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Está a ver a password da Netflix que partilha com os amigos? Pode acabar

Netflix, HBO e outros gigantes do cabo vão unir forças para combater os espetadores que partilham senhas de acesso à sua programação com outros. Todos os anos, a batota custa seis mil milhões de euros às produtoras e distribuidoras norte-americanas.

Bloomberg
08 de Novembro de 2019 às 16:28
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Dificilmente se encontra jovens que paguem a subscrição de um canal para ver filmes e séries. Em vez disso, utilizam senhas de algum assinante, seja amigo ou familiar. A certeza é assumida por Mike McCormack, analista da Guggenheim Securities, mas a estratégia para acabar com essa prática já está a ser equacionada.

 

Alguns dos maiores programadores e distribuidores de televisão por streaming, como a Netflix ou a HBO, mas também a Amazon.com e a Walt Disney, assumem recorrer a medidas como "exigir que os clientes alterem as suas senhas periodicamente ou enviar mensagens de texto para os telefones dos assinantes que precisariam de digitar para continuar a assistir", avança a Bloomberg.

 

A tática passará também por apontar a mira aos dispositivos: poderão nascer regras que determinem quais podem ser usados para o acesso de determinada assinatura de serviço fora de casa. "Embora alguém que faça login a partir de um telefone ou tablet esteja correto, alguém usando um dispositivo Roku num segundo local pode ser considerado um provável carregador" (alguém que usa uma assinatura indevida), pode ler-se no site do canal informativo norte-americano.

 

Se, mesmo assim, não funcionar, até porque, segundo o diretor de produção da Netflix, Greg Peters, é importante encontrar "maneiras amigáveis ao consumidor para se esquivar a isso", um dia os assinantes de TV paga poderão ser obrigados a usar a impressão digital para entrar na sua conta.

 

Ainda assim, a questão não é fácil para os programadores e distribuidores, que já admitem a partilha de senhas até um teto máximo definido por cada um. Medidas agressivas também trazem riscos, principalmente porque, segundo a Bloomberg, "as pessoas que usam serviços sem pagar - especialmente os consumidores mais jovens - podem nunca concordar em inscrever-se para uma assinatura, não importando quantos aborrecimentos passem".

 

No fim da temporada, isso significaria apenas que as empresas estariam a alienar os clientes pagantes, "que poderiam ficar frustrados e parar de usar um aplicativo ou cancelar o seu serviço".

 

As previsões apontam que o setor de TV por assinatura deverá, este ano, perder 6,6 mil milhões de dólares (cerca de seis mil milhões de euros) de receitas por causa da partilha de senhas e da pirataria. De acordo com a Parks Associates, o número ascenderá a nove mil milhões de dólares (mais de oito mil milhões de euros) nos próximos cinco anos.

 

O combate à pirataria online juntou, desde 2017, alguns dos maiores nomes do entretenimento e da tecnologia numa Aliança pela Criatividade e Entretenimento, que agora se vira para a luta contra a partilha abusiva de senhas.

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