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Sporting e Benfica apontam o dedo a Pedro Proença pela morte da centralização de direitos de TV

Bruno de Carvalho diz que o presidente da Liga “errou e muito” na centralização dos direitos televisivos. Luís Filipe Vieira defende que Pedro Proença deve considerar a hipótese de se demitir.

Amândia Queirós
Negócios 31 de Dezembro de 2015 às 10:52
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A centralização de direitos televisivos era um dos temas prioritários do actual mandato de Pedro Proença enquanto presidente da Liga de Futebol. Porém, os recentes acordos da Nos e da Meo com 11 clubes ditam o fim da implementação do modelo, pelo menos para já.

O Sporting e o Benfica estavam a favor desta estratégia. O que correu mal? Segundo Bruno de Carvalho o tiro para o fim da centralização foi dado pelo Benfica. Luís Filipe Vieira culpa a recente candidatura, de Pedro Proença, e afirma que os outros clubes começaram a negociar a venda de direitos antes do anúncio do Benfica.

"O Sporting era a favor da centralização, ponto. Mas a partir do momento em que um dos clubes [Benfica], que faz parte da presidência da Liga e que assina um 'business plan' em que estava escrita a centralização, depois avança para outro lado e fura o acordo… o Sporting tinha de ir para o mercado", disse o presidente do clube ao Expresso.

Questionado sobre o papel de Pedro Proença neste cenário, Bruno de Carvalho sublinhou que "quando um clube lhe puxa o tapete, depois de assinar um contrato, vai fazer o contrário e ele vem dar os parabéns, porque é um bom sinal para o futebol português… A partir daí deixa de haver compromisso. Não podemos agradar a gregos e a troianos". "O Pedro errou e muito", apontou.

Já Luís Filipe Vieira tem outra visão do tema. O presidente do Benfica acredita que o antigo presidente da Liga, Luís Duque, conseguiu criar um "clima de grande unidade entre os clubes" e "tomou-se a decisão de estudar de forma objectiva a centralização. Depois seguiu-se o que todos conhecemos, com uma candidatura que fracturou a Liga e a partir daí deixou de haver condições para a centralização", disse em entrevista ao jornal A Bola.

O presidente do Benfica frisou ainda que o facto de o Sporting e FC Porto também terem assinado acordos a partir de 2018 revela que não "acreditavam seriamente na promessa de centralização anunciada pelo actual presidente da Liga". "Como é evidente, as negociações com os clubes começaram antes do nosso anúncio e isso é revelador do descrédito que merecem as propostas de centralização por parte do então candidato Pedro Proença", acrescentou.

Questionado sobre se defende a saída do actual presidente da Liga, Luís Filipe Vieira diz que "essa é uma hipótese que Pedro Proença devia considerar em função do que tem sido a sua liderança na Liga, dos resultados que não conseguiu alcançar e das diversas manifestações dos clubes que ele tão bem conhece, nomeadamente, mas não só, os clubes da Liga de Honra".

Apesar dos recentes acordos complicarem os planos, Pedro Proença não quer desistir da centralização dos direitos televisivos, um modelo implementado em vários países. Segundo fontes próximas da Liga, continua a defender que o papel da entidade deve manter-se como o "tal ‘pivot’ que impõe soluções de equilíbrio e sustentabilidade". Um objectivo que pode passar pela negociação centralizada de direitos de TV, como os da II Liga, como tinham avançado as mesmas fontes ao Negócios.

Além do Benfica, FC Porto e Sporting, a Nos anunciou na quarta-feira à noite que assinou contrato com mais oito clubes: Académica de Coimbra, Belenenses, Nacional da Madeira, Marítimo, Arouca, Paços de Ferreira, Braga e Setúbal.

O Porto assinou acordo com a Altice, dona da Meo.

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