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Uma revolução tranquila num construtor de iates de luxo

Apoiado pelo bilionário Bernard Arnault, o homem que ajudou a lançar os supercarros da McLaren está a mudar uma indústria escondida.

17 de Agosto de 2019 às 17:00
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Antony Sheriff chegou à fabricante de iates Princess há três anos, pouco depois de deixar a McLaren Automotive. Sheriff esperava trazer lições aprendidas com o fabrico de supercarros para os iates, um negócio famoso por perder dinheiro à moda antiga: entregar primeiro quando a crise aperta.

Sem experiência em construção naval, Sheriff, presidente da empresa, suspeitava que muitas das estratégias de corte de custos da indústria automóvel desenvolvidas nas últimas duas décadas seriam facilmente aplicadas. Mas  logo descobriu quão pouco as estratégias de redução de custos, como terceirização e demissões, poderiam ser aplicadas no fabrico manual de iates e superiates de até 40 metros em Plymouth, na costa sul de Inglaterra.

 

Então, em vez de simplificar a Princess Yachts International, Sheriff escolheu uma abordagem diferente. Mais luxo. Inovação. Melhor design. Em poucos anos, o executivo aumentou a equipa em cerca de mil pessoas, ou quase 50%. Alguns novos modelos, como o R35, vêm da célebre Pininfarina, de Itália, a mão por detrás de dezenas de Ferraris, Alfa Romeos e Lancias.

O momento da mudança não poderia ser melhor. O clima económico atual, com uma classe crescente de super-ricos, tem sido bom para o comércio de iates, e a Princess, que lucrou quase 30 milhões de libras com receitas de 340 milhões em 2018, está entre as sortudas. A carteira de pedidos em 2019 está repleta e estende-se por um bom período em 2020, com mais de 700 milhões de libras em comissões. Para igualar as vendas recordes de barcos, os 3.200 funcionários da Princess tornam-a uma das maiores fabricantes especializadas do Reino Unido, superando a Aston Martin.

A Princess estava a afundar financeiramente em 2015, com um prejuízo de 19 milhões de libras. A L Capital 2 FCPR - um fundo de investimento privado apoiado pela LVMH, dona de marcas de luxo como Louis Vuitton e Dom Perignon - adquiriu a empresa há 11 anos ao seu fundador, David King.

Os laços de Sheriff com o setor automóvel continuam fortes. Tem presença no conselho de administração de três promissores projetos de tecnologia de ponta: Rivian, uma start-up do Michigan que planeia fabricar camionetes e SUV elétricos; Rimac, uma empresa croata dinâmica e altamente conceituada, cuja tecnologia avançada de engenharia de veículos elétricos já atraiu investimentos significativos da Porsche e de outros pesos-pesados; e a Pininfarina. Revigorada com o financiamento da nova proprietária indiana Mahindra and Mahindra, a empresa italiana está a fabricar um supercarro de 1.900 cavalos de potência, totalmente elétrico e com tração nas quatro rodas: o Pininfarina Battista, de 2,1 milhões de dólares.

Sheriff ainda fala como especialista em carros: por exemplo, ao descrever o recém-lançado R35 da Princess como um "iate desportivo".

(Texto original: A Quiet Revolution at a Storied British Yacht Builder)

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