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Aproveite a garra dos jovens até aos 35
Têm menos de 35 anos, vontade de trabalhar e o apoio do IEFP. Já imaginou o que podem fazer pela sua empresa? Saiba como é que Abílio Dias, Sérgio Araújo e João Marques aproveitaram o programa de estágios profissionais para dinamizarem a...
27 de Maio de 2010 às 11:36
Têm menos de 35 anos, vontade de trabalhar e o apoio do IEFP. Já imaginou o que podem fazer pela sua empresa? Saiba como é que Abílio Dias, Sérgio Araújo e João Marques aproveitaram o programa de estágios profissionais para dinamizarem a EDIGMA, Creativeland e Tekbox.
No final do estágio profissional, Abílio Dias estava preparado para abraçar um novo desafio na empresa que o acolheu, a EDIGMA. Com apenas 26 anos, o licenciado em Relações Internacionais e pós-graduado em Marketing e Gestão Estratégica, pela Universidade do Minho, integrou a equipa de comércio internacional e gestão de mercados internacionais da empresa que tem sede em Braga. A proposta teve por base o momento de expansão internacional que a EDIGMA atravessava, a formação académica de Abílio e os conhecimentos que adquiriu durante o estágio. Neste momento, o jovem natural de Trofa está empenhado em fazer da DISPLAX Interactive Systems, a maior marca mundial de interactividade.
A avalanche profissional de Abílio começou em Janeiro do ano passado, quando concorreu ao programa de estágios profissionais do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), do qual teve conhecimento ainda estudante. Soube da iniciativa pelos jornais, site do IEFP e através dos processos de recrutamento em que esteve envolvido. Em Abril de 2009, começou a sua actividade na EDIGMA - Gestão de Projectos Digitais.
Abílio Dias é um dos jovens que o programa do IEFP insere, anualmente, no mercado de trabalho. Além de abrir portas aos recém-formados, esta medida também promove a melhoria das qualificações. Mais: "permite uma adaptação das competências adquiridas em contexto de qualificação à realidade concreta das empresas e, simultaneamente, promove a qualificação e o reforço das organizações empregadoras e o tecido produtivo, nomeadamente no âmbito das micro e pequenas empresas", explica fonte oficial do IEFP. Os estágios têm a duração de 12 meses e destinam-se a jovens até aos 35 anos, com formação superior, de nível 3 ou ensino secundário completo, à procura do primeiro ou novo emprego.
Quando Abílio Dias agarrou a oportunidade de permanecer na EDIGMA, sabia que tinha "um enorme potencial de aprendizagem". O recém-licenciado já conhecia a empresa, tendo seguido regularmente o seu trabalho. "Tendo em conta as condições de emprego actuais, é muito difícil conciliar aqueles que são os sonhos de um jovem com a realidade das empresas. Com os estágios profissionais do IEFP, cria-se um equilíbrio que permite que os jovens olhem com outros olhos para as empresas", comenta Abílio.
Para o estagiário, esta é uma forma de conseguir cativar activos qualificados em várias áreas. "Os apoios que as empresas recebem do IEFP são importantes para que estas se tornem mais atractivas aos olhos de quem quer pôr em prática o que aprendeu na Universidade", acrescenta.
Mais interactividade
"A experiência correu e está a correr muito bem", comenta Abílio. O jovem que agarrou a oportunidade de aprender com "alguns dos que melhor pensam e executam nas suas áreas de actuação em Portugal", não se arrepende. Na verdade, a EDIGMA tem desenvolvido vários estágios profissionais ao abrigo dos programas do IEFP, que foram integrados em áreas estratégicas como Marketing, Technology e Project Management. É uma prática que mantêm desde 2004 e que surge no âmbito dos incentivos à contratação.
"A contratação de estagiários permite-nos ter um apoio importante no primeiro ano de actividade de cada colaborador que é integrado nesse regime", adianta Ema Cruz, "human resources officer" da empresa. Este ano é um período de aprendizagem e de investimento, para que conheçam o dia-a-dia da companhia. Por outro lado, os estagiários têm a oportunidade de serem integrados em projectos de grande dimensão, desenvolvidos em Portugal e no exterior, sendo "um reforço importante para as equipas mais seniores".
A experiência de Abílio não foi a única a ter um "final feliz" na EDIGMA. Segundo Ema Cruz, as restantes também têm sido muito positivas e com perspectivas de desenvolvimento. Na verdade, todos os estagiários que a empresa acolheu tiveram a oportunidade de por lá continuar. Quanto a dificuldades, nem Ema nem Abílio adiantam o que quer que seja. "Os processos foram bastante céleres e o apoio do IEFP Braga foi incondicional. Tem sido, sem dúvida, um "parceiro" de sucesso", diz Ema. Mas há um aspecto que Ema gostaria de ver melhorado: a possibilidade de alguns registos e processos documentais serem realizados via internet, um portal dedicado a estagiários e entidades com partilha de toda a informação e documentação. No fundo, "tornar o processo mais interactivo".
Para quem arranca do zero
Sérgio de Araújo é brasileiro, tem 29 anos, e veio a Portugal, pela primeira vez, em 2001. Depois, foi formar-se em Comunicação Social na Universidade Católica do Rio de Janeiro e mudou-se para Espanha durante dois anos. No final de 2007, voltou para Portugal, onde trabalhou como 'freelancer', até concorrer a um estágio profissional na Creativeland, no Verão de 2009. Só soube da existência do programa quando foi contratado pela empresa que opera em vários ramos do sector da imagem, vídeo e comunicação em novos media.
"Está a ser uma experiência fantástica, enriquecedora", comenta. Sérgio é director de audiovisuais, operador de câmera, editor e realizador. Conseguir equivalência à licenciatura que tirou no Brasil foi a maior dificuldade que encontrou durante a candidatura. Talvez seja por isso que considera que deveria existir mais informação relativa ao estágio e aos seus direitos e deveres enquanto estagiário.
Luís Reis, sócio-gerente da Creativeland, concorda. Os entraves nas equivalências a cursos tirados fora da União Europeia podem ter dificultado o processo. Contudo, afirma não terem tido "obstáculos de maior". Pelo contrário, até aqui, a experiência tem corrido "muito bem". "Temos encontrado jovens com muitas capacidades e, se tudo correr pelo melhor, serão integrados na empresa no final dos seus estágios. Pelo menos, é o que esperamos", adianta Luís Reis.
A Creativeland teve conhecimento do programa assim que começou a constituir a sua equipa. Depois disso, recorreu ao IEFP para se informar sobre o recrutamento dos elementos que necessitava. Estava dado o primeiro passo. "Somos uma empresa nova, recém-criada, e com dificuldades inerentes a um negócio que arranca do zero", explica. Têm, por isso, muita necessidade de gente jovem, dinâmica, com alguns conhecimentos específicos e a "transbordar de criatividade". Por isso, é importante que contratem jovens profissionais, recém-formados, com qualificações específicas, que tragam ideias novas e a força de trabalho que necessitam para o desenvolvimento da empresa.
"Os estágios profissionais dão-nos aquilo que procuramos", diz. Só é pena que não abranjam outros jovens, que se tenham licenciado fora da União Europeia e que querem tentar a sua sorte no mercado de trabalho nacional. "São profissionais válidos, a quem dificilmente serão dadas oportunidades se não for pela via do estágio profissional", comenta Luís Reis. Sérgio Araújo acrescenta que as empresas, principalmente as "start up", podem ter, neste programa, a possibilidade de contratar os profissionais que os ajudarão a alcançar os seus objectivos mais rápido e facilmente.
Um "empurrão" para a Tekbox
João Marques tem 24 anos e o curso de Automação, Robótica e Controlo Industrial (nível 4), promovido pela ATEC - Academia de Formação, em Palmela. Soube do programa de estágios profissionais do IEFP na empresa onde trabalha actualmente, a Tekbox, de serviços técnicos ambientais, especializada no mercado das águas. Em Dezembro de 2005, terminado o estágio curricular de 6 meses, decidiu concorrer.
"A experiência como estagiário profissional foi gratificante", explica. Além de ter conseguido adquirir vários conhecimentos, João mostrou o seu valor enquanto trabalhador, permitindo a sua permanência na empresa. Cerca de 3 anos depois, está efectivo na companhia que viu nascer a sua carreira de técnico especializado de electromecânica. Hoje, é chefe de equipa de trabalho na Tekbox.
Obstáculos, não encontrou, nem no processo de candidatura nem no decorrer do estágio. Antes pelo contrário. João considera que o programa funciona bem e é uma oportunidade para os jovens que se candidatam. "Os estágios profissionais são sempre uma mais-valia, tanto para o trabalhador como para a empresa", adianta João. Enquanto o primeiro tem a oportunidade de mostrar o que vale, a segunda tem a de encontrar bons colaboradores. Nos planos para o futuro, está uma licenciatura em electrotecnia.
João não foi o primeiro estagiário que a Tekbox contratou neste âmbito. Desde 2002, que a empresa que assegura a prestação de serviços de instalação, gestão e manutenção de instalações de tratamento de águas, recorre a esta medida. "Os recursos humanos têm uma acção bastante pró-activa de recrutamento", comenta Tiago Teles, sócio-gerente da empresa. Ao contratarem recursos recém-formados, têm a oportunidade de educar profissionalmente os colaboradores, recorrendo também a outros programas e estabelecendo protocolos com várias escolas profissionais.
Desde os primeiros anos de actividade que a Tekbox tem conhecimento dos estágios profissionais do IEFP. "Na fase de crescimento e alargamento de equipa, esta medida foi um empurrão e uma ajuda na tomada de decisão de contratação", diz Tiago Teles. Mais: há uma redução do risco e o compromisso é partilhado, permitindo ao empregador e empregado conhecerem-se. Existe ainda a possibilidade de, caso haja uma nova vaga ou função na empresa e o estagiário gerar o retorno esperado, surgirem condições de continuidade.
"É um programa com bastante sucesso interno", adianta Tiago Teles. Na verdade, cerca de 90% dos estagiários que efectuaram um estágio profissional na Tekbox acabam por integrar a equipa de colaboradores. "Agiliza a contratação e permite uma experiência mútua, reduzindo os custos de uma má contratação", acrescenta.
Para o sócio-gerente da Tekbox, a maior dificuldade do programa diz respeito ao financiamento do IEFP, que está desfasado do plano de pagamentos necessário ao estagiário. "Na grande maioria dos casos, quem avança com o dinheiro é sempre a empresa", diz.
Por já ter alguma experiência, a empresa ressalva-se para estas situações. Desta forma, só avança quando há disponibilidade financeira para suportar o encargo sem que o estagiário venha a ser prejudicado. "Esta questão pode ser um grande entrave para empresas com tesourarias mais débeis e sem capacidade financeira", acrescenta o sócio-gerente. Por isso, tem que existir um investimento e um risco do empregador, sendo que o Estado, "através do IEFP, não pode dar tudo de mão beijada às empresas, cabe a estas investir, arriscar e criar oportunidades".
O sistema de controlo de atribuição e fiscalização do programa também devia ser melhorado, pois Tiago Teles receia que a medida possa ser "mal usada e de forma intensiva", tornando-se num convite ao trabalho precário. Além disso, acredita que os valores de remuneração dos estagiários deviam ser alinhados com os que são praticados no mercado. É que daqui derivam duas situações: por vezes "o valor é demasiado baixo para algumas especialidades, o que torna impossível a colocação do estagiário". Outras vezes "é exagerado e, em fase de contratação efectiva, pode haver redução para os valores praticados no mercado, o que não estimula ninguém"
Anualmente, o IEFP abrange mais de 20 mil jovens em medidas de estágios profissionais. Em 2009, esse valor ascendeu a 31.485 estagiários. Estas medidas registam uma taxa de integração no mercado de trabalho superior a 70%, após o fim do estágio.
As várias medidas INOV, promovidas pelo Governo, também são inseridas no âmbito dos estágios profissionais, orientadas para áreas de intervenção específicas. Só o INOV Jovem regista uma taxa de integração na ordem dos 80%. Na verdade, "o programa de estágios profissionais tem constituído um enorme sucesso na inserção de jovens qualificados na vida activa", segundo fonte oficial do instituto. Abílio Dias e João Marques são dois dos estagiários que continuaram nas empresas, após a conclusão do ano de estágio. E Sérgio Araújo também espera poder continuar o seu trabalho, assim que o estágio termine.
No final do estágio profissional, Abílio Dias estava preparado para abraçar um novo desafio na empresa que o acolheu, a EDIGMA. Com apenas 26 anos, o licenciado em Relações Internacionais e pós-graduado em Marketing e Gestão Estratégica, pela Universidade do Minho, integrou a equipa de comércio internacional e gestão de mercados internacionais da empresa que tem sede em Braga. A proposta teve por base o momento de expansão internacional que a EDIGMA atravessava, a formação académica de Abílio e os conhecimentos que adquiriu durante o estágio. Neste momento, o jovem natural de Trofa está empenhado em fazer da DISPLAX Interactive Systems, a maior marca mundial de interactividade.
Abílio Dias é um dos jovens que o programa do IEFP insere, anualmente, no mercado de trabalho. Além de abrir portas aos recém-formados, esta medida também promove a melhoria das qualificações. Mais: "permite uma adaptação das competências adquiridas em contexto de qualificação à realidade concreta das empresas e, simultaneamente, promove a qualificação e o reforço das organizações empregadoras e o tecido produtivo, nomeadamente no âmbito das micro e pequenas empresas", explica fonte oficial do IEFP. Os estágios têm a duração de 12 meses e destinam-se a jovens até aos 35 anos, com formação superior, de nível 3 ou ensino secundário completo, à procura do primeiro ou novo emprego.
Assim que terminou o seu estágio profissional, Abílio Dias assinou contrato com a EDIGMA. Todos os estagiários que a empresa acolheu desde 2004 permaneceram na empresa. Empresa EDIGMA.COM - Gestão de projectos digitais. Área de actividade tecnologia, conteúdos e consultoria - desenvolvimento de negócio e implementação de estratégias de marketing. Número de Colaboradores 54 |
Quando Abílio Dias agarrou a oportunidade de permanecer na EDIGMA, sabia que tinha "um enorme potencial de aprendizagem". O recém-licenciado já conhecia a empresa, tendo seguido regularmente o seu trabalho. "Tendo em conta as condições de emprego actuais, é muito difícil conciliar aqueles que são os sonhos de um jovem com a realidade das empresas. Com os estágios profissionais do IEFP, cria-se um equilíbrio que permite que os jovens olhem com outros olhos para as empresas", comenta Abílio.
Para o estagiário, esta é uma forma de conseguir cativar activos qualificados em várias áreas. "Os apoios que as empresas recebem do IEFP são importantes para que estas se tornem mais atractivas aos olhos de quem quer pôr em prática o que aprendeu na Universidade", acrescenta.
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Mais interactividade
"A experiência correu e está a correr muito bem", comenta Abílio. O jovem que agarrou a oportunidade de aprender com "alguns dos que melhor pensam e executam nas suas áreas de actuação em Portugal", não se arrepende. Na verdade, a EDIGMA tem desenvolvido vários estágios profissionais ao abrigo dos programas do IEFP, que foram integrados em áreas estratégicas como Marketing, Technology e Project Management. É uma prática que mantêm desde 2004 e que surge no âmbito dos incentivos à contratação.
"A contratação de estagiários permite-nos ter um apoio importante no primeiro ano de actividade de cada colaborador que é integrado nesse regime", adianta Ema Cruz, "human resources officer" da empresa. Este ano é um período de aprendizagem e de investimento, para que conheçam o dia-a-dia da companhia. Por outro lado, os estagiários têm a oportunidade de serem integrados em projectos de grande dimensão, desenvolvidos em Portugal e no exterior, sendo "um reforço importante para as equipas mais seniores".
A experiência de Abílio não foi a única a ter um "final feliz" na EDIGMA. Segundo Ema Cruz, as restantes também têm sido muito positivas e com perspectivas de desenvolvimento. Na verdade, todos os estagiários que a empresa acolheu tiveram a oportunidade de por lá continuar. Quanto a dificuldades, nem Ema nem Abílio adiantam o que quer que seja. "Os processos foram bastante céleres e o apoio do IEFP Braga foi incondicional. Tem sido, sem dúvida, um "parceiro" de sucesso", diz Ema. Mas há um aspecto que Ema gostaria de ver melhorado: a possibilidade de alguns registos e processos documentais serem realizados via internet, um portal dedicado a estagiários e entidades com partilha de toda a informação e documentação. No fundo, "tornar o processo mais interactivo".
Para quem arranca do zero
Sérgio de Araújo é brasileiro, tem 29 anos, e veio a Portugal, pela primeira vez, em 2001. Depois, foi formar-se em Comunicação Social na Universidade Católica do Rio de Janeiro e mudou-se para Espanha durante dois anos. No final de 2007, voltou para Portugal, onde trabalhou como 'freelancer', até concorrer a um estágio profissional na Creativeland, no Verão de 2009. Só soube da existência do programa quando foi contratado pela empresa que opera em vários ramos do sector da imagem, vídeo e comunicação em novos media.
Sérgio Araújo é estagiário na Creativeland desde o Verão do ano passado. A empresa é nova e foi à procura de gente jovem e dinâmica com garra para trabalhar. Empresa Creativeland Área de actividade multidisciplinar, operando no sector da imagem, vídeo e comunicação em novos média. Número de colaboradores 14 |
"Está a ser uma experiência fantástica, enriquecedora", comenta. Sérgio é director de audiovisuais, operador de câmera, editor e realizador. Conseguir equivalência à licenciatura que tirou no Brasil foi a maior dificuldade que encontrou durante a candidatura. Talvez seja por isso que considera que deveria existir mais informação relativa ao estágio e aos seus direitos e deveres enquanto estagiário.
Luís Reis, sócio-gerente da Creativeland, concorda. Os entraves nas equivalências a cursos tirados fora da União Europeia podem ter dificultado o processo. Contudo, afirma não terem tido "obstáculos de maior". Pelo contrário, até aqui, a experiência tem corrido "muito bem". "Temos encontrado jovens com muitas capacidades e, se tudo correr pelo melhor, serão integrados na empresa no final dos seus estágios. Pelo menos, é o que esperamos", adianta Luís Reis.
A Creativeland teve conhecimento do programa assim que começou a constituir a sua equipa. Depois disso, recorreu ao IEFP para se informar sobre o recrutamento dos elementos que necessitava. Estava dado o primeiro passo. "Somos uma empresa nova, recém-criada, e com dificuldades inerentes a um negócio que arranca do zero", explica. Têm, por isso, muita necessidade de gente jovem, dinâmica, com alguns conhecimentos específicos e a "transbordar de criatividade". Por isso, é importante que contratem jovens profissionais, recém-formados, com qualificações específicas, que tragam ideias novas e a força de trabalho que necessitam para o desenvolvimento da empresa.
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"Os estágios profissionais dão-nos aquilo que procuramos", diz. Só é pena que não abranjam outros jovens, que se tenham licenciado fora da União Europeia e que querem tentar a sua sorte no mercado de trabalho nacional. "São profissionais válidos, a quem dificilmente serão dadas oportunidades se não for pela via do estágio profissional", comenta Luís Reis. Sérgio Araújo acrescenta que as empresas, principalmente as "start up", podem ter, neste programa, a possibilidade de contratar os profissionais que os ajudarão a alcançar os seus objectivos mais rápido e facilmente.
Um "empurrão" para a Tekbox
João Marques tem 24 anos e o curso de Automação, Robótica e Controlo Industrial (nível 4), promovido pela ATEC - Academia de Formação, em Palmela. Soube do programa de estágios profissionais do IEFP na empresa onde trabalha actualmente, a Tekbox, de serviços técnicos ambientais, especializada no mercado das águas. Em Dezembro de 2005, terminado o estágio curricular de 6 meses, decidiu concorrer.
"A experiência como estagiário profissional foi gratificante", explica. Além de ter conseguido adquirir vários conhecimentos, João mostrou o seu valor enquanto trabalhador, permitindo a sua permanência na empresa. Cerca de 3 anos depois, está efectivo na companhia que viu nascer a sua carreira de técnico especializado de electromecânica. Hoje, é chefe de equipa de trabalho na Tekbox.
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Obstáculos, não encontrou, nem no processo de candidatura nem no decorrer do estágio. Antes pelo contrário. João considera que o programa funciona bem e é uma oportunidade para os jovens que se candidatam. "Os estágios profissionais são sempre uma mais-valia, tanto para o trabalhador como para a empresa", adianta João. Enquanto o primeiro tem a oportunidade de mostrar o que vale, a segunda tem a de encontrar bons colaboradores. Nos planos para o futuro, está uma licenciatura em electrotecnia.
João não foi o primeiro estagiário que a Tekbox contratou neste âmbito. Desde 2002, que a empresa que assegura a prestação de serviços de instalação, gestão e manutenção de instalações de tratamento de águas, recorre a esta medida. "Os recursos humanos têm uma acção bastante pró-activa de recrutamento", comenta Tiago Teles, sócio-gerente da empresa. Ao contratarem recursos recém-formados, têm a oportunidade de educar profissionalmente os colaboradores, recorrendo também a outros programas e estabelecendo protocolos com várias escolas profissionais.
Desde os primeiros anos de actividade que a Tekbox tem conhecimento dos estágios profissionais do IEFP. "Na fase de crescimento e alargamento de equipa, esta medida foi um empurrão e uma ajuda na tomada de decisão de contratação", diz Tiago Teles. Mais: há uma redução do risco e o compromisso é partilhado, permitindo ao empregador e empregado conhecerem-se. Existe ainda a possibilidade de, caso haja uma nova vaga ou função na empresa e o estagiário gerar o retorno esperado, surgirem condições de continuidade.
"É um programa com bastante sucesso interno", adianta Tiago Teles. Na verdade, cerca de 90% dos estagiários que efectuaram um estágio profissional na Tekbox acabam por integrar a equipa de colaboradores. "Agiliza a contratação e permite uma experiência mútua, reduzindo os custos de uma má contratação", acrescenta.
Há 3 anos que João Marques está efectivo na empresa que o lançou profissionalmente, a Tekbox. Desde 2002 que recorrem ao programa do IEFP e cerca de 90% dos estagiários permaneceram na empresa. Empresa Tekbox - Projectos de Engenharia Área de actividade serviços técnicos ambientais, especializada no mercado das águas. Número de Colaboradores 18 |
Para o sócio-gerente da Tekbox, a maior dificuldade do programa diz respeito ao financiamento do IEFP, que está desfasado do plano de pagamentos necessário ao estagiário. "Na grande maioria dos casos, quem avança com o dinheiro é sempre a empresa", diz.
Por já ter alguma experiência, a empresa ressalva-se para estas situações. Desta forma, só avança quando há disponibilidade financeira para suportar o encargo sem que o estagiário venha a ser prejudicado. "Esta questão pode ser um grande entrave para empresas com tesourarias mais débeis e sem capacidade financeira", acrescenta o sócio-gerente. Por isso, tem que existir um investimento e um risco do empregador, sendo que o Estado, "através do IEFP, não pode dar tudo de mão beijada às empresas, cabe a estas investir, arriscar e criar oportunidades".
O sistema de controlo de atribuição e fiscalização do programa também devia ser melhorado, pois Tiago Teles receia que a medida possa ser "mal usada e de forma intensiva", tornando-se num convite ao trabalho precário. Além disso, acredita que os valores de remuneração dos estagiários deviam ser alinhados com os que são praticados no mercado. É que daqui derivam duas situações: por vezes "o valor é demasiado baixo para algumas especialidades, o que torna impossível a colocação do estagiário". Outras vezes "é exagerado e, em fase de contratação efectiva, pode haver redução para os valores praticados no mercado, o que não estimula ninguém"
Anualmente, o IEFP abrange mais de 20 mil jovens em medidas de estágios profissionais. Em 2009, esse valor ascendeu a 31.485 estagiários. Estas medidas registam uma taxa de integração no mercado de trabalho superior a 70%, após o fim do estágio.
As várias medidas INOV, promovidas pelo Governo, também são inseridas no âmbito dos estágios profissionais, orientadas para áreas de intervenção específicas. Só o INOV Jovem regista uma taxa de integração na ordem dos 80%. Na verdade, "o programa de estágios profissionais tem constituído um enorme sucesso na inserção de jovens qualificados na vida activa", segundo fonte oficial do instituto. Abílio Dias e João Marques são dois dos estagiários que continuaram nas empresas, após a conclusão do ano de estágio. E Sérgio Araújo também espera poder continuar o seu trabalho, assim que o estágio termine.