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José de Mello Saúde lança OPA concorrente à ES Saúde por 4,40 euros (act)

A Mello Saúde vai avançar com uma oferta pública de aquisição (OPA) concorrente à da Ángeles para ficar com o controlo da ES Saúde. 4,40 euros é a contrapartida oferecida, 2,3% acima da proposta dos mexicanos, numa operação de 420 milhões de euros que o grupo diz ter capacidade financeira para assegurar.

Bruno Simão/Negócios
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A José de Mello Saúde decidiu avançar com uma OPA concorrente à dos mexicanos da Ángeles sobre a Espírito Santo Saúde, oferecendo 4,40 euros por acção, apurou o Negócios. Uma operação e um valor que já foram confirmados pela José de Mello Saúde em comunicado emitido para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

O líder da operação é o Santander Totta, sendo que o Caixa Banco de Investimento também faz parte do negócio. São estas duas instituições que têm a responsabilidade de prestar os serviços necessários "à preparação, lançamento e execução" da OPA.

 

A oferta incide sobre a totalidade das acções, estando o sucesso da operação condicionado a 50,1% do capital, sendo que a empresa admite retirar a ES Saúde de Bolsa, se conseguir mais de 90% do capital.  

 

A contrapartida oferecida está 2,33% acima dos 4,30 euros oferecidos pela Ángeles, um valor que foi considerado pelo conselho de administração da ES Saúde "aceitável" mas, admitiu o conselho liderado por Isabel Vaz, pode não reflectir o valor total da empresa que detém, entre outros activos, o hospital de Loures e o da Luz.

 

A contrapartida oferecida pela José de Mello Saúde cumpre assim os requisitos estabelecidos pela legislação que obriga a que uma OPA concorrente seja lançada com um prémio de, pelo menos, 2% face à primeira oferta. 

 

A negociação das acções da ES Saúde foi suspensa pela CMVM às 8h05 desta quinta-feira, 11 de Setembro, seguindo na altura a subir 0,30% para 4,40 euros, precisamente o valor oferecido pela José de Mello. As acções voltaram à negociação às 11h30, valorizando 4,63% para 4,59 euros, superando em mais de 4% a contrapartida oferecida pela José de Mello Saúde.

 

A Ángeles lançou a OPA à ES Saúde a 19 de Agosto tendo oferecido uma contrapartida de 4,30 euros, o que correspondia a um prémio de 9% face ao valor das acções naquela altura e de 34% face ao valor da oferta pública inicial concluída em 12 de Fevereiro e cujo preço foi fixado a 3,20 euros. A intermediar a operação ao lado dos mexicanos está o BBVA Portugal

 

O lançamento de uma OPA concorrente era já esperado, uma ideia que ganhou corpo depois do conselho de administração da ES Saúde ter admitido que a contrapartida da Ángeles não reflectia o valor real da empresa. 

 

Empresa com 31 unidades de saúde

 

Caso a José de Mello Saúde tenha sucesso na OPA concorrente que lançou esta quinta-feira sobre a Espírito Santo Saúde, criará uma empresa com receitas próximas de mil milhões de euros. Salvador de Mello, presidente da José de Mello Saúde, assegurou que a quota conjunta ficaria nos 7-8% nos cuidados de saúde em Portugal. 

 

Na conferência de imprensa em que está a ser apresentada a oferta da José de Mello Saúde, o seu presidente concretizou que conjuntamente as duas empresas ficariam, a nível nacional, com uma quota de 7-8% nos cuidados de saúde, num total de 31 unidades e 2.500 camas. Realizam, em conjunto, 3,1 milhões de consultas, 130 mil cirúrgias e um milhão de urgências. Conjuntamente têm 7500 médicos e 3500 trabalhadores, num universo total de 15 mil pessoas.

 

Salvador de Mello mostrou-se convicto a fusão entre as empresas que controlam o Hospital da Luz e da Cuf não vai criar problemas de concorrência e garantiu ainda que quer manter os funcionários e a equipa de gestão da ES Saúde."Não vamos despedir na Espírito Santo Saúde. Contamos com todos os trabalhadores para o desenvolvimento do projecto", assegurou Salvador de Mello na conferência de imprensa de anúncio da operação.

 

Tendo em conta o preço oferecido de 4,40 euros, a OPA pressupõe um investimento máximo de 420 milhões de euros por parte da José de Mello, que diz ter capacidade financeira para a operação porque reduziu dívida e vendeu activos. "Devo dizer que o esforço financeiro que estamos disponíveis para fazer só é possível porque temos vindo a realizar, nos últimos tempos, um processo de redução de dívida, ao nível da holding do grupo e também ao nível dos nossos negócios participados", disse Vasco de Mello na conferência de imprensa.

 

A José de Mello Saúde tem agora 20 dias para fazer o pedido de registo da OPA junto da CMVM, devendo com o pedido de registo entregar o anúncio preliminar, o projecto de anúncio de lançamento e o projecto de prospecto.

 

(Notícia actualizada, pela última vez, às 12h55 com mais informação)

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