O Ministério Público (MP) concluiu que Jorge Silva Carvalho, que saiu do SIED (Serviço de Informações Estratégicas de Defesa) para trabalhar na Ongoing é o único responsável pela elaboração de um relatório sobre a vida do presidente da Impresa. É esta a base da acusação do MP contra o antigo espião, resultante da queixa apresentada por Francisco Pinto Balsemão, noticia esta terça-feira, 12 de Novembro, o “Correio da Manhã”.

De acordo com o diário, que cita a acusação, Silva Carvalho foi acusado do crime de devassa por meio informático, por ter elaborado o relatório sobre Balsemão. Um documento “que manteve em ficheiro informático (…) tendo em vista a posterior exploração do seu conteúdo”, transcreve o CM.

O antigo director do SIED foi o único arguido do processo que acabou por ser acusado. O MP arquivou as investigações relacionadas com a actuação de Nuno Vasconcellos, presidente da Ongoing, por considerar que não ficou demonstrado que o gestor tenha ordenado a elaboração daquele documento. Segundo o jornal, a acusação do Departamento de Investigação e Acção Penal conclui que o antigo espião tinha a competência de “reunir informações de diversa natureza que pudessem ser de utilidade para os interesses estratégicos da Ongoing”.

Foram também arquivadas as acusações que pendiam sobre os restantes arguidos, entre os quais outros quadros desta empresa que é a segunda maior accionista da Impresa: João Alfaro, Ricardo Santos Ferreira, Paulo Félix e José Mateus.

Segundo o CM, Balsemão deduziu acusação privada contra estes arguidos, por suspeita de difamação e devassa da vida privada.

O relatório sobre o dono da Impresa foi elaborado num contexto de “guerra” entre a Ongoing e o grupo de Francisco Balsemão, que levou a empresa de Nuno Vasconcellos a apresentar vários processos judiciais contra o grupo de comunicação social que controla a SIC e o “Expresso”. Em Julho último, a empresa que detém o “Diário Económico” acabou por desistir destes processos.