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Sócio portuense de Ronaldo vende produtora de sabonetes da Maia ao grupo Bourn Rock

O fundo Vallis, um dos donos do grupo de clínicas de transplantes capilares Insparya, vendeu a Castelbel a um grupo que detém 11 unidades industriais em Portugal, emprega 800 pessoas e estima faturar este ano 90 milhões de euros.

19 de Março de 2024 às 11:30
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Em 1999, Aquiles Barros, professor de Química na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, era desafiado a criar uma unidade fabril de sabonetes perfumados de luxo. Nascia a Castelbel, denominação que resulta da combinação do nome da terra natal, Castêlo da Maia, com "beleza".

 

Começou a operar com apenas meia dúzia de pessoas e uma faturação anual de 150 mil euros.

Em agosto de 2016, a Castelbel era adquirida em 60% pelo Fundo Vallis Sustainable Investments I, que é gerido pela Vallis Capital Partners, "private equity" que viria posteriormente a reforçar a sua participação para 100% do capital da empresa da Maia.

 

"Sob a gestão do Fundo Vallis I, a Castelbel mais do que duplicou o seu volume de negócios, fortaleceu o seu modelo de governo, implementou um plano ambicioso de crescimento doméstico e internacional, ao mesmo tempo que investiu no aumento da sua capacidade produtiva, com a mudança para novas instalações fabris, no Castelo da Maia", realça a Vallis Capital Partners, que acaba de anunciar a venda da Castelbel ao grupo Bourn Rock Investimentos (BRI).

Em comunicado, sem revelar o valor da transação nem o de faturação da Castelbel, apresenta esta empresa como "líder nacional na produção e comercialização de artigos perfumados de luxo para o lar e para o corpo".

 

Detentora das marcas Castelbel e a Portus Cale, a Castelbel "exporta atualmente cerca de 75% da sua produção para mais de 60 países, tendo como destino mercados tão exigentes como os Estados Unidos e o Reino Unido".

 

Há menos de um ano, a empresa, que emprega cerca de duas centenas de pessoas, garantia que gerava receitas da ordem dos 14 milhões de euros.

"É com satisfação que concluímos esta operação de venda, que constitui o quinto ‘exit’ do Fundo Vallis Sustainable Investments I, SCA, SICAR. Esta transação é o culminar do trabalho dedicado de toda a equipa da Castelbel, que ao longo dos anos executou, com êxito, um ambicioso plano de negócios. Quero agradecer a todos os envolvidos na transação, e desejar ao Grupo Blueotter o maior sucesso no seu investimento na Castelbel", afirma Eduardo Rocha, CEO da Vallis Capital Partners.

Principal ativo do grupo português Bourn Rock Investimentos (BRI), a Blueotter "é um operador líder em Portugal de reciclagem e gestão global de resíduos não perigosos, com uma faturação superior a 65 milhões de euros, gestão de mais de 500 mil toneladas por ano em 10 centros de reciclagem, valorização e tratamento, e abrange as atividades de coleta, triagem, reciclagem, tratamento de orgânicos, valorização, tratamento, eliminação de resíduos, inovação e produção de energias renováveis".

 

A Castelbel constitui a primeira diversificação da atividade de investimento do grupo, que tem como objetivo "diversificar o risco e procurar sinergias de talento e de sustentabilidade, ao mesmo tempo que acredita no seu crescimento e expansão a nível nacional e Internacional".

 

Com a aquisição da Castelbel, o grupo BRI estima atingir uma faturação de 90 milhões de euros em 2024, 800 colaboradores e 11 unidades industriais em Portugal.

"Estamos muito entusiasmados com este investimento, onde iremos dar continuidade ao excelente trabalho desenvolvido até hoje pela equipa da Castelbel e do seu potencial de expansão nacional e internacional", começam por afiançar Vanessa Segurado e Pedro Afonso de Paulo, acionistas do grupo BRI.

 

"Dado o forte ‘background’ do nosso grupo em sustentabilidade e gestão ambiental, procuramos ainda desenvolver o potencial de sustentabilidade e economia circular da Castelbel. É uma nova etapa no crescimento do nosso grupo, onde iniciamos o primeiro investimento de diversificação", rematam.

 

Do lado do vendedor, refira-se que a Vallis detém um portefólio que é constituído por empresas como a Insparya, líder europeu em transplante capilar, com clínicas em Portugal, Espanha e Itália; a Docout, empresa espanhola de  gestão documental;  Logifrio, operador ibérico de logística de produtos alimentares em temperatura controlada; a Europalco, líder no mercado português de organização de eventos e aluguer de equipamentos audiovisuais; ou a Raclac, empresa de produção e distribuição de dispositivos médicos, líder e pioneira Europa na produção de luvas de exame de nitrilo.

 

No caso da Insparya, refira-se que Cristiano Ronaldo detém 17% da "holding" nacional - que é controlada a meias pelo fundador, Paulo Ramos, e o consórcio de fundos luso-britânico Vallis/Hermes -, enquanto o capital no negócio internacional está dividido em partes iguais pelos três sócios.

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