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Como fazer de uma paixão um negócio

Ocupar o tempo livre com actividades ao ar livre, longe da agitação da cidade, das filas de trânsito e do "stress" do trabalho é uma opção cada vez mais acessível. Com uma oferta diversificada e custos que se adaptam a várias carteiras, conheça três histórias de amantes da natureza que criaram os seus negócios.

13 de Outubro de 2011 às 11:18
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Fotonature, SAL- Sistemas de Ar Livre ou Oficina da Natureza são projectos muito diferentes, mas seguem uma receita comum: fazem da natureza a matéria-prima, juntam-lhes uma paixão e criam produtos inovadores.

No caso da Fotonature foi a paixão pela fotografia que juntou três amigos que dedicam o seu dia-a-dia ou os tempos livres a organizar "workshops" de fotografia em recantos menos conhecidos do país. No topo na Serra da Estrela, nos rochedos de uma praia da costa alentejana ou mesmo nas ruas mais estreitas de Lisboa, todos os cenários servem de local para a Fotonature desenvolver o seu trabalho.

"É um privilégio poder sair da cidade, indo ao encontro da natureza, na companhia de amigos e formadores que nos ajudam a evoluir a técnica fotográfica", diz Nuno Reis, que já fez vários "workshops" com a Fotonature. Luís Afonso, um dos formadores da equipa, explica o que marca a diferença deste projeto. "A Fotonature diferencia-se pela [componente] prática. Todos são tratados de igual para igual e voltam porque gostam muito do funcionamento [dos 'workshops']", acrescenta.

Para frequentar as formações da Fotonature não é preciso qualquer requisito especial, nem mesmo conhecimentos básicos de fotografia. Basta ter uma máquina fotográfica, gostar de fotografia e, claro, do contacto com a natureza. Do lado da Fotonature, os formadores garantem partilhar a sua grande paixão e tudo o que sabem sobre fotografia.

Foi a mesma paixão pela natureza que fez Paulo Lopes, antigo técnico de informática, lançar a Oficina da Natureza. Aliou-lhe o património cultural e a gastronomia e criou um portefólio de cerca de 30 actividades diferentes nestas três áreas. As actividades vão desde passeios de bicicleta, passando por percursos pedestres, "oficinas" de vinha, doces ou olaria e também passeios a cavalo.

Todas as actividades são desenvolvidas no Norte do país e têm como objectivo levar as pessoas a conhecerem outras e a contactar com tradições nos locais por onde passam as oficinas. A variedade das actividades leva muitos participantes a escolher a Oficina da Natureza para passar um dia ou fim-de-semana diferente e "muitos gostam tanto que até repetem", explica Paulo Lopes.

Vantagens atividades ar livre
As grandes vantagens destas atividades ligadas à natureza é o facto de serem praticadas ao ar livre, além de terem vantagens para a saúde mental, diz Pedro Teixeira, professor da Faculdade de Motricidade Humana e especialista em questões de nutrição. Estas actividades 'outdoor' "até podem ter mais benefícios" - quando comparadas com um ginásio, por exemplo - "porque são praticadas ao ar livre, com mais tempo, mais prazer e as pessoas envolvem-se mais".

As empresas que desenvolvem as suas actividades na natureza dão também uma ajuda à economia, porque "contribuem para a dinamização das economias locais e regionais, para a preservação dos recursos naturais e permitem atenuar a sazonalidade da actividade turística", defende uma fonte do Turismo de Portugal, em declarações ao Negócios.

De acordo com o Turismo de Portugal, "melhorar as infra-estruturas e serviços dos parques naturais e aproveitar os recursos naturais são esforços contínuos que devem ser feitos para melhor os produtos turísticos" do país. Também neste sentido, Pedro Teixeira considera que definir trilhos pedestres é uma opção "fácil a seguir (…) basta assinalar [os percursos]".

Este é um fator crítico para a SAL - Sistemas de Ar Livre, uma empresa especializada em passeios pedestres que nasceu numa altura em que o mercado estava ainda pouco habituado a estas andanças, há mais de 15 anos. "Parecia uma área interessante porque ia dar frutos", explica José Pedro Calheiros, director-geral da SAL.

Nos anos 90, "a sociedade estava a mudar, as pessoas estavam a tornar-se mais proactivas, preocupadas com saúde, com o exercício", diz o líder da empresa. E foi sobre este cenário que a SAL nasceu, para dar resposta a uma sociedade cada vez mais pressionada pelo stress e interessada em combatê-lo.

Com uma agenda anual de caminhadas todos os fins-de-semana, a SAL convida as pessoas a participar mesmo sem inscrição: "Basta aparecer à hora marcada". Desde o início há quem caminhe com a SAL mais do que uma vez por mês, acrescenta.
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