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Sonae Indústria teme “efeito Trump” sobre exportadores de móveis do Canadá

O negócio de painéis derivados de madeira não é afectado pelas políticas proteccionistas do presidente norte-americano, mas a Sonae Indústria admite “haver algum risco” em relação aos clientes canadianos que são exportadores de mobiliário.

Christopher Lawrie, administrador-delegado da Sonae Indústria. Paulo Duarte
06 de Abril de 2018 às 14:13
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 A Sonae Indústria promete continuar a apostar forte na América do Norte, sobretudo nos Estados Unidos, mercado que foi o grande responsável pela queda da facturação do grupo português no ano passado.

"Na América do Norte, vamos reforçar a oferta de produtos s soluções decorativas, com o lançamento de novas cores melamínicas e acabamentos", e "levar o negócio de laminados" para este mercado, que vale cerca de um terço da facturação do grupo, revelou Chris Lawrie, administrador-delegado da Sonae Indústria.

Num encontro com jornalistas, realizado esta sexta-feira, 6 de Abril, nas instalações da Sonae, na Maia, Chris Lawrie afirmou que a empresa não deverá ser afectada pelo "efeito Trump", porquanto "o negócio dos painéis não tem problemas em termos de taxas aduaneiras".

 

Mas admitiu que as políticas proteccionistas empreendidas pelo presidente norte-americano poderá afectar indirectamente o negócio da Sonae Indústria, que tem uma grande unidade industrial no Canadá. "O único problema é que alguns dos nossos clientes no Canadá, os que exportam móveis, podem ser afectados. Poderá haver aqui algum risco", reconheceu.

Considerando a parceria com a Arauco (50%/50%), o volume de negócios proporcional da Sonae Indústria fixou-se, em 2017, nos 630 milhões de euros, menos nove milhões do que no ano anterior, com os Estados Unidos a representarem 15,5% do total e o mercado canadiano 16,8%. A Península Ibérica passou a ser o maior mercado do grupo (20,9%), tendo ultrapassado a Alemanha (20,3%).

Fábricas afectadas pelos incêndios "vão tornar-se as mais eficientes da Península Ibérica"

O grande tema do encontro do gestor da Sonae Indústria com os jornalistas foi o reinício da actividade das duas fábricas do grupo, ambas da Sonae Arauco, que foram gravemente afectadas pelos incêndios de Outubro passado, informação que constava já do comunicado sobre as contas de 2017 divulgado na noite desta quinta-feira.

 

Chris Lawrie detalhou que as duas linhas de produção da fábrica de Mangualde reiniciaram a produção em Janeiro e Março passado, ao passo que a linha de painéis de aglomerados de partículas da unidade de Oliveira do Hospital deve voltar a operar "dentro de uma a duas semanas".

 

Sem revelar dados sobre "os fortes investimentos" alocado à reconstrução das duas unidades, afiançou que estas "vão tornar-se as mais eficientes da Península Ibérica", adiantando que a de Mangualde terá "em Setembro, uma nova linha, mais tecnológica", admitindo ainda que poderá haver a criação de mais postos de trabalho.

 

Entretanto, enquanto prosseguem as conversas com as seguradoras - "os danos materiais são mais fáceis de demonstrar, mas os danos de exploração são difíceis de determinar" -, a Sonae Indústria registou nas contas de 2017 "a perda de receitas de 7,3 milhões de euros", relativamente ao período de inactividade "de 2,5 meses". O valor relativo a "danos materiais e franquia" foi contabilizado em "quase nove milhões de euros".



(Notícia actualizada às 14:39)

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