Nas cinco gerações que a Quinta do Montalto já acumula, os 50 hectares que fazem a propriedade já serviram vários fins. A vinha é um dos mais antigos e aquele que chegou aos dias de hoje como aposta a manter. Desde que em 2003 André Pereira ficou à frente dos negócios da família na quinta, a produção aumentou e chega hoje aos 15,5 hectares. Mas não foi só a capacidade produtiva que mudou. A lógica também. A agricultura biológica tomou conta da propriedade, num processo que André Pereira considerou simples, porque já era muito nessa linha que o Montalto já trabalhava. Os talhões de vinha passaram a ser divididos por casta, foi introduzida tecnologia e a venda de vinho a granel deu lugar a uma aposta mais estruturada em marcas próprias, que hoje são promovidas no mercado nacional e internacional, com uma presença insistente em feiras e mostras. Específicas para produtos biológicos ou genéricas do sector vinícola. A ideia é divulgar um vinho de qualidade que por acaso até tem produção biológica.
A produção hortícola, que hoje ocupa dois a três hectares, cresceu para passar de uma lógica de resposta às necessidades da família para um posicionamento comercial.
Na vinha, o objectivo do Montalto é reforçar a presença em mercados internacionais, que este ano já devem absorver metade da produção, à medida que a capacidade produtiva das terras reconvertidas for aumentando. Nos produtos hortícolas continuar a explorar uma rede de proximidade, que passa sobretudo pela venda para lojas e distribuidores. A escolha dos produtos a produzir continuará a seguir a mesma lógica: "produzir para o mercado, estando atento às suas necessidades", diz André Pereira.
Nos próximos anos o Montalto também pretende promover uma aproximação das pessoas à quinta, permitindo o contacto com a vindima e as actividades ali desenvolvidas. Esta é uma área que já está a ser explorada mas à medida que a quinta vai sendo adaptada ao novo posicionamento tenderá a aumentar.