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Nuno Santos: “Senti a incomodidade de Relvas”

Ex-director de informação diz que “ninguém fez tão mal” à estação pública como o antigo ministro que tutelava a estação pública.

13 de Setembro de 2013 às 13:10
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Nuno Santos recusa-se a perdoar a “indignidade e a vilania” do processo de despedimento da RTP, concretizado em Março, na sequência da polémica sobre a alegada autorização para o visionamento das imagens em bruto da greve geral por parte da PSP, justificando que passou a ser “incómodo para o poder político”.

 

“A incomodidade em relação à informação produzida pela RTP era notória. E, mais do que isso, a noção clara de que aquele território estava blindado, que não era possível entrar ali, existia já no poder político”, disse em entrevista à “Notícias TV” o ex-director de informação da estação pública, que acabou por ser despedido por justa causa no âmbito de um processo disciplinar instaurado depois das declarações que proferiu numa comissão parlamentar, em que atacou o administrador Alberto da Ponte.

 

Questionado sobre se sentiu directamente essa incomodidade por parte de Miguel Relvas, Nuno Santos respondeu: “sim, sim, senti essa incomodidade”. E denunciou o “incómodo de muitas pessoas da RTP” com o facto do ex-ministro ser testemunha da empresa no processo judicial com que avançou, que terá esta sexta-feira a primeira audiência preliminar. “De defesa, note. Ninguém fez tão mal como ele à RTP, ninguém atacou tanto a RTP”, acrescentou.

 

O jornalista contesta o inquérito interno da RTP que concluiu que foi o director de informação da estação a autorizar a polícia a visionar as imagens em bruto da greve geral de 14 de Novembro, que terminou com violentos confrontos nas imediações da Assembleia da República. “Esse ‘inquérito’ é uma peça jurídica lastimável que envergonha os juristas da RTP”, criticou Nuno Santos, que nem sequer foi ouvido no processo em que era visado. “Isto poderia ter sido feito com alguma sofisticação, mas foi feito de uma forma muito trapalhona”.

 

Do ponto de vista editorial, o futuro gestor de conteúdos da sul-africana Multichoice (operadora de televisão por subscrição) lamentou que a informação já não seja “a principal marca da RTP” e considerou “muito perigosa” a inclusão no Telejornal dos espaços de comentário de José Sócrates e Morais Sarmento.

 

Na mesma entrevista, Nuno Santos analisou que a RTP Informação está num “estado lastimável”, incluindo por “não se distinguir” dos homólogos das das estações privadas, e defendeu que o canal de notícias devia ser a base da RTP Internacional, “em vez de se produzirem infindáveis programas (...) de gosto duvidoso e de eficácia limitadíssima”.

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