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Parcerias internacionais - Investigar cá dentro, como se faz lá fora

Telemóveis capazes de detectar quedas dos seus utilizadores, sistemas de tradução automática da fala usando a voz de quem fala, ou sistemas de GPS que põem os automóveis a comunicar entre si, são tecnologias que resultam de investigação feita em Portugal no...

09 de Junho de 2010 às 13:01
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Telemóveis capazes de detectar quedas dos seus utilizadores, sistemas de tradução automática da fala usando a voz de quem fala, ou sistemas de GPS que põem os automóveis a comunicar entre si, são tecnologias que resultam de investigação feita em Portugal no âmbito de parcerias com universidades e instituições estrangeiras. O MIT Portugal foi apenas a primeira de um conjunto de parcerias que aposta na formação, na inovação e numa investigação que quer fazer da indústria um cliente.

Um sistema de tradução automático, usando a voz de quem fala, podia ser muito útil não só para as televisões ou para as universidades, mas também para o sector do turismo ou até para as empresas que recorrem a sistemas de áudio ou vídeo-conferência. Já um sistema que permite tirar partido da elevada capacidade de processamento e dos inúmeros sensores (acelerómetro, bússola, GPS) que os telemóveis actuais possuem, para detectar quedas do portador do telemóvel e eventuais situações de emergência, também parece ser um bom negócio. E estes são apenas dois exemplos do trabalho que está a ser feito no âmbito de várias parcerias internacionais que a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), um organismo do Ministério da Ciência e do Ensino Superior, assinou com várias instituições de prestígio internacional.

Para além do Harvard Medical School Portugal, a mais recente das parcerias, nasceram ainda o conhecido MIT Portugal, o UT Austin Portugal e o Carnegie Mellon Portugal - todas parcerias com instituições americanas -, e ainda o Fraunhofer Portugal, neste caso, uma ligação a um instituto alemão que dirige cerca de 60 centros de investigação na Alemanha. E as áreas de investigação e formação são tão diversas que abarcam desde a Matemática, à Energia, da Saúde aos Transportes, do Media Digitais à computação avançada, passando pela biotecnologia ou pela nanotecnologia. Nestes casos, é possível não só fazer investigação, como mestrados, doutoramentos, MBA ou até cursos de verão e workshops, beneficiando sempre do intercâmbio com aquelas instituições.







Nome André Martins, 32 anos
Formação Licenciado em Eng. Electrotécnica e de Computadores no Instituto Superior Técnico, André está a fazer o doutoramento de grau dual em Language Technologies no âmbito do Programa Carnegie Mellon Portugal. Trabalha na Priberam.
Projecto 'Priberam Machine Learning Lunch Seminars'




CMU Portugal
Seminários à hora do almoço

Chamam-se 'Priberam Machine Learning Lunch Seminars' e são o que o nome indica: seminários onde se pretende aprender e discutir os assuntos relacionados com a aprendizagem automática ('machine learning'), mas também onde se aproveita para almoçar. Estes seminários realizam-se de duas em duas semanas no Instituto Superior Técnico, são muito informais e chegaram a Portugal pela mão de André Martins, aluno de doutoramento de grau dual em Language Technologies do programa Carnegie Mellon Portugal. Foi nos Estados Unidos, onde decorre o seu programa de doutoramento, que trouxe a ideia. Inspirou-se nos seminários do mesmo género, patrocinados por empresas tão conhecidas como a Google e a Yahoo!, e que lá são já fenómenos de culto. Em Portugal, decidiu pedir patrocínio à empresa onde trabalha. "Quando propus à Priberam que patrocinasse estes seminários tinha dois objectivos em mente: por um lado, ter a indústria e a academia lado a lado nesta iniciativa; por outro lado, contribuir para aumentar o 'networking' entre vários grupos de investigação que trabalham nesta área, onde eu também me incluo", explica André Martins. Quanto ao doutoramento, diz que esta é uma "excelente oportunidade para interagir com a comunidade que se dedica à linguística computacional e também com gente de outras áreas científicas como aprendizagem automática, robótica, etc."; considera que uma das "grandes mais-valias do Carnegie Mellon é justamente o "networking" entre todas estas comunidades.




A preocupação é ganhar massa crítica, dar dimensão e qualidade à investigação que é feita em Portugal, mas também pensar a ciência e a investigação como um investimento que dá retorno à sociedade e onde as empresas estão dispostas a colocar dinheiro, explica João Barros, director nacional do Carnegie Mellon Portugal, uma parceria focada na área das tecnologias de informação e comunicação. Seguindo a regra geral das parcerias internacionais, cada projecto tem de envolver equipas de investigação de universidades portuguesas, uma equipa do parceiro internacional e uma ou mais empresas. No caso do Carnegie Mellon Portugal, o número de empresas envolvidas chega já às 39, abrangendo desde as grandes companhias às microempresas, explica João Barros.

Incentivar a inovação nas empresas
"O facto de as empresas afectarem recursos humanos a estes programas é muito importante para nós", explica João Barros. Por exemplo, no caso dos estudantes de mestrados e doutoramentos, a empresa não só custeia a formação como se compromete a manter os salários. "Este é um investimento importante", reforça, acrescentando que o objectivo é ter "projectos de elevado risco com impacto em matéria de inovação e com aplicação na indústria". Dá o exemplo do projecto DRIVE-IN.

Neste projecto - que analisa a forma como a comunicação entre veículos pode ajudar a melhorar a eficiência automóvel, a experiência do condutor, mas sobretudo a utilização das infra-estruturas rodoviárias de forma a diminuir o trânsito, utilizando os dispositivos de navegação automóvel - está envolvida a NDrive, uma empresa nacional que figura em 5º lugar mundial entre os fabricantes de dispositivos de navegação automóvel, os conhecidos GPS. Com o envolvimento neste projecto de investigação, a empresa poderá ser mesmo a primeira do mundo a disponibilizar aparelhos com esta tecnologia e já no final deste ano, assegura João Barros.







Nome Adélia Sequeira, 59 anos
Formação Licenciada em Matemática pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Adélia Sequeira defendeu dois doutoramentos na área da Análise Numérica, um em França e outro em Portugal. É professora e investigadora do Departamento de Matemática do Instituto Superior Técnico.
Projecto Simcard - Simulações do Sistema Cardiovascular




UT Austin Portugal
Aneurismas combatidos com ajuda de modelos matemáticos

Adélia Sequeira queria ser médica, mas acabou por formar-se em Matemática. Mal sabia, na altura, que um dia ia poder aliar estas duas vertentes na sua carreira de investigação. Coordena um projecto de investigação em parceria com a universidade UT Austin e tem um grande objectivo: avançar no conhecimento sobre a circulação sanguínea com o fim de prever a evolução de um aneurisma e qual o tratamento mais adequado a cada caso. Para isso, parte de imagens médicas de aneurismas cerebrais, utiliza modelos matemáticos e faz simulações computacionais da circulação nesses aneurismas. "É uma mais-valia para a medicina preventiva", explica a investigadora e professora do Instituto Superior Técnico. Em última análise todo este trabalho terá um dia o objectivo de tornar possível a realização de cirurgias assistidas por computador. O projecto envolve ainda investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e até já recebeu o selo de excelência do programa europeu Eureka, que integra a maior rede industrial de investigação e desenvolvimento a nível mundial. Desde 2002 que Adélia centra a sua carreira de investigação no estudo dos modelos matemáticos da circulação sanguínea e diz que encontrou no UT Austin Portugal uma oportunidade para dar seguimento e aprofundar a sua investigação. "É importante podermos trabalhar com pessoas e ter acesso a equipamentos" destas instituições, diz, dando o exemplo do super-computador, alojado em Austin, que pode operar com os milhões de incógnitas envolvidas na simulação computacional deste tipo de problemas.




No caso da parceria com a Universidade do Texas em Austin (centrada nas áreas de Media Digital e Matemática), a relação com as empresas transcende os projectos de investigação, explica António Câmara, responsável máximo do programa. No arranque do programa, o UT Austin Portugal abordou as principais empresas nacionais, que entraram como afiliadas, e estão a ser desenhados cursos avançados de uma semana em áreas específicas ditadas pelas empresas. Com a ZON, por exemplo, foram criados cursos sobre argumentos para filmes curtos, que contou com a participação de um professor do Texas que trabalhou para a FOX. Quanto a balanços, António Câmara refere duas vantagens: criar uma comunidade em Portugal sobretudo em Digital Media, que está a ser alargada, e dar as melhores condições para que os talentos frutifiquem.

Já João Barros não tem dúvidas de que os resultados da parceria superam o que era expectável. "Existe uma colaboração excelente com as universidades americanas", salienta. Os estudantes de doutoramento, por exemplo, passam 40% do seu tempo de formação nos EUA. Há uma grande mobilidade de alunos e professores e, este ano, são 12 os docentes que vão ter a oportunidade de passar um semestre nos EUA, onde fazem não só investigação como leccionam.

No caso da parceria com Carnegie Mellon, os estudantes obtêm um grau dual, ou seja, a formação que fazem é reconhecida pelas universidades nacionais e por Carnegie Mellon. Isso já não acontece com os alunos do MIT Portugal. Estes recebem um grau conjunto, ou seja, um diploma das universidades nacionais e um certificado do MIT. Mas não é isso que impede esta parceria de ter sucesso, segundo o seu director nacional. Este programa teve o mérito de "conseguir pôr as universidades portuguesas a trabalhar em conjunto, uma vez que cada grau exige a participação de mais do que uma instituição universitária nacional, criar áreas novas e criar uma maior ligação às empresas", frisa Paulo Ferrão. "Essa é uma grande conquista e isso já é irreversível", mesmo que a parceria termine ao fim dos cinco anos inicialmente previstos. Os mesmos cinco anos iniciais estipulados para as restantes parcerias internacionais.






Nome Luísa Coheur, 39 anos
Formação Licenciada em Matemática Aplicada e Computação pelo Instituto Superior Técnico, onde fez um mestrado em Engenharia Electrotécnica, Luísa Coheur tem ainda um doutoramento em Engenharia Informática e de Computadores. É professora auxiliar no Departamento de Engenharia Informática do IST e investigadora no Laboratório de Sistemas de Língua Falada (L2F), do INESC-ID, Lisboa.
Projecto 'PT-STAR - Speech Translation Advanced Research to and from Portuguese'




CMU Portugal
Tradução automática com a voz de quem fala

Ouvir, por hipótese, Barack Obama a discursar em português numa notícia de televisão, ainda que o presidente dos Estados Unidos não perceba uma palavra da nossa língua, poderá ser uma possibilidade com o contributo do projecto de investigação liderado por Luísa Coheur, do Laboratório de Sistemas de Língua Falada (L2F), INESC-ID, e que envolve a prestigiada universidade americana Carnegie Mellon. Chama-se 'PT-STAR - Speech Translation Advanced Research to and from Portuguese', é financiado pela FCT, e tem como objectivo melhorar o desempenho dos sistemas de Tradução Automática de Fala para Fala de português para inglês e vice-versa, tentando manter a voz do falante original. Um sistema que pode ser utilizado na tradução de notícias televisivas ou até de aulas universitárias. "São inúmeras as aplicações possíveis, desde que haja necessidade de traduzir fala (tradução de áudio/vídeo conferências, noticiários, aulas, reuniões, etc.)", explica Luísa Coheur, acrescentando que a área do turismo, por exemplo, teria muito a ganhar com um sistema desta natureza. Estão já a trabalhar em três frentes: tradução de noticiários televisivos, tradução de aulas e tradução de palestras, onde é mais fácil obter muitos exemplos para treino e teste do sistema. Luísa Coheur diz que a possibilidade de trabalhar com o Language Technologies Institute de Carnegie Mellon - pioneiro na área da tradução automática de fala para fala -, e a aprendizagem não só sobre a temática em causa mas também sobre a gestão de projectos, é o que ganha com este projecto.




O MIT Portugal é o programa que já leva mais tempo de experiência - arrancou em 2006 - e centra-se em três áreas muito específicas: sistemas sustentáveis de energia, células estaminais para a medicina regenerativa (um programa que já salvou vidas) e o desenvolvimento de produtos e engenharia de concepção. Nesta última área, dirigida à indústria nacional, sobretudo à metalomecânica e ao sector dos moldes, o objectivo foi o de ir ao encontro das necessidades de inovação das empresas. O primeiro passo é discutir e identificar as necessidades das empresas e, depois, colocar alunos de doutoramento a dar andamento ao projecto. E, assim, diz Paulo Ferrão, o MIT Portugal cumpre um dos seus grandes objectivos: "Integrar o conhecimento de pessoas de várias áreas e melhorar o que existe".

Tratar a indústria como cliente
Melhorar produtos que já existem ou criar produtos novos é também a filosofia do Fraunhofer Portugal. À semelhança do que acontece com o instituto Fraunhofer alemão, o grande objectivo desta instituição "é criar valor e dar retorno à sociedade pelo investimento que esta faz na investigação", explica Dirk Elias, presidente do comité executivo da organização e presidente do FhP AICOS, ou Centro de Pesquisa para Soluções de Informação e Comunicação Assistiva, o primeiro centro de investigação da Fraunhofer Portugal.

"Tratamos a indústria como nosso cliente", afirma, acrescentando que estão abertos a trabalhar com as universidades para satisfazer as necessidades dos clientes. Em termos de empresas com quem têm trabalhado conta-se não só a Deutsche Telekom, mas também a TNL, uma empresa nacional que trabalha na área do desenho industrial aplicado a soluções ambientais, com quem estão a desenhar um sistema que ajuda a organizar resíduos. Já com a EFACEC, por exemplo, o trabalho tem consistido no desenvolvimento de aplicações para internet móvel para dar apoio à gestão dos recursos humanos (supervisão e envio de dados) através de aplicações multimédia disponíveis nos smartphones.






Nome Filipe Abrantes, 28 anos
Formação Doutorado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Filipe Abrantes começou por seguir a carreira académica e acabou por integrar a equipa do centro Fraunhofer Portugal AICOS.
Projecto 'Mover'




Fraunhofer Portugal
Mover: telemóveis que sentem

Os telemóveis há muito que deixaram de ser meros aparelhos para fazer e receber chamadas, mas conseguir que detectem quedas do utilizador, distingam se este está a andar, a correr ou sentado num automóvel ou num autocarro, saber se está inconsciente ou simplesmente contabilizar a quantidade de movimentos de uma pessoa ao longo do dia, isso já parece mais estranho. Mas é isso que uma equipa de investigação está a fazer no centro Fraunhofer Portugal, no projecto 'Mover'. Filipe Abrantes é um dos responsáveis e explica que o objectivo é "tirar partido da elevada capacidade de processamento e dos inúmeros sensores (acelerómetro, bússola, GPS) que os telemóveis actuais possuem, para detectar quedas do portador do telemóvel e eventuais situações de emergência". Um projecto tanto mais importante quando se olha para a realidade, diz Filipe Abrantes, já que cerca de um terço das pessoas com idades superiores a 65 anos caem pelo menos uma vez por ano. Mas esta tecnologia poderá ter outros fins. Um vigilante nocturno pode transportar consigo um telemóvel que avisa uma central de vigilância no caso de ser atacado e ficar inconsciente; ou pode ser aplicada em situações que envolvam actividades de risco, como é ocaso da escalada ou do ski. Filipe Abrantes diz que a grande vantagem em trabalhar no Fraunhofer Portugal AICOS é conseguir manter a ligação à investigação e, ao mesmo tempo, ter o contacto com a indústria. Afirma, no entanto, que apesar de alguns casos de sucesso, as relações e parcerias com empresas têm sido mais difíceis de estabelecer do que se pensava à partida.




Um "site" a pensar nos pacientes
Mais recente, o programa Harvard Medical School foi assinado há um ano e um dos seus grandes objectivos é fomentar o interesse pela investigação entre a comunidade médica, um objectivo que prova fazer sentido quando se olha para a fraca adesão ao concurso que permitia levar médicos recém-licenciados a fazer um treino de investigação em Harvard. Foram seleccionados apenas dois médicos para um treino de dois meses e um médico para uma formação de dois anos. Carmo Fonseca, directora deste programa, diz que a fraca adesão deve-se a falta de divulgação, mas também "porque ainda não é tradição valorizar a investigação" entre os médicos.

Outro grande objectivo é aumentar a informação sobre questões de saúde, descodificando o conhecimento científico para o público em geral e, aqui, o principal instrumento será um site que tem data prevista de lançamento para o final do Verão. António Vaz Carneiro, responsável por esta área, explica que o site terá conteúdos de alta qualidade na área da medicina, à semelhança do que já existe em Harvard. Vão aplicar o modelo, mas com conteúdos portugueses de alta qualidade, o que vai permitir, por exemplo, que quando se vai ao médico se possa trazer não só a receita de medicamentos, mas também a "prescrição" do site onde o paciente poderá saber mais sobre o seu problema de saúde.






Nome Maria Mota, 39 anos
Formação Licenciada em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Maria Mota fez também um pós-doutoramento em Nova Iorque onde a malária esteve mais uma vez presente. É investigadora do Instituto de Medicina Molecular.
Projecto Abordar a Malária por vários angulos




Harvard Medical School
À descoberta da cura para a Malária

O desejo expresso pelo casal Gates, Bill e Melinda, de ver a malária erradicada ainda durante a sua vida, teve uma grande repercussão no relançamento da investigação de uma doença que ainda mata um milhão de crianças por ano. E Maria Mota, que há muito direccionava a sua carreira de investigadora para esta área, decidiu aproveitar mais um instrumento que lhe permitiria ir mais longe: os concursos para projectos de investigação do programa Harvard Medical School Portugal. O objectivo do seu projecto, em parceria com uma equipa da prestigiada universidade americana e outras instituições nacionais, é fazer um rastreio de milhares de drogas para ver se alguma afecta o parasita no fígado, local onde se aloja antes de passar para a corrente sanguínea. "Tem de ser uma droga não tóxica e eficaz, porque temos de dá-la a crianças durante algum tempo, mesmo sem saber se o parasita lá está", explica Maria Mota. A parceria com Harvard é fundamental, porque esta universidade tem uma base com milhões de moléculas que podem ser testadas. Os primeiros 9 mil compostos vão ser testados já este Verão e é, por isso, que Maria Mota se prepara para passar três meses em Harvard. Espera dar um forte contributo para a descoberta de um fármaco e diz que a parceria com Harvard começou por ser muito útil logo na fase de elaboração da proposta que foi a concurso.




Como concorrer aos programas



Os concursos para os projectos a financiar no âmbito das várias parcerias internacionais são anunciados nas páginas dos próprios programas ou mesmo pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Os projectos são avaliados por painéis internacionais e o processo de avaliação e selecção leva em linha de conta vários critérios, entre os quais, a relevância do projecto, o respectivo mérito científico, originalidade e resultados esperados, a capacidade de integração de jovens investigadores ou a integração dos resultados da investigação no tecido empresarial.

UT Austin Portugal

utaustinportugal.org/

MIT Portugal

www.mitportugal.org
CMU Portugal
www.cmuportugal.org/

Harvard Medical School Portugal
www.hmsportugal.org/

Fundação para a Ciência e Tecnologia

alfa.fct.mctes.pt/apoios/projectos/concursos/




Parcerias em números



10 empresas participam financeiramente nos programas, havendo mais 70 empresas que são parceiras sem entrar com dinheiro.

24 institutos e universidades envolvidos nas parcerias internacionais.

442 alunos que já fizeram ou estão a fazer formação no âmbito destas parcerias.

70 alunos são estrangeiros.








Nome Lino Ferreira, 39 anos
Formação Licenciado em Bioquímica pela Universidade de Coimbra, foi nesta instituição que Lino Ferreira fez o mestrado em Biologia Celular e o doutoramento em Biotecnologia (parte do qual em Nova Iorque). Para o pós-doutoramento optou pelo MIT.
Projecto Criação de uma empresa, a Matera




MIT Portugal
Empreendedorismo em biomateriais

Lino Ferreira é um investigador com uma carreira vocacionada para os biomateriais e para as células estaminais e encontrou no MIT Portugal uma oportunidade para instalar e desenvolver os seus projectos de investigação nestas áreas. Mas a relação com o MIT já não era novidade. Foi no MIT, nos Estados Unidos, que fez o pós-doutoramento e que acabou por fazer a descoberta de uma tecnologia que veio a dar origem a uma empresa. "Achou-se que era uma tecnologia promissora e que poderia ter outras aplicações", diz, explicando que a sua descoberta está relacionada com materiais ou revestimentos que possuem características anti-microbianas e que podem ser colocados em dispositivos médicos, por exemplo, próteses para ancas ou dispositivos cardíacos, reduzindo o risco de infecções. Uma descoberta que acabou por dar origem à criação da Matera, em Janeiro de 2009. A empresa ainda não está a comercializar qualquer produto, porque estão ainda na fase de desenvolvimento da tecnologia, mas esta é já a concretização de um desejo: "converter a ciência em algo que tenha impacto directo na vida das pessoas". Além disso, quer fazer com que este "projecto tenha impacto a uma escala global".








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