O modelo de orquestração foi o escolhido pela Brisa para desenvolver os seus processos de inovação. Ou seja, a Brisa Inovação e Tecnologia, ou BIT, criada em 2010, está no centro, coordenando-se depois com os seus parceiros - universidades, fornecedores, instituições que apoiam inovação e financiadores. Com esta relação de partilha aberta, a BIT consegue reduzir os custos fixos e, ao mesmo tempo, dar um contributo positivo para a sociedade. Prova disso foi o facto de já ter suscitado a criação de sete "start-ups" até à data.
Estas empresas nasceram do contacto directo que a Brisa estabelece com as universidades, levando os alunos a trabalhar directamente na empresa, num ambiente em que o trabalho é feito em rede. A empresa não precisa de crescer em dimensão e torna-se mais ágil e competitiva, mas os alunos também ganham ao interagirem com o mundo do trabalho enquanto estudam. Além disso, Sales Gomes diz que estes projectos "têm sido um forte contributo para a economia do país, já que a Brisa não importa tecnologia e desenvolve-a em Portugal".
"A Brisa leva os problemas às universidades para que [os alunos] compreendam os problemas da empresa" e em conjunto encontrem soluções, explica Sales Gomes presidente da BIT. Por exemplo, a cobrança de portagens e as questões de segurança sempre foram problemas da Brisa, "a forma de os resolver é que mudou" com a "open innovation". Foi, então, criado o projecto Migrar, que consistiu na renovação das infra-estruturas de cobrança de portagens em conjunto com os parceiros da Brisa e na adopção de "software open source", que permitiu a independência face a um fornecedor específico, reduzindo os custos. Este é um dos projectos que prova que, mesmo antes de a BIT ter sido criada como uma unidade independente, a Brisa já era gerida num ambiente de "open innovation" desde 2002, com a criação de uma direcção de inovação.