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Administração do Económico admite insolvência. Direcção pede solução e trabalhadores apelam ao apoio da sociedade (act.)
A direcção do Diário Económico pediu à administração uma solução breve e sustenta que não estão reunidas as condições para “continuar a assegurar produtos com a qualidade” habitual. A administração admite partir para insolvência, mas promete pagar ordenados de Dezembro até ao final deste mês.
A administração do Diário Económico admitiu à Comissão Instaladora da Comissão de Trabalhadores a possibilidade de partir para insolvência, face à ausência de uma resposta do comprador.
Sem respostas relativas ao processo de venda, a administração colocou em cima da mesa um cenário de insolvência. A possibilidade foi avançada numa reunião entre o administrador Gonçalo Faria de Carvalho e a Comissão Instaladora da Comissão de Trabalhadores que teve lugar esta terça-feira, 23 de Fevereiro.
Neste sentido, a comissão propôs que fossem apresentados cenários e respectivas implicações desta solução até quinta-feira de manhã.
Fonte contactada pelo Negócios garantiu que os representantes dos trabalhadores "estão a fazer todos os esforços para serem preservados todos os direitos dos funcionários, e o valor da marca Económico", o que implica "avaliar todos os cenários".
Num comunicado publicado também esta terça-feira no site do jornal, a "direcção editorial solicita à administração que encontre, no mais breve período de tempo, uma solução para o projecto editorial do Económico e para a direcção do mesmo".
A direcção acrescenta que a redacção "não tem condições para continuar a assegurar produtos com a qualidade a que os leitores e telespectadores do Económico estão habituados".
Na mesma nota, a direcção realça ainda que "o Económico, nas diferentes plataformas - jornal, site e televisão -, tem enfrentado nos últimos meses sérios constrangimentos financeiros e operacionais", em referência à existência de salários em atraso e à saída de profissionais, escreve a Lusa.
Gonçalo Faria de Carvalho reiterou no encontro desta terça-feira à Comissão Instaladora da Comissão de Trabalhadores a intenção de pagar os valores em falta das remunerações relativas a Dezembro até ao final deste mês, apresentando nessa altura o plano para pagar os salários de Janeiro.
O banco Haitong (ex-BESI) está mandatado para vender o jornal, decorrendo um processo de negociações. Um dos nomes que tem sido apontado como possível comprador é o do empresário angolano Domingos Vunge, da Media Rumo, que publica a revista Rumo e o jornal de economia semanal Mercado.
Em Janeiro deste ano, a administração do Diário Económico chegou a acordo com o Fisco para o levantamento da penhora sobre as receitas do jornal. A penhora foi implementada em Dezembro do ano passado e, de acordo com o Expresso, terá sido dada a marca do jornal como garantia para o seu levantamento.
Trabalhadores apelam aos portugueses para apoiarem o projecto
No final de um plenário esta terça-feira, os trabalhadores do Diário Económico apelaram aos portugueses para apoiarem o projecto e decidiram assumir a sua continuidade, acreditando terem condições para prosperar e contribuir para o pluralismo da sociedade portuguesa.
A Comissão Instaladora da Comissão de Trabalhadores publicou na página do DE na Internet um apelo "à sociedade portuguesa para que ajude a dar continuidade a este projecto líder da informação económica, comprando o Diário Económico, acedendo ao economico.pt e seguindo o Etv".
No comunicado, os trabalhadores afirmam que vão continuar a trabalhar diariamente "com a mesma qualidade, seriedade e profissionalismo que sempre demonstraram".
"Os trabalhadores decidiram assumir a continuidade do projecto e a viabilidade da marca, já que acreditam que esta tem condições para voltar a prosperar e a contribuir de forma decisiva para o pluralismo da sociedade portuguesa", acrescentam.
Actualmente, o Diário Económico tem cerca de 140 funcionários.
(Notícia actualizada pela última vez às 22:16)