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Polight fabricará no Minho para Angola e Brasil
É um projecto inédito, que nasce em Portugal, no meio universitário, mas está voltado para o Brasil e Angola. Estamos a falar de uma empresa que ainda não iniciou a produção de postes de transporte de energia eléctrica...
02 de Abril de 2009 às 15:08
Iluminação original - José Carlos Ferreira é quadro superior da EDP e empreendedor. Tem um projecto inédito de postes em compósito e 100% recicláveis
É um projecto inédito, que nasce em Portugal, no meio universitário, mas está voltado para o Brasil e Angola. Estamos a falar de uma empresa que ainda não iniciou a produção de postes de transporte de energia eléctrica em compósito e 100% recicláveis, mas que já tem muitos interessados em comprá-la.
A empresa em questão é a Ownersmark, detentora da marca Polight, registada em todo o mundo, que foi criada por José Carlos Ferreira enquanto aluno do Mestrado em Inovação e Empreededorismo Tecnológico (MIETE) da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.
Dentro em breve, a empresa dará início ao fabrico de postes em compósito (polipropileno reforçado com fibras de vidro), caso o projecto tenha "luz verde" do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). "Se o QREN não aprovar vamos para o incentivo da Catalunha, Vigo, Brasil ou outra parte do mundo", atira José Carlos Ferreira.
O projecto Polight foi o vencedor do Prémio BES Inovação em 2008, na categoria processo industrial, mas a "peregrinação" não tem sido fácil. José Carlos Ferreira, que é quadro superior da EDP, teve o apoio da Universidade do Porto e do Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI), mas lembra-se muito bem de pedidos que lhe fizeram para adiar e até desistir do projecto.
Para arrancar com a produção dos postes de transporte de energia em compósito), candidatou-se ao QREN e apontou baterias para o Minho para estar perto dos portos de Viana e de Vigo. O investimento previsto é de três milhões de euros, que numa fase de arranque permitirá criar 30 postos de trabalho.
José Carlos Ferreira tem previsto alienar até 40% do capital da empresa a um industrial ou a sociedades de capital de risco "para arrancar com o projecto, mas outros cenários também são possíveis". De referir que a espanhola Solventis tem já 10% da empresa. A empresa unipessoal tem um capital social de cinco mil euros. José Carlos Ferreira paga "royalties" às universidades do Porto, do Minho e ao INEGI pela cedência da tecnologia "towpreg".
Os inventores da tecnologia "towpreg" são os professores catedráticos António Torres Marques, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e João Francisco Silva, do Instituto Superior de Engenharia do Porto.
Sobre o potencial do negócio, José Carlos Ferreira, que se revê no "papel de empreendedor e não de empresário", não tem dúvidas, até porque "todos os anos são substituídos em Portugal mais de 100 mil postes de betão e ferro". Nesse caso, a EDP é um importante cliente potencial, atendendo às dificuldades que existem na colocação dos actuais postes de betão? "Pode ser...", responde José Carlos Ferreira.