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"Funcionou quase como uma catarse colectiva"

Francisco Araújo e Ricardo Vaz contam como tem sido viver os FridayForum e, sobretudo, como aprenderam a não terem medo de falhar.

Negócios 06 de Dezembro de 2012 às 10:24
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Francisco Araújo não esquece o dia em que teve de cantar fado, em inglês, na Escola Superior de Música de Lisboa. Aos 33 anos, o engenheiro de ambiente viu-se obrigado a enfrentar uma audiência que não lhe caberia no imaginário.

"Deram-nos uma música de fado e muito rapidamente tivemos de escrever uma letra em inglês que fosse coerente, apesar de estarmos a trabalhar em grupos. A letra tinha de ser sobre uma experiência que tivéssemos vivido no MBA e tínhamos de a cantar acompanhados de guitarristas", conta. Objectivo: saber comunicar e improvisar face a situações inesperadas ou perante uma plateia. Um "FridayForum" é, essencialmente, isto. "Munir as pessoas com um conjunto de ferramentas que vai ajudá-las a lidar com os desafios que têm pela frente", explica.

Foi isto que aconteceu na última sessão do programa, orientada por Marc Le Menestrel, sobre o medo de falhar. O intuito era o de confrontar os alunos com situações de falhanço pessoal ou profissional. "O fórum versava sobre isto: conseguir ter a frieza e introspecção suficientes para ver o que se pode extrair do erro para crescer ou melhorar."

Os alunos começaram por se reunir em grupos de dois e falaram do que era mais importante: uma falha a nível pessoal ou profissional. Depois, deitaram-se no chão, fecharam os olhos e deixaram-se levar pela história narrada por Marc Le Menestrel. Nela, tinham de escolher um herói que iria derrubar um monstro, ambos criados por cada um dos estudantes. "O meu herói lutou contra o meu monstro e perdeu. E eu tinha de conseguir levar algo de positivo daquela experiência, o que acabou por ser uma viagem introspectiva."

A sessão continuou com os alunos novamente deitados no chão, a imaginarem como seriam e onde estariam dali a 15 anos. "Uma das conclusões a que chegámos foi a de que ninguém falou de trabalho, mas sim de filhos, família e amigos. Isto ajudou-nos a pôr em contexto que a carreira é importante, mas é apenas uma parte da nossa vida", diz. O engenheiro do ambiente conta que estas conclusões obrigaram-no a pensar e a colocar tudo em perspectiva.

Por último, os alunos tiveram de identificar uma pessoa que admiravam e escrever um texto sobre ela, explicando à turma por que a admiravam. O passo seguinte era transportarem-se para o papel dessa pessoa e relerem o texto substituindo-a por "eu". "Funcionou quase como uma catarse colectiva. Houve risos, choro, dramatismo e isto é característico dos FridayForum. Quando se passa por cada um dos processos, sente-se sempre de uma maneira muito peculiar."
 

Força para avançar
À pergunta do Negócios sobre se se sentia mais preparado para lidar com o falhanço, a resposta foi "claramente que sim", sensação partilhada com Ricardo Vaz, colega de turma. O engenheiro civil de 34 anos quer lançar uma empresa e conta que o FridayForum de MarcLe Menestrel vai ajudar bastante no início. "Dá-me uma força enorme para avançar, para conseguir, porque uma das principais razões para as pessoas não avançarem com os seus projectos é o medo que têm de falhar." Concluiu que o falhanço é algo que vai acabar por acontecer e que tem de estar preparado para enfrentá-lo.

Outra competência treinada no programa e que Ricardo Alves considera essencial para a nova etapa da sua vida é a noção de equipa: como deve funcionar e como deve ser formada. "No geral, os FridayForum têm sido importantes para aprender a lidar com as pessoas, mas também para aprendermos a lidar connosco, saber como enfrentar determinadas situações, como nos devemos relacionar, lidar com a agressividade, momentos hostis ou como dar feedbackspositivos ou negativos", explica. Mais: obrigam a parar e a reflectir sobre os temas, diz, enumerando vários momentos que considerou marcantes ao longo do programa.

"Tivemos um que é extremamente útil, sobre como dar "feedback" a alguém, sobretudo quando é negativo. Permitiu-nos aprender a dizer o que é importante de forma construtiva." Ricardo Vaz adianta que, no final do MBA, ele e os seus colegas estavam muito mais à vontade para enfrentar determinadas situações.
 

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