Notícia
InoCrowd - A sabedoria das multidões
Soraya Gadit e Mário Lavado querem revolucionar a forma como as empresas inovam. É o conceito "CrowdSourcing": o conhecimento também pode vir da multidão.
14 de Abril de 2011 às 10:44
Desafiar investigadores a encontrar as soluções adequadas às necessidades das empresas. É este o propósito da InoCrowd. A ideia surgiu na cadeira de Novas Aventuras Empresariais, do Executive MBA na AESE - Escola de Direcção e Negócios, entre 2008 e 2010.
Soraya Gadit, 41 anos, é um dos nomes ligados ao projecto. Licenciada em Ciências Farmacêuticas, trabalhou durante 15 anos nessa indústria. Primeiro, na área de investigação e, depois, na de "marketing". Mas não é a única. João Moita contribuiu com o "know-how" em tecnologias de informação e Mário Lavado há muito que queria lançar um negócio seu. Com uma licenciatura em engenharia física e de materiais, iniciou a sua carreira na investigação. Esteve dez anos na indústria, na área da qualidade, e em 2008, inscreveu-se no MBA. Queria aprofundar os conhecimentos na área da gestão e criar uma empresa ligada à inovação e às tecnologias de informação. Alguns meses depois, nascia a InoCrowd.
"A InoCrowd surge como um modelo de negócio que tem por missão revolucionar o mercado da inovação," explica Soraya Gadit. O objectivo desta plataforma tecnológica é facilitar a ligação entre o mundo académico, composto por investigadores, e as empresas que necessitam de inovar. As organizações colocam um desafio na plataforma, que é enviado aos investigadores, e atribuem um prémio a quem encontrar a melhor solução.
Na base de dados, os promotores querem incluir nomes oriundos de quase todas as universidades portuguesas, cinco norte-americanas, cinco europeias e cinco asiáticas. "Já contactámos cerca de 80% das universidades portuguesas e, até à data, houve uma grande adesão. Querem que os seus investigadores estejam inscritos", comenta. Até ao final do primeiro semestre, está previsto o contacto com as instituições internacionais.
O plano de negócios tem contado com a colaboração dos professores da AESE. "Vamos na quinta ou na sexta versão", conta Mário Lavado. Apostaram na ideia de "inovação aberta" por ser um modelo de negócio inovador, que já está a ser implementado nos Estados Unidos da América (EUA) e na Europa do norte. "Acrescentámos uma característica diferenciadora: a possibilidade de potenciar o modelo de inovação aberta com as redes sociais e profissionais", explica Mário Lavado. "É uma espécie de Facebook para a inovação." Os utilizadores vão poder aceder à plataforma através de um "browser" e não precisam de instalar equipamento específico nos computadores.
De e para a multidão
O negócio baseia-se num modelo de "crowdsourcing", que significa que o conhecimento pode não estar apenas dentro da organização, mas em qualquer parte do mundo. "Pensar que o conhecimento está apenas dentro das nossas equipas de desenvolvimento é capaz de ser redutor. Portanto, temos de ir buscar conhecimento à multidão", explica Soraya Gadit.
A empresa pede uma solução à "crowd" inscrita na plataforma tecnológica ou aos utilizadores da rede profissional LinkedIn, com quem a InoCrowd já tem uma parceria. Estes são os "Open Requests". Se a organização quiser lançar um desafio apenas aos seus colaboradores, também pode utilizar a plataforma num modelo de "Closed Requests".
A InoCrowd foi constituída no início do ano com cinco mil euros. Logo em Janeiro, concorreu a um projecto no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) e tem contactado sociedades de capital de risco para poder fazer um aumento de capital e realizar totalmente o plano de negócios. São precisos cerca de 200 mil euros para o primeiro ano. A Naves, sociedade de capital de risco da AESE, é uma das interessadas.
"Foi-nos pedido que começássemos a pensar na internacionalização. Era essencial apostar num negócio que não ficasse propriamente dentro do rectângulo e que, em dois anos, tivéssemos um projecto", conta Soraya Gadit. Os planos apontam para a Finlândia, norte da Europa e EUA.
As empresas estão receptivas à ideia, mas exigem exemplos concretos de sucesso. O da Procter & Gamble é um deles. Em 2006, a empresa passou a deter 35% de novos produtos com a utilização deste tipo de plataforma. Para o futuro, pretendem aumentar o plano de recursos financeiros e humanos e incluir outro conceito em que os utilizadores podem pôr à venda as inovações que não estejam a utilizar. "É o conceito aberto na sua totalidade", diz Mário Lavado.
Bilhete de identidade
Nome promotores Soraya Gadit, Mário Lavado, João Moita
Projecto InoCrowd
Área de actividade Tecnologias de informação
Início de actividade Janeiro de 2011
Investimento inicial 200 mil euros (primeiro ano)
Sítio http://inocrowd.com
Como criar valor
A InoCrowd quer criar valor para as universidades e empresas e pretende aumentar as receitas das universidades, melhorar a visibilidade e reconhecimento público dos investigadores e reutilizar ideias, com ganhos financeiros. Como? Através da identificação de oportunidades no mundo empresarial, da ligação entre quem lança o desafio e quem está disposto a resolvê-lo, tratando das questões legais relativas à propriedade intelectual e efectuando a mediação na relação entre as universidades e empresas. Os promotores alegam que as empresas que recorrerem à plataforma tecnológica da InoCrowd terão uma redução dos custos de inovação bem como no tempo de identificação da "melhor solução" e aumento da sua eficiência. Com esta plataforma, poderão identificar as oportunidades de melhoria e seleccionar os investigadores mais adequados para cada caso.
Soraya Gadit, 41 anos, é um dos nomes ligados ao projecto. Licenciada em Ciências Farmacêuticas, trabalhou durante 15 anos nessa indústria. Primeiro, na área de investigação e, depois, na de "marketing". Mas não é a única. João Moita contribuiu com o "know-how" em tecnologias de informação e Mário Lavado há muito que queria lançar um negócio seu. Com uma licenciatura em engenharia física e de materiais, iniciou a sua carreira na investigação. Esteve dez anos na indústria, na área da qualidade, e em 2008, inscreveu-se no MBA. Queria aprofundar os conhecimentos na área da gestão e criar uma empresa ligada à inovação e às tecnologias de informação. Alguns meses depois, nascia a InoCrowd.
Na base de dados, os promotores querem incluir nomes oriundos de quase todas as universidades portuguesas, cinco norte-americanas, cinco europeias e cinco asiáticas. "Já contactámos cerca de 80% das universidades portuguesas e, até à data, houve uma grande adesão. Querem que os seus investigadores estejam inscritos", comenta. Até ao final do primeiro semestre, está previsto o contacto com as instituições internacionais.
O plano de negócios tem contado com a colaboração dos professores da AESE. "Vamos na quinta ou na sexta versão", conta Mário Lavado. Apostaram na ideia de "inovação aberta" por ser um modelo de negócio inovador, que já está a ser implementado nos Estados Unidos da América (EUA) e na Europa do norte. "Acrescentámos uma característica diferenciadora: a possibilidade de potenciar o modelo de inovação aberta com as redes sociais e profissionais", explica Mário Lavado. "É uma espécie de Facebook para a inovação." Os utilizadores vão poder aceder à plataforma através de um "browser" e não precisam de instalar equipamento específico nos computadores.
De e para a multidão
O negócio baseia-se num modelo de "crowdsourcing", que significa que o conhecimento pode não estar apenas dentro da organização, mas em qualquer parte do mundo. "Pensar que o conhecimento está apenas dentro das nossas equipas de desenvolvimento é capaz de ser redutor. Portanto, temos de ir buscar conhecimento à multidão", explica Soraya Gadit.
A empresa pede uma solução à "crowd" inscrita na plataforma tecnológica ou aos utilizadores da rede profissional LinkedIn, com quem a InoCrowd já tem uma parceria. Estes são os "Open Requests". Se a organização quiser lançar um desafio apenas aos seus colaboradores, também pode utilizar a plataforma num modelo de "Closed Requests".
A InoCrowd foi constituída no início do ano com cinco mil euros. Logo em Janeiro, concorreu a um projecto no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) e tem contactado sociedades de capital de risco para poder fazer um aumento de capital e realizar totalmente o plano de negócios. São precisos cerca de 200 mil euros para o primeiro ano. A Naves, sociedade de capital de risco da AESE, é uma das interessadas.
"Foi-nos pedido que começássemos a pensar na internacionalização. Era essencial apostar num negócio que não ficasse propriamente dentro do rectângulo e que, em dois anos, tivéssemos um projecto", conta Soraya Gadit. Os planos apontam para a Finlândia, norte da Europa e EUA.
As empresas estão receptivas à ideia, mas exigem exemplos concretos de sucesso. O da Procter & Gamble é um deles. Em 2006, a empresa passou a deter 35% de novos produtos com a utilização deste tipo de plataforma. Para o futuro, pretendem aumentar o plano de recursos financeiros e humanos e incluir outro conceito em que os utilizadores podem pôr à venda as inovações que não estejam a utilizar. "É o conceito aberto na sua totalidade", diz Mário Lavado.
Bilhete de identidade
Nome promotores Soraya Gadit, Mário Lavado, João Moita
Projecto InoCrowd
Área de actividade Tecnologias de informação
Início de actividade Janeiro de 2011
Investimento inicial 200 mil euros (primeiro ano)
Sítio http://inocrowd.com
Como criar valor
A InoCrowd quer criar valor para as universidades e empresas e pretende aumentar as receitas das universidades, melhorar a visibilidade e reconhecimento público dos investigadores e reutilizar ideias, com ganhos financeiros. Como? Através da identificação de oportunidades no mundo empresarial, da ligação entre quem lança o desafio e quem está disposto a resolvê-lo, tratando das questões legais relativas à propriedade intelectual e efectuando a mediação na relação entre as universidades e empresas. Os promotores alegam que as empresas que recorrerem à plataforma tecnológica da InoCrowd terão uma redução dos custos de inovação bem como no tempo de identificação da "melhor solução" e aumento da sua eficiência. Com esta plataforma, poderão identificar as oportunidades de melhoria e seleccionar os investigadores mais adequados para cada caso.