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Polight fabricará no Minho para Angola e Brasil

É um projecto inédito, que nasce em Portugal, no meio universitário, mas está voltado para o Brasil e Angola. Estamos a falar de uma empresa que ainda não iniciou a produção de postes de transporte de energia eléctrica...

02 de Abril de 2009 às 15:08
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Iluminação original - José Carlos Ferreira é quadro superior da EDP e empreendedor. Tem um projecto inédito de postes em compósito e 100% recicláveis

É um projecto inédito, que nasce em Portugal, no meio universitário, mas está voltado para o Brasil e Angola. Estamos a falar de uma empresa que ainda não iniciou a produção de postes de transporte de energia eléctrica em compósito e 100% recicláveis, mas que já tem muitos interessados em comprá-la.

Estes postes têm um peso cerca de 10 vezes inferior ao betão e uma resistência 10 vezes melhor que a do aço. Ou seja, a tecnologia "towpreg" (a mesma que foi usada nas garrafas de gás Pluma da Galp) reduzirá os custos de uma empresa distribuidora de energia eléctrica no estabelecimento de novas linhas aéreas em cerca de 60% dos apoios colocados.

A empresa em questão é a Ownersmark, detentora da marca Polight, registada em todo o mundo, que foi criada por José Carlos Ferreira enquanto aluno do Mestrado em Inovação e Empreededorismo Tecnológico (MIETE) da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

Dentro em breve, a empresa dará início ao fabrico de postes em compósito (polipropileno reforçado com fibras de vidro), caso o projecto tenha "luz verde" do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). "Se o QREN não aprovar vamos para o incentivo da Catalunha, Vigo, Brasil ou outra parte do mundo", atira José Carlos Ferreira.

O projecto Polight foi o vencedor do Prémio BES Inovação em 2008, na categoria processo industrial, mas a "peregrinação" não tem sido fácil. José Carlos Ferreira, que é quadro superior da EDP, teve o apoio da Universidade do Porto e do Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI), mas lembra-se muito bem de pedidos que lhe fizeram para adiar e até desistir do projecto.

Para arrancar com a produção dos postes de transporte de energia em compósito), candidatou-se ao QREN e apontou baterias para o Minho para estar perto dos portos de Viana e de Vigo. O investimento previsto é de três milhões de euros, que numa fase de arranque permitirá criar 30 postos de trabalho.

José Carlos Ferreira tem previsto alienar até 40% do capital da empresa a um industrial ou a sociedades de capital de risco "para arrancar com o projecto, mas outros cenários também são possíveis". De referir que a espanhola Solventis tem já 10% da empresa. A empresa unipessoal tem um capital social de cinco mil euros. José Carlos Ferreira paga "royalties" às universidades do Porto, do Minho e ao INEGI pela cedência da tecnologia "towpreg".

Os inventores da tecnologia "towpreg" são os professores catedráticos António Torres Marques, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e João Francisco Silva, do Instituto Superior de Engenharia do Porto.

Sobre o potencial do negócio, José Carlos Ferreira, que se revê no "papel de empreendedor e não de empresário", não tem dúvidas, até porque "todos os anos são substituídos em Portugal mais de 100 mil postes de betão e ferro". Nesse caso, a EDP é um importante cliente potencial, atendendo às dificuldades que existem na colocação dos actuais postes de betão? "Pode ser...", responde José Carlos Ferreira.
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