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Sócio de Ronaldo assume controlo de gigante de luvas de Famalicão

O fundo Vallis, um dos donos do grupo de clínicas de transplantes capilares Insparya, reforçou para 80% a sua participação na Raclac, que concluiu recentemente o investimento na criação da primeira fábrica de luvas de exame na Europa.

22 de Agosto de 2023 às 10:14
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A pandemia de covid-19 fez disparar as vendas da Raclac, empresa de Famalicão que produz dispositivos médicos descartáveis, como máscaras, fatos e luvas, que passou de uma faturação de pouco mais de 15 milhões de euros em 2019 para mais de 50 milhões no ano seguinte.

 

Face à explosão da procura, em junho de 2021 o então presidente da Câmara de Famalicão avançava que a Raclac estava "a preparar uma nova fase de investimento, que poderá ascender a 50 milhões de euros, com a criação de duas novas linhas de produção".

 

Um novo projeto de investimento com vista a reforçar, através da expansão da capacidade produtiva instalada, a vocação exportadora da empresa, "criando emprego, gerando riqueza, estabelecendo parcerias e valorizando o território", enfatizava, na altura, Pedro Miguel Costa, fundador e CEO da Raclac.

Pedro Miguel Costa, que em 2016 tinha cedido 50% do capital da Raclac ao fundo Vallis, acaba de firmar a venda de mais 30% ao sócio, reduzindo a sua participação na empresa para 20%.

"O Fundo Vallis Sustainable Investments II, FCR anuncia a entrada no capital da Raclac, S.A., empresa portuguesa fabricante de luvas descartáveis de nitrilo e comercialização de dispositivos médicos descartáveis. Com esta transação, o Fundo Vallis Sustainable Investments I, SCA, SICAR manterá a sua posição de 50% de participação na Raclac, S.A., enquanto o Fundo Vallis Sustainable Investments II, FCR adquire 30%. Os restantes 20% de participação continuarão a ser detidos por Pedro Costa, CEO e fundador da Raclac, S.A.", revela a Vallis Capital Partners, em comunicado.

A luva R-Advance "é um produto sem paralelo no mercado internacional"

Para a "private equity", este reforço no capital da Raclac "é um voto de confiança na sua estratégia, cujo principal vector é agora o de acelerar a comercialização da luva R-Advance no mercado nacional e nos principais mercados da Europa e do Médio Oriente", num investimento que visa "acelerar o crescimento da Raclac, continuando o ambicioso projeto, recentemente concluído, com a criação da primeira fábrica de luvas de exame na Europa", enfatiza.

A luva R-Advance é apresentada como "um produto sem paralelo no mercado internacional", que "possui atributos únicos, como sejam um AQL (‘Acceptance Quality Limit’) de apenas 0.25, o mais baixo no setor à escala mundial", afiança.

 

"A linha de produção é totalmente automatizada, sem intervenção humana, e operada num ambiente controlado, que atenua a presença de partículas e agentes contaminantes, contrastando com as características das linhas de produção convencionais, estabelecidas na continente asiático", realça a Vallis.

"Como é do conhecimento público, existe uma atenção crescente dos principais operadores de saúde, dos profissionais de saúde e dos próprios pacientes, ao risco de contaminação em ambientes hospitalares ou clínicos, onde a adopção da luva R-Advance pode mitigar substancialmente esse risco, além de permitir gerar poupanças substanciais para as entidades que a adoptam, pois reduz os actuais niveis de desperdício no consumo e utilização efectiva das luvas convencionais de exame", assegura Eduardo Rocha, CEO da Vallis.

 

"O nosso objectivo é que a empresa continue a crescer, capitalizando agora todo o potencial desta inovadora linha de produção", remata Rocha, sem avançar indicadores económico-financeiros da Raclac nem o valor da operação, a qual "encontra-se sujeita a aprovação por parte da Autoridade da Concorrência".

Raclac começou por fazer cuecas, manguitos e até balaclavas

Fundada em 2007, a Raclac iniciou a sua atividade na comercialização de produtos médicos descartáveis para a área da saúde e indústria, nomeadamente, entre outros, luvas, máscaras, toucas, gorros, balaclavas, barretes, fitas, cobre-sapatos, chinelos, fatos, kits de hospitalização e de visita, batas, páreos, calças, saias, calções, cuecas, tangas, aventais, manguitos, cobre-barbas e babetes.

 

A partir de 2018, enveredou pelo fabrico de luvas de exame de nitrilo, construindo a primeira fábrica na Europa dedicada a esta finalidade.

 

Além da Raclac, Castelbel e Europalco, entre outras, do portefólio da Vallis faz também parte o grupo português de clínicas de transplantes capilares Insparya, que conta com a notoriedade de Cristiano Ronaldo, o rosto e sócio da empresa, onde detém 17% da "holding" nacional - que é controlada a meias pelo fundador, Paulo Ramos, e o consórcio de fundos luso-britânico Vallis/Hermes -, enquanto o capital no negócio internacional está dividido em partes iguais pelos três sócios.

 

Com meia dúzia de clínicas e um centro de investigação em Portugal, três em Espanha (em Madrid, Marbella e Valência) e uma em Milão, a Insparya escolheu Bilbau para abrir a sua nova clínica, que foi inaugurada há cerca de três semanas.

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