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Sapatos portugueses são os terceiros mais caros na China

O valor médio pago pelos consumidores chineses é quase o dobro do preço global na exportação conseguido por este sector tradicional.

Bloomberg
20 de Fevereiro de 2017 às 09:21
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A indústria portuguesa de calçado ascendeu a quinto maior fornecedor do mercado chinês, que nos últimos sete anos multiplicou por 20 as importações de Portugal. Segundo os dados citados pelo JN esta segunda-feira, 20 de Fevereiro, os negócios deste sector com o gigante mercado asiático valeram 12,9 milhões de euros em 2016.

 

A contribuir para estes dados está sobretudo o aumento do valor do produto exportado. Cada par de sapatos é vendido na China a um preço médio de 41,06 euros, o que coloca o calçado português como o terceiro mais caro no mercado chinês. É quase o dobro do preço médio global na exportação, que se fica pelos 23,74 euros.

 

Apesar da progressão nas vendas, demonstrada por estes dados compilados pela associação que representa a fileira (APICCAPS), como o Negócios noticiou a 14 de Fevereiro, nem tudo são rosas para as empresas portuguesas que exportam para aquele país, onde têm à espera 1.300 milhões de potenciais consumidores, mas também várias dificuldades.


"Na China estivemos três ou quatro anos e tivemos mesmo um ‘showroom’ em Xangai, mas é muito difícil. É um mercado muito estranho", referiu Manuela Mendonça, da Nobrand. A responsável culpou a "mentalidade e cultura" do mercado pelas dificuldades, assim como as exigências pouco razoáveis. "As decisões eram tomadas em alturas em que as encomendas já deviam estar a ser feitas. Queriam as encomendas num mês e não é possível", explicou a líder desta empresa, que factura mais de 10 milhões de euros.

 

Presente também na maior feira de calçado do sector, em Milão, Carlos Abreu, da Perlato, apontou outros problemas, ainda que tenha uma melhor opinião do país. "As dificuldades que sentimos na abordagem a estes mercados têm a ver com o não sermos conhecidos por lá. Não falta nada no mercado. Somos mais um no meio de sei lá quantos a tentar vender para todos esses mercados", salientou o empresário. Apesar disso, a sociedade de Gaia já tem 35% da sua facturação em alguns mercados asiáticos, incluindo a Coreia e Japão.

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