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Ginástica no trabalho, o elixir da produtividade

Quando quatro amigos partilham uma licenciatura em Educação Física e o desejo profundo de criar, na sua área, um projecto diferente de qualquer outro por cá existente, pode nascer uma empresa como a WorkWell - Ginástica Laboral. Três Joões (Borges, Lérias e...

Ginástica no trabalho, o elixir da produtividade
10 de Dezembro de 2009 às 15:57
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Quatro empreendedores usaram a sua licenciatura em Educação Física para criar uma empresa que leva a ginástica aos locais de trabalho. Praticar Ginástica Laboral é garantir uma produtividade crescente defendem os promotores da WorkWell junto dos decisores. Um argumento que convence


Quando quatro amigos partilham uma licenciatura em Educação Física e o desejo profundo de criar, na sua área, um projecto diferente de qualquer outro por cá existente, pode nascer uma empresa como a WorkWell - Ginástica Laboral. Três Joões (Borges, Lérias e Sousa) juntaram-se a um Tiago (Santos), todos na faixa dos 24 aos 26 anos, e depois de "algumas sessões de brainstorming" - estrangeirismo para dizer que se fartaram de pensar e discutir - chegaram à tal ideia inovadora.

Já todos trabalhavam, há alguns anos, como professores ou treinadores mas nenhum conhecia a Ginástica Laboral. Após muita pesquisa deram com este conceito "extremamente oportuno e actual", com sucesso nos EUA, no Japão e no Brasil. "Neste momento, dois terços da população trabalhadora no Japão pratica Ginástica Laboral diariamente, e com resultados excelentes ao nível do bem-estar, produtividade e redução de gastos com doenças ocupacionais e acidentes de trabalho", explica João Borges (na foto). Não escolheu o exemplo ao calha: o Japão é um país que prima pela sua capacidade produtiva.

Com o 'ouro' descoberto, há cerca de um ano foi possível fundar a WorkWell não sem antes investigarem o "nível da necessidade deste serviço (ver caixa), por parte do público-alvo." Sem grande dificuldade foi possível concluir que em Portugal há um elevado índice de lesões músculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho (que vulgarmente afectam os membros superiores e a coluna vertebral) e de acidentes de trabalho e, logo, elevados gastos relacionados com estes factores.

Além destes auspiciosos dados estatísticos (naturalmente do ponto de vista dos empreendedores) encontraram, também, um mercado crescente ao nível da prestação de serviços dentro de empresas, nomeadamente ao nível do bem-estar dos colaboradores.

Estudado o terreno, realizaram um projecto-piloto de dois meses, grátis, não só para avaliarem a aceitação dos colaboradores e dos decisores, como para "aprimorar" o serviço. Os resultados foram tão bons que a empresa 'rato de laboratório' (a RESUL) se tornou a primeira cliente da WorkWell.

Um teste animador que só veio aumentar a convicção de que teriam sucesso: "Receios tivemos poucos". Pelo contrário, as dificuldades foram muitas. A maior era tratar-se de um serviço inovador no país e numa área que ainda não faz parte da cultura portuguesa (um dos países mais sedentários da União Europeia). Retratado o 'inimigo' a combater, os empreendedores definiram o principal objectivo para 2009: espalhar a palavra da Ginástica Laboral. Reportagens, eventos, acções de promoção e sessões demonstrativas, fizeram com que o objectivo tenha vindo a ser cumprido.

Financiada com capitais próprios, num investimento inicial de 5000 euros a WorkWell já comemorou um ano de actividade. Três clientes fixos (com contrato) e várias parcerias correspondem ao objectivo estabelecido para este ano. Com as contas em equilíbrio a expectativa em relação à evolução do negócio é "enorme". Estão em fase de projecto com cerca de 20 empresas e, até final de Dezembro, estes potenciais clientes decidirão se vão incluir a WorkWell nas suas políticas de Recursos Humanos de 2010. A operar na região da Grande Lisboa a empresa já tem projectos com potenciais clientes no Porto, em Coimbra e no Algarve.

Para já há que adaptar a estrutura à expansão, por isso decorre a primeira operação de recrutamento. É que criar emprego foi sempre um dos desígnios destes empreendedores.

Num futuro médio pensam internacionalizar o negócio: "Há muito mercado pela Europa fora, especialmente em Espanha." O objectivo destes empresários sub-30 não é modesto: "queremos que a WorkWell se torne numa empresa de referência para a valorização do capital humano dentro das empresas".


BI
Nome da empresa WorkWell
Site www.workwell.pt
Actividade: Ginástica Laboral
Início de actividade Outubro de 2008
Trabalhadores 4
Capital Inicial 5000 euros"


Nem a gravata precisa de sair do sítio
Horas à secretária, dia após dia na mesma, repetitiva, tarefa, quem nunca experimentou aquelas dores terríveis no pescoço e nos ombros depois de um dia de trabalho? É para combater esses males do corpo que a WorkWell põe os trabalhadores a mexer. Sem ténis, nem fato de treino, sem suor, nem fadiga. O serviço consiste numa actividade física - prescrita e administrada por um dos quatro promotores - de curta duração, sete a 15 minutos, durante o horário de expediente e no próprio local de trabalho. Acaba por funcionar como uma pausa activa e nem a gravata precisa de sair do sítio. As sessões são compostas por exercícios de relaxamento, reforço muscular, alongamentos e flexibilidade.


Eles tratam a crise por tu
Esperar-se-ia que uma empresa que vive de proporcionar bem-estar aos trabalhadores vivesse, em tempos de crise, um mau momento mas os fundadores da WorkWell explicam porque não foi exactamente assim: "Se é verdade que todas as empresas apertaram os cordões à bolsa e se retraíram, também é verdade que esta Ginástica Laboral representa um investimento reduzido (entre 0,5€ e 2€ por colaborador, por sessão) que é compensado com a diminuição das despesas com lesões e acidentes (e absentismo consequente), com o aumento da produtividade e, também, com a melhoria das condições de trabalho e bem-estar geral dentro das empresas, independentemente do sector e tipo de actividade", diz João Borges. Acresce que há uma melhoria da imagem da empresa perante os seus colaboradores, o que é muito positivo num momento de crise, em que sacrifícios são necessários.
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