deslocar-se a uma unidade comercial nas imediações, que vende artigos para crianças, e tentaram perceber quais os produtos mais procurados pelas mães. E chegaram à conclusão de que eram chupetas e dispositivos para proteger as tetinas. "Foi aí que surgiu [a ideia para] o pro-baby, o adaptador universal" para chupetas que fecha quando esta cai. Assim, a tetina fica resguardada e protegida de micróbios. E, por conseguinte, o bebé também. Este adaptador, que dá para todo tipo de chupetas, tem "um mecanismo de mola". Daniel Dias explica que o dispositivo "tem um orifício com uma mola de pressão, ou seja, está presa, e com o impacto solta-se, fechando as duas abas" evitando o contacto da tetina com sujidade e micróbios.
O bebé, no caso de ter já idade para isso, quando apanha a chupeta consegue abrir as abas, podendo assim voltar a usar a chupeta, que estará limpa. Este adaptador, que para já é apenas um protótipo, foi testado junto de 60 crianças. Além disso, e de acordo com o responsável, foi realizado um inquérito a cerca de 140 mães, "que disseram que o nosso produto é excelente e 80% afirmaram que o comprariam".
Estes estudantes da escola profissional Magestil, do curso de comunicação, marketing, relações públicas e publicidade, estão para já a trabalhar no processo de patente. "Estamos na fase de patentear, que é a parte mais difícil. Sabemos que existe uma patente parecida na China e nos Estados Unidos da América. Mas não existe em mais nenhum local", por isso, "vamos tentar patentear em todos os outros sítios, sendo para isso preciso algum investimento".
Depois da patente registada, "o céu é o limite", conta Daniel Dias. Neste sentido, uma via para este adaptador chegar ao mercado pode passar pela venda da ideia ou pela associação a uma empresa ligada a produtos para bebés.
Da ideia à prática
O "brainstorming" levou à ideia de criar este adaptador universal. Mas para transformarem a ideia numa realidade - protótipo - estes jovens contaram com o apoio do Instituto Superior Técnico, com quem estabeleceram uma parceria.
"Deparámo-nos com o facto de que não éramos capazes de fazer. [Por isso] dirigimo-nos ao Instituto Superior Técnico - a nossa principal parceria - e um professor propôs a apresentação do projecto a uma turma. Fizemo-la, e sete alunos concordaram trabalhar connosco. Seis desistiram. Basicamente, foi um aluno que desenvolveu todo o produto desde o zero", explica Daniel Dias.
O protótipo foi imprimido em 3D (três-dimensões). Mas quando estiver finalizado - algo que a equipa espera que aconteça no final do próximo ano -, o produto que chegar ao mercado deverá ser feito do mesmo material das chupetas.