Notícia
Presidente da ERC teme "psicopatia do jornalismo" devido à "proletarização" do setor
O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) teme que o jornalismo se torne numa "psicopatia do quotidiano" devido ao rumo que está a tomar, com "a proletarização" dos jornalistas.
25 de Outubro de 2017 às 15:48
"Por um lado, assistimos à proletarização do jornalismo e, por outro lado, à profissionalização das fontes. A profissionalização das fontes juntamente com a proletarização dos jornalistas acaba com os editores e transforma o jornalismo numa actividade completamente desenquadrada, desregulada, com falta de rigor", afirmou Carlos Magno.
Falando na conferência 'Liberdades de imprensa e de expressão: que papéis, que efeitos, que fronteiras e limites?", promovida pelo Instituto Miguel Galvão Teles em Lisboa, o presidente do regulador dos media notou que, "quando um jornalista perde o seu código deontológico é como se o homem perdesse o seu superego".
"E sabemos o que acontece quando alguém perde o seu superego, fica psicopata, e eu não gostava que o jornalismo se transformasse numa psicopatia do quotidiano", acrescentou o responsável.
Aludindo ao tema do encontro, Carlos Magno referiu que "a liberdade de expressão em Portugal não é um problema, mas pode ser, o risco é permanente".
Isto porque "hoje o poder editorial é aquele em que se misturam todos os outros, o económico, judiciário e o político", concretizou.
Carlos Magno assinalou que vê a liberdade de expressão "como a virgindade: ou há ou não há".
Criticou também "a fatalidade" do jornalismo, com a falta de verificação das notícias, considerando que, por vezes, o jornalista é "conservador e preguiçoso".
Quanto a desafios futuros, defendeu que "o jornalista tem de saber usar as novas tecnologias e não deixar-se vencer por elas".
A agência Lusa questionou Carlos Magno no final da sua intervenção sobre a polémica envolta do negócio de compra da Media Capital pela Altice, mas o presidente da ERC escusou-se a comentar, dizendo que não falará sobre o assunto "nos próximos tempos".
Também presente na conferência, a presidente do Sindicato dos Jornalistas, Sofia Branco, referiu que a liberdade de expressão é "exercida de forma precária", já que "esta classe trabalha hoje em condições de precariedade como nunca antes", com salários baixos e sem vínculos profissionais.
Outro factor por si elencado foi o da autocensura, que leva o jornalista a ter "medo de fazer escolhas porque podem afrontar o colega do lado, quem dá ordens, o administrador da própria empresa ou ainda o poder político e económico".
"Não é uma profissão totalmente exercida com independência e acho que isso é preocupante", alertou a sindicalista.
Para Sofia Branco, o contexto do jornalismo mudou nos últimos anos com a introdução de novas tecnologias "e os jornalistas não receberam formação para se adaptar".
Uma dessas mudanças centrou-se na relação com o público, já que "agora os cidadãos participam no processo", sendo até os próprios a levar notícias aos jornalistas.
"Se calhar faz sentido, quando pensarmos em novas leis e novos códigos, introduzirmos esses factores", sugeriu Sofia Branco, vincando que "não existe jornalismo cidadão" e, por isso, os conceitos devem ficar claros.
Falando na conferência 'Liberdades de imprensa e de expressão: que papéis, que efeitos, que fronteiras e limites?", promovida pelo Instituto Miguel Galvão Teles em Lisboa, o presidente do regulador dos media notou que, "quando um jornalista perde o seu código deontológico é como se o homem perdesse o seu superego".
Aludindo ao tema do encontro, Carlos Magno referiu que "a liberdade de expressão em Portugal não é um problema, mas pode ser, o risco é permanente".
Isto porque "hoje o poder editorial é aquele em que se misturam todos os outros, o económico, judiciário e o político", concretizou.
Carlos Magno assinalou que vê a liberdade de expressão "como a virgindade: ou há ou não há".
Criticou também "a fatalidade" do jornalismo, com a falta de verificação das notícias, considerando que, por vezes, o jornalista é "conservador e preguiçoso".
Quanto a desafios futuros, defendeu que "o jornalista tem de saber usar as novas tecnologias e não deixar-se vencer por elas".
A agência Lusa questionou Carlos Magno no final da sua intervenção sobre a polémica envolta do negócio de compra da Media Capital pela Altice, mas o presidente da ERC escusou-se a comentar, dizendo que não falará sobre o assunto "nos próximos tempos".
Também presente na conferência, a presidente do Sindicato dos Jornalistas, Sofia Branco, referiu que a liberdade de expressão é "exercida de forma precária", já que "esta classe trabalha hoje em condições de precariedade como nunca antes", com salários baixos e sem vínculos profissionais.
Outro factor por si elencado foi o da autocensura, que leva o jornalista a ter "medo de fazer escolhas porque podem afrontar o colega do lado, quem dá ordens, o administrador da própria empresa ou ainda o poder político e económico".
"Não é uma profissão totalmente exercida com independência e acho que isso é preocupante", alertou a sindicalista.
Para Sofia Branco, o contexto do jornalismo mudou nos últimos anos com a introdução de novas tecnologias "e os jornalistas não receberam formação para se adaptar".
Uma dessas mudanças centrou-se na relação com o público, já que "agora os cidadãos participam no processo", sendo até os próprios a levar notícias aos jornalistas.
"Se calhar faz sentido, quando pensarmos em novas leis e novos códigos, introduzirmos esses factores", sugeriu Sofia Branco, vincando que "não existe jornalismo cidadão" e, por isso, os conceitos devem ficar claros.