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Lucros da Impresa caem 31,5% para 2,8 milhões de euros
As receitas da Impresa caíram 10,8% em 2016 devido à queda dos proveitos das chamadas de valor e da subscrição de canais. Já as receitas publicitárias digitais cresceram. A dívida líquida aumentou 2,5%.
A Impresa fechou 2016 com lucros de 2,8 milhões de euros, uma queda de 31,5% face ao ano anterior, devido à quebra de receitas. No total, a dona da SIC e do Expresso registou receitas de 206 milhões de euros, o que representa uma queda de 10,8% face a 2015.
Todas as áreas de proveitos do grupo de media decresceram, com a rubrica "outras receitas", onde se incluem as chamadas de valor acrescentado, a destacar-se com uma quebra de 36% para 23,2 milhões de euros.
Os proveitos relacionados com a subscrição de canais caíram 13,8% para 43,4 milhões, devido "à celebração de novos contratos de distribuição, revistos em baixa, em Portugal e em Angola", e "à descida do número de subscritores, particularmente em Angola", explica a empresa liderada por Francisco Pedro Balsemão em comunicado enviado esta quinta-feira à CMVM. Recorde-se que quando a Altice comprou a Meo, renegociou os contratos com todos os operadores de televisão.
As receitas provenientes das vendas de jornais e revistas do grupo caíram 7,9% para 23 milhões de euros devido à queda das vendas em banca.
Já os proveitos de publicidade diminuíram 2,5% para um total de 116 milhões de euros. O segmento televisivo continua a representar a maior fatia, tendo captado 94,6 milhões de euros no ano passado, o que representa um ligeiro aumento de 0,8%. Pelo contrário, as receitas publicitárias da área de publishing caíram 15,9% para 21,5 milhões de euros.
Receitas de publicidade digital crescem
Analisando por segmentos, as receitas da televisão encolheram 10% para 156 milhões de euros enquanto as de publishing recuaram 13,2% para 48,4 milhões de euros.
Como a Impresa explica, "2016 foi um ano particularmente difícil para o segmento do Publishing, como resultado de uma queda estrutural e generalizada em todas as linhas de receitas, da continuação do esforço de reorganização e da aceleração da transição para o digital".
Na esfera digital, pelo contrário, o grupo registou um aumento de 13,5% das receitas com assinaturas em papel e online, "tendo sido ultrapassada a marca dos 5 milhões de euro", destaca a Impresa.
No caso das receitas publicitárias digitais, "verificou-se um crescimento de 22,7%, alcançando-se pela primeira vez o valor de 1 milhão de euros, representando 5,4% do total das receitas de circulação em 2016".
Neste campo, a dona do Expresso, Visão e Blitz, destaca ainda a saída dos sites do grupo da plataforma Sapo, o que levou "ao relançamento e remodelação de vários sites" do grupo.
Dívida aumenta 2,5%
Já os custos operacionais da actividade em 2016 recuaram 8,6% para 190 milhões de euros fruto das quedas registadas nem várias rubricas: "pessoal, custos relacionados com a actividade de multimédia, distribuição de canais, venda de conteúdos, marketing, produção de publicações e grelha de programas", detalha a empresa.
No ano passado o grupo de media continuou a o plano de reorganização, iniciado em 2015, que afectou em particular a área de Publishing. Os custos de reestruturação atingiram um valor de 2,6 milhões de euros em 2016, um número inferior aos 3,8 milhões de euros registados em 2015.
Apesar da redução dos custos, o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) decresceu 31,1% para 15,5 milhões de euros "afectado pelos custos de reestruturação". "Ajustado destes custos, ter-se-ia alcançado 18,1 milhões de euros, o que representa uma margem de 8,8%", sublinha o grupo.
A Impresa adianta ainda que o volume de investimento alcançou os 3,9 milhões de euros, e "o volume de amortizações desceu 8,9% em 2016, para 3,5 milhões de euros.
No entanto, apesar da redução das taxas de juro, "tendo os juros suportados descido 1,6 milhões de euros, e da diminuição das perdas cambiais na ordem dos 3,2 milhões de euros, a dívida líquida da empresa aumentaram. Isto porque "os resultados com empresas participadas foram negativos em 0,14 milhões de euros, afectados pelas perdas geradas na Lusa, apesar do contributo positivo dos resultados da VASP", destaca a Impresa.
No final de 2016 a dívida, incluindo locações financeiras, atingiu 183,2 milhões de euros, ou seja, uma subida de 4,4 milhões face a 2015.