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Raclac “explode” vendas com a pandemia e vai investir mais 50 milhões em Famalicão
A fabricante de dispositivos médicos descartáveis (como máscaras, fatos e luvas), que tinha faturado 15,3 milhões de euros em 2019, fechou o pandémico ano de 2020 com vendas superiores a 50 milhões de euros, tanto quanto pretende investir na criação de duas novas linhas de produção.
A crise pandémica, que assola todo o mundo há aproximadamente ano e meio, provocou uma explosão na procura de produtos de proteção individual, com as empresas fornecedoras destes materiais a registarem um aumento exponencial das suas vendas.
É o caso da Raclac empresa de Famalicão que produz dispositivos médicos descartáveis, como máscaras, fatos e luvas, que viu a sua faturação de pouco mais de 15 milhões de euros em 2019 para mais de 50 milhões no ano passado, tendo quase triplicado o efetivo de 35 para 90 trabalhadores.
Para dar vazão à procura, a empresa detida a meias pelos fundadores e um fundo da "private equity" Vallis "está a preparar uma nova fase de investimento, que poderá ascender a 50 milhões de euros, com a criação de duas novas linhas de produção", avança a Câmara de Famalicão, cujo presidente, Paulo Cunha, visitou a empresa na passada quinta-feira.
O novo projeto de investimento pretende reforçar, através da expansão da capacidade produtiva instalada, a vocação exportadora da empresa, "criando emprego, gerando riqueza, estabelecendo parcerias e valorizando o território", enfatiza Pedro Miguel Costa, fundador e CEO da Raclac.
Recorde-se que foi há menos de três anos que a Raclac investiu 30 milhões de euros na construção de uma nova unidade industrial, que se tornou "na primeira fábrica da Europa de luvas de exame em nitrilo sem pó, de uso único, capaz de produzir 830 milhões de luvas por ano".
Em causa, garante Pedro Miguel Costa, está um processo produtivo "inovador e único no mundo", baseado numa tecnologia desenvolvida pela própria empresa ao longo de cerca de três anos, e que "revolucionou por completo a indústria de produção de luvas de exame a nível mundial".
Desde logo, "porque é 100% automatizado, sem intervenção humana desde a entrada da matéria-prima até ao embalamento do produto acabado", sublinha o mesmo comunicado da autarquia famalicense, detalhando que "todo o processo produtivo é feito em ambiente controlado e a embalagem onde as luvas são acondicionadas, impermeável e estanque, contribui para a eliminação do risco associado a contaminação cruzada".
Pedro Miguel Costa afirma que a automatização da produção e o elevado nível técnico de todo o processo assentam em políticas de sustentabilidade ambiental. "Temos uma estação de pré-tratamento de águas residuais que possibilita o reaproveitamento de, pelo menos, 60 por cento da água tratada para reutilização no processo produtivo, bem como a reutilização de águas pluviais", explica.
A Raclac exporta sobretudo para a Europa, estando agora focada na expansão para a América do Norte e o Japão. "Vamos dar passos importantes para concretizar a visão estratégica que temos e a ambição de transformar a Raclac numa empresa global", remata o CEO da companhia.