Notícia
Procuram-se parcerias tecnológicas
A inovação pode estar à distância de uma plataforma virtual. Sónia Fraga e João Correia já começaram à procura da sua. Saiba como.
02 de Junho de 2011 às 14:53
"Iniciativas e ferramentas como a desenvolvida no projecto Red Incopyme poderão ser um meio dinamizador da cultura inovadora nas PME". Sílvia Esteves
Não se fazem omeletas sem ovos, nem comida sem tecnologia. A FoodInTech desenvolve soluções tecnológicas específicas para a indústria alimentar. Quando detectaram uma necessidade no mercado em que operam, integraram uma plataforma de inovação, desenvolvimento e concepção de novas tecnologias de informação e comunicação de apoio ao controlo de produção, qualidade e segurança alimentar. Quando aderiram ao Marketplace, não estavam apenas à procura de parcerias, mas de outros profissionais que quisessem preencher a mesma necessidade. Apesar de ainda não terem obtido resposta à sua oferta, estão optimistas. Não fosse filosofia da FoodInTech ajudar o sector alimentar a aumentar a sua competitividade.
O Marketplace é uma ferramenta virtual que permite fazer o encontro entre a oferta e a procura de inovação tecnológica, a nível nacional e internacional. Pretende fomentar e promover a cooperação entre entidades do Sistema Cientifico e Tecnológico (SCT) e Pequenas e Médias Empresas (PME). "Foi desenvolvido no âmbito do projecto Red Incopyme e pretende ser um espaço 'web' privilegiado de encontro entre a oferta e a procura de serviços, projectos de inovação e I&DT [Investigação e Desenvolvimento Tecnológico] e tecnologias entre universidades, centros de I&DT e as PME", explica Nuno Soares, director da Unidade de Transferência de Tecnologia da Inova+, consultora que desenhou a plataforma.
Facilita o lançamento de ofertas e procuras de serviços, produtos, projectos e tecnologias, e na secção de serviços e produtos, realiza análises específicas, estudos, auditorias, entre outros. "A área dos projectos visa apoiar o desenvolvimento de projectos colaborativos entre organizações do SCT e as PME, através de um espaço dedicado à promoção de ideias, identificação de parceiros e formação de consórcios", diz. A secção tecnológica dedica-se à apresentação de novos conhecimentos, técnicas científicas e tecnologias, entre outros.
"O Marketplace está acessível ao público em geral sem quaisquer encargos, solicitando-se, no entanto, um registo prévio para a promoção de competências e o lançamento de ofertas e procuras tecnológicas", explica Nuno Soares. O Consultório de Fnanciamentos permite que os utilizadores obtenham informação personalizada sobre possíveis incentivos ou financiamentos públicos para os seus projectos. "No fundo, é um espaço interactivo no qual os utilizadores terão um aconselhamento personalizado sobre as linhas de financiamento nacionais e europeias, mais indicadas para dar seguimento ao seu caso, sem encargos."
Inovação na estratégia empresarial
O Marketplace surgiu no âmbito do projecto Red Incopyme - "Cooperação entre Centros de Investigação e PME para a Inovação e melhoria da Competitividade da Euro-região", cujo objectivo é estimular a colaboração entre PME e os centros de investigação e tecnológicos. Deste consórcio, fazem parte o Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da Universidade do Porto (INEGI), a AEP (Câmara de Comércio e Indústria), a TecMinho (interface da Universidade do Minho), a Universidade de Vigo, Confederación de Empresários de Pontevedra, Fundación Instituto Tecnológico de Galicia e a Fundación CEO para el Desarrollo Empresarial. Todas estas instituições pretendem promover uma cultura multidisciplinar de participação activa, que incorpora a inovação na estratégia empresarial.
"[O Marketplace] Tem sido muito bem recebido pelos vários intervenientes neste processo de oferta e procura tecnológica", diz Sílvia Esteves, gestora e coordenadora de projectos do INEGI. Contudo, considera que ainda existe algum trabalho pela frente, sobretudo, no aumento do número de utilizadores da plataforma. "Iniciativas e ferramentas como a desenvolvida no projecto Red Incopyme poderão ser um meio dinamizador da cultura inovadora nas PME", comenta.
É desta forma que a ferramenta virtual desenhada pela INOVA+ quer promover a internacionalização da oferta tecnológica ibérica: apoiando no processo de identificação de linhas e mecanismos de financiamento público e nas acções de colaboração ao nível dos projectos, serviços e transferência de tecnologias. Mais: quer estimular a cooperação internacional entre universidades, centros de investigação e empresas da Euro-região.
Identificação personalizada
Como aceder? Fácil. "Só se solicita o registo e, após, a empresa ou universidade pode publicar as suas competências (interesses), serviços, produtos, ideias de novos projectos, necessidades tecnológicas a resolver, etc", explica Nuno Soares.
Se alguém estiver interessado em colaborar, responde à solicitação, que segue para a entidade que lançou a procura e que é responsável por explorar a colaboração. Existe uma equipa que pode apoiar os utilizadores na fase de identificação dos parceiros e aconselhar sobre os financiamentos.
"Como na inovação não existem fórmulas 'standard' e, como cada processo tem as suas especificidades, a plataforma permite ao utilizador identificar claramente o que pretende", comenta o director da Inova+. Recebem propostas de acordo com o seu objectivo, diminuindo o ruído e o tempo a despistar aquelas que não cumpram os requisitos. "Neste sentido, a plataforma é aplicável a todas as empresas, dado que cada uma tem áreas específicas, 'timings' e objectivos bastante próprios."
A Inova+ é uma consultora especializada na promoção e gestão de projectos de inovação, nacional e internacional. Para o futuro, pretendem continuar a promover o Marketplace, aumentando o número de utilizadores. "Além disso, pretendemos apoiar utilizadores que queiram encetar parcerias de colaboração, sobretudo ao nível de projectos de financiamento público, nacional ou europeu, e por fim, apoiar os processos de transferência de tecnologia", diz Nuno Soares.
Recentemente, a InoCrowd, "startup" lançada em Janeiro, também se prepara para lançar uma plataforma que visa facilitar a ligação entre o mundo académico e as empresas, com uma abordagem diferente: as organizações enviam um desafio aos investigadores e atribuem um prémio a quem encontrar a melhor solução. O mundo da ciência e da tecnologia está cada vez mais próximo do mercado.
Três perguntas a Nuno Soares
Não se fazem omeletas sem ovos, nem comida sem tecnologia. A FoodInTech desenvolve soluções tecnológicas específicas para a indústria alimentar. Quando detectaram uma necessidade no mercado em que operam, integraram uma plataforma de inovação, desenvolvimento e concepção de novas tecnologias de informação e comunicação de apoio ao controlo de produção, qualidade e segurança alimentar. Quando aderiram ao Marketplace, não estavam apenas à procura de parcerias, mas de outros profissionais que quisessem preencher a mesma necessidade. Apesar de ainda não terem obtido resposta à sua oferta, estão optimistas. Não fosse filosofia da FoodInTech ajudar o sector alimentar a aumentar a sua competitividade.
Facilita o lançamento de ofertas e procuras de serviços, produtos, projectos e tecnologias, e na secção de serviços e produtos, realiza análises específicas, estudos, auditorias, entre outros. "A área dos projectos visa apoiar o desenvolvimento de projectos colaborativos entre organizações do SCT e as PME, através de um espaço dedicado à promoção de ideias, identificação de parceiros e formação de consórcios", diz. A secção tecnológica dedica-se à apresentação de novos conhecimentos, técnicas científicas e tecnologias, entre outros.
"O Marketplace está acessível ao público em geral sem quaisquer encargos, solicitando-se, no entanto, um registo prévio para a promoção de competências e o lançamento de ofertas e procuras tecnológicas", explica Nuno Soares. O Consultório de Fnanciamentos permite que os utilizadores obtenham informação personalizada sobre possíveis incentivos ou financiamentos públicos para os seus projectos. "No fundo, é um espaço interactivo no qual os utilizadores terão um aconselhamento personalizado sobre as linhas de financiamento nacionais e europeias, mais indicadas para dar seguimento ao seu caso, sem encargos."
Inovação na estratégia empresarial
O Marketplace surgiu no âmbito do projecto Red Incopyme - "Cooperação entre Centros de Investigação e PME para a Inovação e melhoria da Competitividade da Euro-região", cujo objectivo é estimular a colaboração entre PME e os centros de investigação e tecnológicos. Deste consórcio, fazem parte o Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da Universidade do Porto (INEGI), a AEP (Câmara de Comércio e Indústria), a TecMinho (interface da Universidade do Minho), a Universidade de Vigo, Confederación de Empresários de Pontevedra, Fundación Instituto Tecnológico de Galicia e a Fundación CEO para el Desarrollo Empresarial. Todas estas instituições pretendem promover uma cultura multidisciplinar de participação activa, que incorpora a inovação na estratégia empresarial.
"[O Marketplace] Tem sido muito bem recebido pelos vários intervenientes neste processo de oferta e procura tecnológica", diz Sílvia Esteves, gestora e coordenadora de projectos do INEGI. Contudo, considera que ainda existe algum trabalho pela frente, sobretudo, no aumento do número de utilizadores da plataforma. "Iniciativas e ferramentas como a desenvolvida no projecto Red Incopyme poderão ser um meio dinamizador da cultura inovadora nas PME", comenta.
É desta forma que a ferramenta virtual desenhada pela INOVA+ quer promover a internacionalização da oferta tecnológica ibérica: apoiando no processo de identificação de linhas e mecanismos de financiamento público e nas acções de colaboração ao nível dos projectos, serviços e transferência de tecnologias. Mais: quer estimular a cooperação internacional entre universidades, centros de investigação e empresas da Euro-região.
Identificação personalizada
Como aceder? Fácil. "Só se solicita o registo e, após, a empresa ou universidade pode publicar as suas competências (interesses), serviços, produtos, ideias de novos projectos, necessidades tecnológicas a resolver, etc", explica Nuno Soares.
Se alguém estiver interessado em colaborar, responde à solicitação, que segue para a entidade que lançou a procura e que é responsável por explorar a colaboração. Existe uma equipa que pode apoiar os utilizadores na fase de identificação dos parceiros e aconselhar sobre os financiamentos.
"Como na inovação não existem fórmulas 'standard' e, como cada processo tem as suas especificidades, a plataforma permite ao utilizador identificar claramente o que pretende", comenta o director da Inova+. Recebem propostas de acordo com o seu objectivo, diminuindo o ruído e o tempo a despistar aquelas que não cumpram os requisitos. "Neste sentido, a plataforma é aplicável a todas as empresas, dado que cada uma tem áreas específicas, 'timings' e objectivos bastante próprios."
A Inova+ é uma consultora especializada na promoção e gestão de projectos de inovação, nacional e internacional. Para o futuro, pretendem continuar a promover o Marketplace, aumentando o número de utilizadores. "Além disso, pretendemos apoiar utilizadores que queiram encetar parcerias de colaboração, sobretudo ao nível de projectos de financiamento público, nacional ou europeu, e por fim, apoiar os processos de transferência de tecnologia", diz Nuno Soares.
Recentemente, a InoCrowd, "startup" lançada em Janeiro, também se prepara para lançar uma plataforma que visa facilitar a ligação entre o mundo académico e as empresas, com uma abordagem diferente: as organizações enviam um desafio aos investigadores e atribuem um prémio a quem encontrar a melhor solução. O mundo da ciência e da tecnologia está cada vez mais próximo do mercado.
Três perguntas a Nuno Soares
"É um espaço privilegiado de 'networking'"
1. O que é que vos levou a avançar com o Marketplace?
A necessidade que havia no mercado. É uma área que necessita de apoio e ferramentas para acelerar esse encontro [entre a oferta e procura de inovação tecnológica]. Se, por um lado, as empresas não sabem o que fazem as universidades e outras organizações, por outro, as universidades também desconhecem ou têm dificuldade em identificar as necessidades tecnológicas das empresas.
2. Que vantagens traz para as universidades, centros de I&DT e empresas?
É o meio mais fácil de apresentarem competências, tecnologias, serviços e, sobretudo, identificarem oportunidades de cooperação junto do tecido empresarial. Para as empresas, representa um canal para a promoção de tecnologias, projectos, produtos e serviços. É uma ferramenta de apoio à procura de parceiros para projectos nacionais, ibéricos e internacionais; um repositório organizado e um motor de pesquisa rápida de competências, serviços, projectos e tecnologias; uma bolsa alargada de competências tecnológicas a nível ibérico; um apoio personalizado na área de financiamentos públicos e, finalmente, é um espaço privilegiado de 'networking'.
É o meio mais fácil de apresentarem competências, tecnologias, serviços e, sobretudo, identificarem oportunidades de cooperação junto do tecido empresarial. Para as empresas, representa um canal para a promoção de tecnologias, projectos, produtos e serviços. É uma ferramenta de apoio à procura de parceiros para projectos nacionais, ibéricos e internacionais; um repositório organizado e um motor de pesquisa rápida de competências, serviços, projectos e tecnologias; uma bolsa alargada de competências tecnológicas a nível ibérico; um apoio personalizado na área de financiamentos públicos e, finalmente, é um espaço privilegiado de 'networking'.
3. Como tem sido o "feedback" dos utilizadores?
Tem sido positivo. Todavia, como só foi lançado no final de Fevereiro, ainda é cedo para fazer um balanço objectivo. Apesar do número de utilizadores estar a aumentar, existe, nesta fase, um objectivo fulcral: potenciar ainda mais este número, pois estas plataformas só funcionam e geram sinergias se esse número for elevado.
Tem sido positivo. Todavia, como só foi lançado no final de Fevereiro, ainda é cedo para fazer um balanço objectivo. Apesar do número de utilizadores estar a aumentar, existe, nesta fase, um objectivo fulcral: potenciar ainda mais este número, pois estas plataformas só funcionam e geram sinergias se esse número for elevado.