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Presidente equatoriano propõe fim da imprensa em papel
O Presidente do Equador, Rafael Correa, propôs-se hoje submeter a referendo a supressão da imprensa diária em papel no país, respondendo a críticas à sua decisão de abrir uma reserva para exploração petrolífera.
"Actualmente, os maiores 'ecologistas' são os diários mercantilistas. E portanto, se chegarmos à consulta popular, proporemos também que os jornais sejam apenas 'online' para economizar papel e evitar o abate das árvores", afirmou Rafael Correa (na foto) na sua conta da rede social Twitter.
Na semana passada, o chefe de Estado equatoriano anunciou ter pedido à Assembleia Nacional autorização para explorar petróleo em Yasuni, uma importante reserva ecológica da Amazónia, depois de ter constatado o fracasso de uma angariação internacional de fundos para evitar a extracção de reservas de 920 milhões de barris de petróleo, que correspondem a 20 por cento das reservas do Equador.
Desde então, várias organizações indígenas e da oposição contestaram, nomeadamente através da imprensa privada, esta decisão e pediram uma consulta popular antes de o Estado equatoriano enveredar por essa solução. Na sexta-feira, Correa já os tinha acusado num 'tweet' de estarem assim a tentar destabilizar o Governo e "manipular" a população.
Inquirido pela agência de notícias AFP, o director da Associação Equatoriana dos Editores de Imprensa, Diego Cornejo, escusou-se a pronunciar-se sobre estas declarações do Presidente, explicando que esperaria por ter a certeza de que se tratava de uma proposta séria.
O socialista Rafael Correa está há vários anos em conflito aberto com os 'media' privados, de tom muito crítico, aos quais critica o facto de serem próximos da oposição. Em 2011, responsáveis do diário El Universal foram condenados a três anos de prisão e a uma coima recorde de 40 milhões de dólares por injúria ao chefe de Estado, antes de serem indultados por Correa.